Maputo, 30 out (Xinhua) -- Pelo menos 252 pessoas morreram nos últimos nove meses devido a acidentes em águas territoriais moçambicanas, de acordo com uma reportagem do maior jornal do país, Notícias, publicada na terça-feira.

De acordo com a reportagem, a província de Nampula, no norte do país, registrou o maior número de vítimas, totalizando 111 mortes.

Elvira Matola, diretora da divisão de segurança, inspeção e comunicações marítimas do Instituto Nacional do Mar (INAMAR), salientou em uma entrevista ao Notícias que, embora os naufrágios tenham diminuído significativamente em relação ao ano passado, as vítimas fatais vêm aumentando este ano, principalmente devido ao impacto de um acidente ocorrido em abril, em Lunga, na Ilha de Moçambique, que custou pelo menos 98 vidas.

"O número de afogamentos aumentou em 17 casos, com 94 incidentes registrados nos últimos nove meses", disse ela, citada pelo jornal.

Matola explicou que a maioria dos acidentes marítimos decorre do não cumprimento dos boletins meteorológicos, superlotação de embarcações, manutenção deficiente e falta de equipamentos de segurança em mais de 450.000 barcos envolvidos na pesca e transporte de pessoas e mercadorias em todo o país.

Para reduzir a taxa de acidentes, o INAMAR está aumentando sua presença nos principais pontos de embarque e desembarque de passageiros e carga. Como parte desse esforço, a circulação de embarcações sem auxílios à navegação foi proibida para garantir a segurança dos usuários.

Além disso, uma campanha para coletar e distribuir equipamentos de segurança marítima, como coletes salva-vidas, boias e lanternas, está em andamento em todo o país. Matola indicou que nos próximos anos, mais barcos serão adquiridos para as administrações locais para ajudar nas operações de resgate, inspeções e facilitar o transporte de pessoas.