Lhasa, 18 ago (Xinhua) -- O ecossistema do planalto Qinghai-Xizang absorve aproximadamente 120 a 140 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) anualmente, representando de 10% a 16% do sumidouro total de carbono do ecossistema da China, de acordo com as descobertas da segunda expedição científica e de pesquisa do planalto Qinghai-Xizang divulgadas no domingo.

   Dado que o planalto emite atualmente 55 milhões de toneladas de CO2 anualmente, seu excedente de carbono ultrapassa mais de 65 milhões de toneladas por ano, disse Yao Tandong, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências e líder desta pesquisa científica, em uma coletiva de imprensa em Lhasa.

   Yao acrescentou que os 1,4 milhão de quilômetros quadrados de gelo permanente do subsolo do planalto contêm cerca de 37 bilhões de toneladas de carbono orgânico, representando mais de 60% do estoque total de carbono do solo do planalto.

   "No entanto, o potencial derretimento do gelo permanente profundo do subsolo devido ao aquecimento climático futuro pode representar um risco para sua capacidade de sequestro de carbono", disse Yao.

   O Sistema Global com base em Observação para Monitoramento de Gás de Estufa (GONGGA, em inglês), desenvolvido de forma independente pela equipe de pesquisa científica, é uma ferramenta essencial para estimar sumidouros naturais de carbono.

   Ele integra modelagem de transporte atmosférico, observações de concentração de CO2 e inventários de emissões de CO2 para avaliar com precisão a capacidade de sumidouro de carbono do ecossistema do planalto Qinghai-Xizang.

   Este sistema não apenas apoia as metas de "carbono duplo" da China com dados científicos importantes, mas também fornece dados e metodologias chinesas valiosas para contabilidade e avaliações internacionais de carbono.

   "No futuro, a função de sumidouro de carbono do planalto pode ser aprimorada ainda mais, melhorando a qualidade das pastagens e dos ecossistemas florestais", disse Yao.

   A China iniciou a segunda expedição científica e de pesquisa do planalto Qinghai-Xizang em agosto de 2017, com a intenção de revelar o mecanismo de mudança ambiental e fornecer suporte científico para a segurança ecológica do planalto.