Órgão da indústria chinesa pede que UE busque solução equilibrada na investigação de BEVs-Xinhua

Órgão da indústria chinesa pede que UE busque solução equilibrada na investigação de BEVs

2024-07-23 11:29:00丨portuguese.xinhuanet.com

Foto de arquivo tirada em 6 de junho de 2024 mostra um carro elétrico em uma estação de carregamento perto do prédio da Comissão Europeia em Bruxelas, Bélgica. (Xinhua/Zhao Dingzhe)

"As medidas de defesa comercial prejudicarão todos os lados envolvidos. A força e o crescimento do setor de BEVs da UE e da China estão na colaboração, não no conflito", disse Shi Yonghong, vice-presidente da Câmara de Comércio da China para Importação e Exportação de Máquinas e Produtos Eletrônicos.  

Bruxelas, 21 jul (Xinhua) -- Um órgão da indústria chinesa pediu à Comissão Europeia que altere suas conclusões ilegais na investigação anti-subsídio dos veículos elétricos a bateria (BEVs) chineses, expressando esperança de que uma solução equilibrada possa ser alcançada para evitar danos a ambas as partes.

"As medidas de defesa comercial prejudicarão todos os lados envolvidos. A força e o crescimento do setor de BEVs da UE e da China estão na colaboração, não no conflito", disse Shi Yonghong, vice-presidente da Câmara de Comércio da China para Importação e Exportação de Máquinas e Produtos Eletrônicos (CCCME, na sigla em inglês), na sexta-feira, em uma entrevista coletiva em Bruxelas.

A CCCME representa 12 produtores exportadores chineses de BEVs, incluindo três produtores da amostra investigados individualmente pela Comissão.

OBJETIVIDADE E IMPARCIALIDADE PREJUDICADAS

Em 4 de julho, a Comissão Europeia introduziu tarifas adicionais provisórias de até 37,6% sobre os fabricantes chineses de BEVs. A Comissão alegou que a decisão se baseou na conclusão da investigação de que a cadeia de valor de BEVs da China se beneficia de subsídios, causando uma ameaça de prejuízo econômico aos produtores da UE.

Shi observou que a determinação é "ilegal", com a baixa representatividade das amostras na investigação comprometendo a objetividade da análise.

Em vez de escolher os produtores-exportadores com os maiores volumes de exportação para a UE, a Comissão selecionou três fabricantes chineses de BEVs que, juntos, representam 39% do volume total de exportação chinesa para a UE, e uma amostra da UE que representa apenas 30% da produção e 32% das vendas, de acordo com Shi.

Ele observou que a Comissão ignorou as importações de BEVs de marcas estrangeiras da China para a UE, que constituem cerca de 70% dos BEVs chineses em quantidade, dizendo que isso viola a obrigação de "evidência positiva" e "exame objetivo" nas comparações de preços.

"Pedimos que a Comissão cumpra rigorosamente as leis da Organização Mundial do Comércio e da UE e conduza essa investigação de forma objetiva, justa e transparente", disse Shi.

A INOVAÇÃO ALIMENTA O CRESCIMENTO, NÃO OS SUBSÍDIOS

Dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis mostram que a produção e as vendas de veículos de nova energia na China cresceram mais de 30% em relação ao ano anterior nos primeiros seis meses de 2024, e a participação de mercado de veículos de nova energia na China atingiu 35,2% até o final de junho.

Foto panorâmica aérea tirada por drone em 11 de julho de 2023 mostra veículos de nova energia para exportação em um terminal do Porto de Taicang, na Província de Jiangsu, no leste da China. (Foto por Ji Haixin/Xinhua)

Falando sobre o crescimento meteórico do setor chinês de BEVs, Shi disse que o sucesso do setor chinês de BEVs deriva da inovação tecnológica, de uma cadeia de suprimentos robusta e da concorrência total.

Wei Wenqing, vice-secretário geral da associação, disse na entrevista coletiva que o governo chinês estabeleceu duas metas para as empresas de veículos de passageiros: reduzir o consumo de combustível em automóveis tradicionais e avançar no desenvolvimento de veículos de nova energia.

De acordo com Wei, os incentivos de crédito e as penalidades motivaram efetivamente as empresas a atualizarem sua tecnologia.

"Espera-se que o lado europeu enfrente os fatos de que a vantagem competitiva da China em veículos elétricos não vem de subsídios", disse o porta-voz do Ministério do Comércio, He Yongqian, na semana passada.

A CONCORRÊNCIA LEAL GERA AVANÇOS MÚTUOS

Após o anúncio da UE de impor tarifas provisórias sobre as importações de BEVs chineses, os Estados-membros da UE e o setor de veículos expressaram preocupações e críticas em relação à decisão.

"Os efeitos negativos dessa decisão superam quaisquer benefícios para a indústria automotiva europeia e, especialmente, para a alemã", enfatizou a Volkswagen.

Wei destacou que a concorrência aberta e o livre comércio promoveriam o progresso do setor automotivo local, conforme evidenciado pela história do desenvolvimento automotivo da China.

"Marcas europeias como Volkswagen, Mercedes-Benz, BMW e Audi ocupam uma posição dominante no mercado chinês de carros importados, e as empresas automotivas chinesas foram impulsionadas pela intensa concorrência e emergiram dela", disse Wei.

Olhando para o futuro, ainda há amplas perspectivas de cooperação entre a UE e a China em áreas como tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, de acordo com Shi.

"A China e a UE são parceiros estratégicos abrangentes com amplos interesses comuns", disse Shi, pedindo à Comissão que leve em consideração os interesses gerais da UE e da China.

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