Beijing, 27 jun (Xinhua) -- A agência espacial da China disse nesta quinta-feira que os Estados Unidos precisam remover suas barreiras autoimpostas que têm dificultado os esforços colaborativos dos cientistas dos dois países no setor espacial.

   Numa conferência de imprensa em Beijing, Bian Zhigang, vice-chefe da Administração Espacial Nacional da China (CNSA, em inglês), respondeu a um questionamento sobre a possibilidade de cientistas americanos investigarem as amostras coletadas pela missão Chang'e-6 no lado oculto da Lua.

   "A China tem sido sempre aberta a intercâmbios e cooperação com os Estados Unidos no campo do espaço", disse Bian. "No entanto, os desafios atuais decorreram principalmente da legislação doméstica dos EUA, como a Emenda Wolf."

   Em 2011, o Congresso dos EUA aprovou uma lei conhecida como Emenda Wolf, proibindo as agências governamentais dos EUA, incluindo a NASA e o Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca, de cooperar com a China em atividades espaciais.

   A China saúda pesquisadores de todos os países a submeterem pedidos de acordo com os procedimentos da CNSA, segundo Bian.

   "Os cientistas americanos têm a perspectiva de investigar as amostras coletadas na missão lunar Chang'e-6. Se o lado dos EUA espera sinceramente promover a cooperação entre os dois países, deve tomar medidas práticas para remover esses obstáculos", disse ele.

   Observando que as notáveis conquistas da China no espaço são um testemunho da dedicação e criatividade de seu próprio povo, Bian disse que a Emenda Wolf não conseguiu impedir o progresso da China, mas inadvertidamente criou um obstáculo para os próprios Estados Unidos.

   Os cientistas têm publicado mais de 1.900 artigos usando os dados das missões de exploração lunar da China, de acordo com Bian.

   A China incentiva cientistas chineses e estrangeiros a colaborar em pesquisas científicas envolvendo amostras e dados lunares, buscando mais resultados originais e inovadores, disse ele.

   No entanto, o funcionário citou alguns exemplos dos esforços colaborativos dos dois países, como o estabelecimento de um mecanismo de diálogo intergovernamental para a cooperação espacial civil.

   Além disso, em resposta aos pedidos dos EUA, a CNSA iniciou um mecanismo de troca de dados orbitais de sondas de Marte, uma estrutura projetada para avaliar potenciais riscos de colisão para todas as sondas de Marte em órbita, acrescentou.