Condenados os assassinos da vereadora carioca Marielle Franco-Xinhua

Condenados os assassinos da vereadora carioca Marielle Franco

2024-11-02 15:21:31丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 1º nov (Xinhua) -- Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, assassinos confessos da vereadora carioca Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, foram condenados nesta quinta-feira a 78 anos e nove meses, e 59 anos e oito meses de prisão, respectivamente.

O veredito foi proferido após seis anos de investigação e o julgamento do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, que começou na quarta-feira.

O júri entendeu que eles são culpados de três crimes: duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves (assessora de Marielle que também estava no veículo) e receptação do veículo usado no crime. Marielle e Anderson foram assassinados em 14 de março de 2018.

Nascida na Favela da Maré, Marielle Franco era uma socióloga, ativista e defensora dos Direitos Humanos e um símbolo para a comunidade negra, LGBTIQ+ e para os moradores das favelas e de regiões pobres dominadas por milícias. Eleita vereadora do Rio de Janeiro em 2016 pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) tinha 39 anos.

O atentado comoveu o país e ganhou repercussão internacional. As penas foram determinadas pela juíza Lucia Glioche, que os condenou também a indenizar cada um dos parentes das vítimas em 706 mil reais (US$ 120 mil) por danos morais e a pagar uma pensão ao filho de Gomes, que tem oito anos, até ele completar 24 anos.

Apesar da pena, o acordo de delação premiada de Lessa prevê apenas 30 anos de prisão. Serão 18 anos na cadeia, contados a partir da data da prisão, em 2019, e depois dois anos em regime semiaberto. Os outros dez anos serão cumpridos em liberdade condicional. Os detalhes do acordo de Élcio, que dirigiu o carro do qual Ronnie metralhou Marielle e o motorista, não foram divulgados.

Caso haja descumprimento das medidas negociadas com a Justiça, ambos terão que cumprir as penas integralmente. A rescisão da delação ocorre em casos de mentira, omissão ou cometimento de um novo crime.

Ronnie e Élcio estão presos desde 12 de março de 2019. Eles fecharam acordo de delação premiada. Os acusados de serem mandantes dos crimes são os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, respectivamente, deputado federal e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). O delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro na época do crime, é acusado de ter ajudado a planejar o assassinato e prejudicado as investigações. Os três estão presos desde 24 de março deste ano.

A motivação do assassinato de Marielle Franco, segundo os investigadores, envolve questões fundiárias e grupos de milícia. Havia divergência entre Marielle e o grupo político do então vereador Chiquinho Brazão sobre o Projeto de Lei (PL) 174/2016, que buscava formalizar um condomínio na Zona Oeste da capital fluminense.

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