Beijing, 28 set (Xinhua) -- Mais de 800 pessoas receberam neste ano punições criminais e mais de 200 pessoas enfrentaram penalidades administrativas pelo comportamento caótico de fã-clubes, informou o Ministério da Segurança Pública da China.
Os fã-clubes ("fanquan", em chinês) são comunidades online dedicadas a determinadas celebridades. Originalmente presentes no setor do entretenimento, esses grupos agora também são comuns no campo esportivo. Geralmente se envolvem em atividades organizadas, como a compra de produtos endossados por seus ídolos e votações online de conteúdo relacionado a eles.
Nos últimos anos, alguns fã-clubes foram criticados por comportamento excessivamente zeloso, que às vezes leva a conflitos online ou até mesmo a ciberbullying, infringindo a privacidade das celebridades e induzindo o consumo excessivo.
Desde este ano, a polícia chinesa investigou mais de 700 casos relacionados a fã-clubes envolvendo atos ilegais e criminosos, como engajamento falso desses grupos em redes sociais, perseguição, venda de informações pessoais e ciberbullying, disse Shi You, funcionário do ministério, em uma coletiva de imprensa na sexta-feira.
Durante os Jogos Olímpicos de Paris, a polícia tomou medidas fortes para investigar vários casos de ciberbullying relacionados a comunidades de fãs, que atraíram ampla atenção e apoio do público, disse Shi.
Em agosto, o ministério publicou quatro casos típicos de ciberbullying e calúnia contra atletas olímpicos chineses. Tanto a Associação Chinesa de Tênis de Mesa quanto a Associação Chinesa de Ginástica expressaram apoio à repressão e condenaram o comportamento caótico dos grupos de fãs que teve uma "influência extremamente negativa" sobre atletas, treinadores e outros funcionários.
Shi disse que o ministério continuará reprimindo as atividades ilegais de fã-clubes e lembrou os fãs de se envolverem em práticas racionais e civilizadas de torcida.