Turistas visitam o Templo do Céu em Beijing, capital da China, em 2 de maio de 2024. (Xinhua/Ju Huanzong)

Os intercâmbios bilaterais de turismo têm tudo a ver com "conhecer uns aos outros e forjar relacionamentos pessoais, que depois levam a garantir outras conexões, como intercâmbios comerciais e culturais", disse o professor Chris Ryan, da Escola de Administração e Operações de Marketing da Universidade de Waikato, na Nova Zelândia.

Wellington/Canberra, 19 jun (Xinhua) -- Os cidadãos da Nova Zelândia e da Austrália terão mais facilidade para explorar as maravilhas da China graças a um desenvolvimento recente que simplificou significativamente os requisitos de viagem.

Durante suas visitas recém-concluídas à Nova Zelândia e à Austrália, o primeiro-ministro chinês Li Qiang anunciou que a China incluirá as duas nações da Oceania em sua lista de países com isenção de visto unilateral. Isso significa que os portadores de passaportes da Nova Zelândia e da Austrália poderão entrar na China sem visto para negócios, turismo, visita a parentes e amigos e trânsito, por até 15 dias.

O efeito da decisão foi imediato. Apenas meia hora após o anúncio, o número de pessoas na Austrália que pesquisaram palavras-chave relacionadas à China na plataforma de turismo internacional Trip.com aumentou em mais de 80% em comparação com o dia anterior.

Há muito tempo, os vistos são considerados um ponto problemático para viagens devido a seus procedimentos frequentemente complexos e custos adicionais. A remoção dessa barreira é uma mudança bem-vinda para o setor de viagens, disse à Xinhua Anthony Spark, diretor da agência de viagens Spark Travel, sediada no sul da Austrália.

Assim como Spark, outros especialistas em turismo e representantes do setor adotaram com entusiasmo as exigências de viagem simplificadas, dizendo que elas melhorarão o turismo e os intercâmbios interpessoais.

David Su, um profissional de turismo que vive há muito tempo na Nova Zelândia, acredita que a decisão facilitará as viagens e, ao mesmo tempo, criará uma nova oportunidade de crescimento para o turismo de saída da Nova Zelândia, facilitando a entrada ou o trânsito dos neozelandeses na China.

O primeiro-ministro chinês Li Qiang conversa com o primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon, em Wellington, Nova Zelândia, em 13 de junho de 2024. (Xinhua/Rao Aimin)

A Nova Zelândia prevê um aumento no turismo para a China a partir de outubro deste ano, disse Li Ruiqin, diretor administrativo da China Travel Service na Nova Zelândia.

As principais empresas e agências de turismo da Nova Zelândia estão explorando o mercado chinês desde o início deste ano, disse Li.

"Eles ficam impressionados com a deliciosa e diversificada comida chinesa, a eficiência dos trens de alta velocidade e a explosão de carros elétricos nas cidades durante sua viagem à China", disse ele.

Para os australianos, não há dúvida de que a decisão os incentivará a considerar a China em sua próxima viagem, disse Spark.

"A China é um país muito acessível para os australianos, com muitos pacotes turísticos excelentes, incluindo cruzeiros e opções terrestres, disponíveis para reserva. Eu também esperaria que as pessoas com parentes ou amigos na China passassem a olhar favoravelmente para a China em suas próximas férias", disse ele.

Durante a reunião do primeiro-ministro Li com o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese na segunda-feira, os dois lados concordaram em fornecer um ao outro acesso recíproco a vistos de múltiplas entradas de até três a cinco anos de duração para turismo, negócios e visitas de familiares.

O primeiro-ministro chinês Li Qiang e o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese realizam a nona Reunião Anual de Líderes China-Austrália em Canberra, Austrália, em 17 de junho de 2024. (Xinhua/Wang Ye)

Songshan Huang, professor de turismo da Universidade Edith Cowan, na Austrália Ocidental, disse: "Dessa forma, também esperamos um volume maior de fluxo turístico reverso da China para a Austrália."

Durante as conversas com o primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon, em 13 de junho, o primeiro-ministro Li também expressou sua esperança de que a Nova Zelândia facilite as viagens dos cidadãos chineses ao país.

Antes da pandemia, a China era o segundo maior mercado de visitantes da Nova Zelândia, depois da Austrália. Continuou sendo um mercado de visitantes extremamente importante para a Nova Zelândia nos últimos 12 meses, disse Gregg Wafelbakker, gerente geral para a Ásia da agência do governo neo-zelandês Tourism New Zealand.

A mais recente política de vistos é um gesto sincero de que a China gostaria de promover seus intercâmbios interpessoais com outros países, disse Huang.

Os intercâmbios turísticos bilaterais têm tudo a ver com "conhecer uns aos outros e forjar relacionamentos pessoais, que depois levam a garantir outras conexões, como intercâmbios comerciais e culturais. Os encontros amigáveis são onde tudo começa e onde os benefícios são abundantes", disse o professor Chris Ryan, da Escola de Administração e Operações de Marketing da Universidade de Waikato, na Nova Zelândia.