Produtos africanos ganham mais espaço na mesa dos chineses-Xinhua

Produtos africanos ganham mais espaço na mesa dos chineses

2024-09-18 13:37:45丨portuguese.xinhuanet.com

Foto tirada em 29 de junho de 2023 mostra produtos de anchova selvagem seca do Quênia exibidos na terceira edição da Exposição Econômica e Comercial China-África em Changsha, Província de Hunan, no centro da China. (Xinhua/Sun Ruibo)

Beijing, 16 set (Xinhua) -- Em um movimentado supermercado em Changsha, capital da Província de Hunan, na China central, uma mulher de sobrenome Li estava escolhendo lanches para seu filho e sua filha.

Ela pegou duas caixas de anchovas secas de águas profundas. "Gostaria que meus filhos tivessem uma alimentação saudável, portanto, sempre que compro comida para eles, leio cuidadosamente a lista de ingredientes e nutrientes", disse ela à Xinhua. "Nessas anchovas de águas profundas, o teor de proteína é muito alto e o sabor é bom."

Uma caixa de anchovas secas, com 10 pacotes dentro, é vendida por 25 yuans (cerca de US$ 3,5). Li disse que compra esse produto regularmente.

As anchovas, da área costeira oriental do Quênia, podem ser vistas em muitos supermercados de Changsha.

"As vendas de nossas anchovas secas de águas profundas ultrapassaram 1 bilhão de yuans por ano, e para isso precisamos importar dezenas de milhares de toneladas do peixe", disse Zhou Jinsong, presidente do Jinzai Food Group Co.

Em 2018, a empresa montou uma fábrica no Quênia, onde o peixe comprado localmente foi processado antes de ser entregue à China.

A popularidade das anchovas secas de águas profundas exemplifica os prósperos intercâmbios econômicos e comerciais entre a China e a África. Abacaxis do Benin, frutas cítricas da África do Sul, pimenta malagueta seca de Ruanda, café da Etiópia, gergelim da Tanzânia e amendoim do Senegal chegaram às mesas de jantar dos chineses comuns.

Funcionários da alfândega realizam uma inspeção no local da remessa de carne de carneiro congelada em Changsha, Província de Hunan, no centro da China, em 8 de setembro de 2024. (Xinhua/Chen Zhenhai)

A última chegada foi de carne de carneiro de Madagascar, cuja remessa foi liberada na alfândega de Changsha, marcando as primeiras importações de carne de carneiro da África pela China e um importante avanço no comércio de carne entre a China e a África. Os 900 kg de carne de carneiro foram transportados por via aérea, com todo o período de entrega levando aproximadamente 36 horas.

A China continua sendo o maior parceiro comercial da África há 15 anos consecutivos, segundo dados recentes da alfândega. O comércio entre a China e a África atingiu um recorde de US$ 282,1 bilhões em 2023 - um aumento de 1,5% em relação ao ano anterior, mostrando forte resiliência. As importações chinesas de nozes, legumes, flores e frutas da África em 2023 aumentaram 130%, 32%, 14% e 7%, respectivamente, em comparação com o ano anterior.

Nos primeiros sete meses de 2024, Hunan importou produtos agrícolas africanos avaliados em aproximadamente 240 milhões de yuans, um aumento de 10,6% em relação ao ano anterior.

Esse comércio se beneficiou dos esforços incessantes da China para estabelecer "canais verdes" para promover o acesso rápido ao mercado para importações de produtos frescos africanos, como soja, café em grão e abacate.

Foto tirada em 7 de novembro de 2022 mostra produtos de café da Etiópia exibidos na área de exposição de alimentos e produtos agrícolas da 5ª Exposição Internacional de Importações da China (CIIE, em inglês), em Shanghai, no leste da China. (Xinhua/Liu Ying)

Na cidade de Kunshan, Província de Jiangsu, no leste da China, várias cafeterias oferecem grãos de café importados da África. Os cardápios das lojas contêm detalhes sobre as origens e os sabores de variedades de café como Yirgacheffe, Geisha e Hambella, que são tipos de café renomados originários da Etiópia.

A Kunshan Yiguo International Trade Co., Ltd. é uma importadora local de café africano.

"Os grãos de café africanos têm um sabor frutado, ácido e floral único, que conquistou o coração dos amantes de café chineses", disse Zhang Lipeng, diretor de armazém da empresa.

Ele revelou que, nos últimos três anos, a empresa importou cerca de 800 toneladas de grãos de café de países africanos, incluindo Etiópia e Uganda.

A cadeia de alimentos frescos da China, Hema Fresh, está atualmente colocando frutas cítricas, toranjas e maçãs da África do Sul nas prateleiras de suas lojas de varejo em todo o país.

Wang Ruishu, gerente de compras de frutas importadas da Hema, disse que os cítricos produzidos na África do Sul têm um sabor azedo e doce, além de serem fáceis de descascar e comer. Os produtos são vendidos rapidamente em Beijing e Shanghai, onde as vendas cresceram 44% em comparação com o mesmo período de 2023.

Wang disse que a época de colheita dessas frutas africanas é mais cedo do que na China, o que significa que elas podem preencher a lacuna do mercado chinês em relação a maçãs e frutas cítricas.

Funcionários secam anchovas em Kwale, Quênia, em 22 de junho de 2023. (Xinhua/Wang Guansen)

Os africanos também se beneficiam do comércio entre os dois lados.

Em uma entrevista à Xinhua, Mohamed Harun, do Quênia, disse que a Jinzai Food Group Co., Ltd. que importa anchovas de seu país, "fez uma enorme diferença" na vida da população local. "Eles nos deram a oportunidade de trabalhar cinco dias por semana, o que realmente aumentou minha renda e ampliou meus conhecimentos e habilidades", disse ele.

"Essa empresa é realmente uma bênção para o nosso vilarejo", disse Harun, observando que ela ‘criou oportunidades de trabalho para jovens e pessoas de meia-idade em nosso vilarejo’. "Eu daria as boas-vindas a empresas chinesas como a Jinzai em nosso país", acrescentou Harun.  

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