Agricultura africana prospera com tecnologia chinesa e acesso ao mercado chinês-Xinhua

Agricultura africana prospera com tecnologia chinesa e acesso ao mercado chinês

2024-06-20 11:15:37丨portuguese.xinhuanet.com

* Nos últimos anos, a cooperação agrícola entre a China e a África cresceu no âmbito do Fórum de Cooperação China-África e da Iniciativa do Cinturão e Rota.

* Dos campos locais às plataformas globais de comércio eletrônico, os esforços da China impulsionaram significativamente a produtividade e a modernização agrícola africana através da assistência técnica, do desenvolvimento da cadeia industrial e do acesso ao mercado.

* Plataformas como a Exposição Internacional de Importação da China, a Exposição Econômica e Comercial China-África e o Festival de Compras On-line de Mercadorias Africanas se tornaram eventos essenciais para os produtos agrícolas africanos, aumentando sua visibilidade internacional.

Nairóbi, 18 jun (Xinhua) -- No Centro de Demonstração de Tecnologia Agrícola da Nigéria, perto de Abuja, capital do país da África Ocidental, a rotina diária dos especialistas agrícolas chineses é analisar o arroz recém-colhido.

Como resultado de anos de trabalho dedicado, especialistas da empresa chinesa Green Agriculture West Africa Ltd. (GAWAL) desenvolveram uma semente de arroz de alto rendimento adaptada às condições locais, que supera em mais de 20% as variedades nativas. Essa semente, aprovada pelas autoridades agrícolas nigerianas, já está plantada em dois terços dos estados do país.

Lawal Musa, agricultor do estado de Jigawa, cultiva esse arroz há vários anos. "O arroz é essencial na Nigéria e é consumido por todas as famílias. Com a cooperação da China, a Nigéria está no caminho para alcançar a autossuficiência alimentar", disse ele, elogiando a elevada produtividade do arroz e sua capacidade de resistir a pragas e à seca.

A GAWAL, empresa líder de sementes na Nigéria, contribuiu para o programa de fornecimento de sementes do governo, distribuindo mais de 30.000 toneladas de sementes em mais de 30 estados. Esse esforço aumentou significativamente a produção de arroz do país em mais de 2 milhões de toneladas.

Nos últimos anos, a cooperação agrícola entre a China e a África cresceu no âmbito do Fórum de Cooperação China-África e da Iniciativa do Cinturão e Rota. Dos campos locais às plataformas globais de comércio eletrônico, os esforços da China impulsionaram significativamente a produtividade e a modernização agrícola africana através da assistência técnica, do desenvolvimento da cadeia industrial e do acesso ao mercado.

Funcionários locais mostram mudas de arroz no Centro de Demonstração de Tecnologia Agrícola da Nigéria, perto de Abuja, Nigéria, no dia 19 de setembro de 2023. (Xinhua/Dong Jianghui)

 

ENSINANDO TÉCNICAS PARA AGRICULTORES LOCAIS

Ao longo da última década, o Centro de Demonstração de Tecnologia Agrícola da Nigéria se destacou entre os 24 centros estabelecidos pela China em toda a África. Esses centros são fundamentais no avanço da tecnologia agrícola, ensinando com sucesso mais de 300 técnicas agrícolas sofisticadas para os agricultores locais.

O impacto dessas iniciativas é importante, aumentando o rendimento das colheitas em 30% e impactando positivamente mais de 1 milhão de pequenos agricultores em toda a África.

Com esforços concertados, os especialistas agrícolas chineses melhoraram notavelmente o rendimento e a qualidade de culturas básicas como o arroz, a mandioca e a soja. Além disso, introduziram novas variedades de frutas, vegetais e feijão. Essas contribuições não só enriqueceram a diversidade das dietas africanas, como abriram novos caminhos para o progresso agrícola da região.

Em Kigali, Ruanda, Leonidas Mushimiyimana opera a maior oficina de cultivo de cogumelos da região, produzindo até 30.000 tubos de cogumelos por mês e 600 kg de cogumelos frescos semanalmente.

Juncao é uma grama híbrida e um importante recurso agrícola multifuncional desenvolvido e usado no cultivo de cogumelos na China.

Depois de aprender a tecnologia de cultivo Juncao, Mushimiyimana fundou a oficina, empregando dezenas de pessoas. Ele planeja expandir seu negócio para fazer produtos de cogumelos secos para os mercados internacionais, promovendo a prosperidade comunitária.

A tecnologia Juncao já beneficia mais de 4.000 agricultores ruandeses, criando mais de 30.000 empregos ao longo da cadeia de valor agrícola.

Media (direta) de Ruanda aprende sobre Juncao com estudante chinesa no centro nacional de pesquisa de engenharia da tecnologia Juncao na Universidade Agrícola e Florestal de Fujian em Fuzhou, província de Fujian, sudeste da China, no dia 28 de março de 2024. (Xinhua/Lin Shanchuan)

Eric Rokasse Kamo, ex-ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural da República Centro-Africana, elogia a praticidade da tecnologia Juncao, destacando seu papel na criação de empregos e no aumento de rendimentos para o povo africano.

 

AUMENTO NOS PRODUTOS DE VALOR AGREGADO

A cooperação agrícola China-África vai além dos campos, abrange toda a cadeia industrial para aumentar a capacidade de processamento e o valor agregado dos produtos agrícolas africanos, aumentando assim os rendimentos dos agricultores.

Durante a temporada de colheita de borracha na Costa do Marfim, os caminhões fazem fila em frente à fábrica de borracha do Mainland Group em Dabou. A borracha recém-colhida é processada para virar borracha padrão nessa fábrica chinesa antes de ser enviada para a China para processamento em outros produtos de borracha.

Foto tirada no dia 10 de junho de 2024 mostra máquinas da fábrica de borracha do Mainland Group nos subúrbios de Dabou, cidade no sul da Costa do Marfim. (Xinhua/Zhang Jian)

Apesar das condições naturais favoráveis ​​como o maior produtor de borracha natural da África, a falta de capacidade de processamento da Costa do Marfim limitou as exportações no passado.

Yobouet Roland, membro de uma cooperativa local, mencionou que as fábricas chinesas duplicaram sua produção ao fornecerem novos canais de vendas.

Brou Bonaventure, do Fundo Interprofissional da Costa do Marfim para Investigação e Aconselhamento Agrícola, disse que a fábrica chinesa aumentou a capacidade de processamento local e proporcionou canais de transporte justos e estáveis, facilitando aos agricultores a expansão da produção de borracha.

"A fábrica chinesa aumentou o valor dos nossos produtos de borracha. Somos gratos à China!", disse Boaventura.

A mandioca, uma cultura alimentar essencial na África, também registrou avanços. Variedades de baixa qualidade e limitações técnicas prejudicavam o rendimento e o processamento.

Durante uma sessão de formação da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas Tropicais (CATAS, na sigla em inglês), responsáveis ​​agrícolas da África do Sul, da Nigéria, de Uganda e da República do Congo ficaram surpresos ao saber que o amido de mandioca pode ser processado em produtos como biscoitos, iogurte, bolos e macarrão.

Na Nigéria, a GAWAL e a CATAS estabeleceram conjuntamente uma base moderna de demonstração agrícola em Abuja, com uma linha de processamento de fécula de mandioca em pequena escala e uma base de demonstração de alto rendimento com 10 acres. Lá, foi realizado treinamento local em cultivo e processamento de mandioca.

Wang Yun, gerente-geral da GAWAL, disse que a base continuará fazendo treinamentos no cultivo, plantio e processamento de mudas de mandioca para ampliar toda a cadeia da indústria da mandioca.

 

ACESSO A MERCADOS MAIORES

No início da manhã, pétalas de rosas recém-colhidas, ainda com gotas de orvalho, podiam ser vistas na Tambuzi Limited, no Quênia. Dentro de 48 horas, essas flores chegarão às prateleiras do Grande Mercado Hunan Gaoqiao, em Changsha, China, prontas para serem compradas pelos clientes chineses.

Huang Zinan (direita), presidente da Hunan Xiyue Culture Media Co., Ltd., seleciona flores em fábrica da Tambuzi Limited, em Nanyuki, Quênia, no dia 18 de maio de 2024. (Xinhua/Wang Guansen)

O Quênia, um grande exportador mundial de flores frescas, costumava enfrentar desafios no acesso a novos mercados devido a tarifas elevadas e regulamentações complexas.

No entanto, o "canal verde" da China para os produtos agrícolas africanos acelerou os processos de inspeção e quarentena e expandiu as isenções tarifárias, beneficiando a indústria de flores do Quênia e outros produtos agrícolas africanos como abacate, frutas cítricas, abacaxi e café.

Huang Zinan, presidente da Hunan Xiyue Culture Media Co., Ltd., disse que sua empresa, que coopera com sete fazendas de flores quenianas, incluindo a Tambuzi, vende 100 mil flores mensalmente em 14 cidades chinesas e exporta para a Rússia e a Austrália.

Huang mencionou a demanda significativa do mercado chinês por variedades de flores raras e de alta qualidade. Ela imaginou o desenvolvimento de produtos derivados, como óleos essenciais e água floral, para aumentar a competitividade do mercado das flores quenianas, impulsionando o emprego local e aumentando os rendimentos dos produtores de flores.

Em junho de 2023, 16 produtos agrícolas de 11 países africanos entraram na China através do "canal verde", com mais produtos de especialidade africanos entrando no mercado chinês.

As medidas de promoção comercial da China aumentaram rapidamente as exportações agrícolas da África para a China, tornando a China o segundo maior destino de exportações agrícolas da África.

Expositor de café mostra produtos de café em evento da Exposição Econômica e Comercial China-África em Nairóbi, Quênia, no dia 9 de maio de 2024. (Xinhua/Li Yahui)

Plataformas como a Exposição Internacional de Importação da China, a Exposição Econômica e Comercial China-África e o Festival de Compras On-line de Mercadorias Africanas se tornaram eventos essenciais para os produtos agrícolas africanos, aumentando a visibilidade internacional.

"Imaginem uma pequena aldeia produtora de café na África, ligada diretamente ao mercado global. Essa aldeia poderia finalmente se livrar da pobreza", disse Laila Lokosang, consultora técnica sênior da União Africana. (Repórteres de vídeo: Zeng Tao, Zhou Chuyun, Ling Xin, Yang Zhe, Hou Ming, Ji Li, Lin Jing, Wang Ze, Zheng Yangzi, Zhang Jian, Shi Yu, Zhang Yujie, Luo Jiang, Chen Shaohua, Chen Liangjie e Li Yahui. Edição de vídeo: Liu Ruoshi, Li Qin, Wei Yin, Liu Xiaorui e Zheng Xin).

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