Polícia brasileira lança operação contra espionagem ilegal dirigida a autoridades e jornalistas-Xinhua

Polícia brasileira lança operação contra espionagem ilegal dirigida a autoridades e jornalistas

2024-07-12 12:17:45丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 11 jul (Xinhua) -- A Polícia Federal brasileira lançou nesta quinta-feira uma operação para desmantelar uma organização criminosa dedicada à espionagem ilegal de autoridades públicas, políticos e jornalistas, e à produção de notícias falsas, usando sistemas da estatal Agência Brasileira de Notícias (Abin), durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).

Segundo a PF, a quarta fase da Operação Last Mile (Última Milha) incluiu cinco ordens de prisão preventiva e sete ordens de busca e apreensão, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas cidades de Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.

Em nota, a PF disse que parlamentares, membros do Supremo Tribunal Federal, advogados, líderes políticos e jornalistas de renome eram alvos do grupo, que também praticava "a criação de perfis falsos e a divulgação de informações que se sabe serem falsas".

"A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, telefones e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e funcionários públicos", informou a entidade.

Após a instauração da operação, o juiz Alexandre de Moraes, do STF, levantou o sigilo dos documentos referentes à investigação da chamada "Abin paralela".

Os investigados podem ser acusados de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.

A primeira fase da Operação Last Mile foi lançada em outubro do ano passado para investigar o uso indevido de um sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem autorização judicial por parte de dirigentes da Abin.

O software contratado pela Abin e utilizado irregularmente chama-se First Mile, comercializado pela empresa israelense Cognyte.

Segundo os pesquisadores, apesar da rescisão formal do contrato em 2021, há indícios de que o uso do sistema se intensificou nos anos finais do governo do ex-presidente Bolsonaro. 

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