Observatório Econômico: Comércio de frutas com a China traz uma doce oportunidade para o mundo-Xinhua

Observatório Econômico: Comércio de frutas com a China traz uma doce oportunidade para o mundo

2024-06-08 13:11:59丨portuguese.xinhuanet.com

Vendedores carregam durians embalados no Mercado Haijixing, um grande mercado atacadista de frutas, em Nanning, Região Autônoma da Etnia Zhuang de Guangxi, no sul da China, em 25 de abril de 2023. (Xinhua/Zhao Huan)

"A exportação de abacates frescos para a China é um feito monumental que impulsionará nossa economia e beneficiará os principais participantes da cadeia de valor do abacate, incluindo os agricultores", disse David Osiany, então secretário administrativo chefe do Ministério da Industrialização, Comércio e Desenvolvimento Empresarial do Quênia.

Beijing, 6 jun (Xinhua) -- Do durian à cereja, do kiwi ao abacate, a China, um dos maiores mercados de frutas do mundo, tem importado mais frutas frescas e de alta qualidade para atender à crescente demanda doméstica, trazendo ótimas oportunidades para os produtores e comerciantes de frutas em todo o mundo.

Em 2023, as importações de frutas da China totalizaram US$ 16,85 bilhões, um aumento de 15% em relação ao ano anterior, com um volume total de importação de 7,524 milhões de toneladas, um aumento de 3%. Entre elas, as importações de durian fresco atingiram US$ 6,72 bilhões, um aumento substancial de 66%, tornando o durian o principal item de fruta importado do país.

Graças à flexibilização das condições de entrada no mercado, ao aumento da eficiência no desembaraço alfandegário e ao desenvolvimento de sistemas de logística de cadeia de frio entre fronteiras, um número cada vez maior de consumidores chineses agora pode desfrutar do sabor cremoso e do alto valor nutricional do "rei das frutas" a preços mais acessíveis.

Durante anos, a Tailândia dominou as exportações de durian para a China até que o Vietnã entrou no mercado em 2022. Dados oficiais mostraram que, em 2023, a China importou 1,426 milhão de toneladas de durians frescos, sendo 929.000 toneladas da Tailândia e 493.000 toneladas do Vietnã. Diante da crescente pressão, o primeiro-ministro tailandês Srettha Thavisin prometeu promover a concorrência desenvolvendo variedades, mantendo as condições e a qualidade do durian e garantindo um transporte eficiente para uma entrega rápida.

A concorrência saudável resultou em uma situação de ganho mútuo para todas as partes envolvidas. Os consumidores chineses desfrutaram de durians mais acessíveis, os durians vietnamitas ganharam acesso ao mercado chinês e a Tailândia alcançou um recorde de exportações de durians para a China graças ao crescimento do mercado.

As estatísticas mostram que, nos primeiros quatro meses de 2024, a Tailândia exportou mais de 225.000 toneladas de durians frescos para a China, e o impulso permaneceu forte em maio.

A China concedeu acesso ao mercado e reduziu as tarifas sobre um número crescente de frutas importadas. Enquanto isso, grandes projetos, como o Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre-Marítimo e a Ferrovia China-Laos, facilitaram muito a importação de frutas.

O Novo Corredor Internacional de Comércio Terrestre-Marítimo, construído em conjunto por regiões de nível provincial no oeste da China e membros da ASEAN, expandiu seu alcance para 490 portos em 120 países e regiões, de acordo com dados divulgados em janeiro pelo Município de Chongqing, no sudoeste da China, o centro operacional do corredor.

A ferrovia China-Laos, que conecta Kunming, a capital da Província de Yunnan, no sudoeste da China, com a capital do Laos, Vientiane, movimentou mais de 8 milhões de toneladas de mercadorias de importação e exportação até meados de abril, e as importações de durian pela ferrovia aumentaram em mais de sete vezes, informou a alfândega de Kunming em abril.

Em janeiro, um navio porta-contêineres carregado com mais de 2.000 toneladas de cerejas chilenas chegou a Tianjin, marcando o primeiro serviço de remessa direta de cerejas latino-americanas, de quase 20.000 km de distância, para chegar à região de Beijing-Tianjin-Hebei, no norte da China.

Funcionários da alfândega do Porto de Qinzhou verificam mangostões importados no Porto de Qinzhou, na Cidade de Qinzhou, Região Autônoma da Etnia Zhuang de Guangxi, no sul da China, em 25 de março de 2024. (Foto por Li Fuyang/Xinhua)

Nos últimos sete anos, as exportações de cereja chilena para a China cresceram a uma taxa de crescimento média anual estimada em cerca de 29%. A Associação de Exportadores de Frutas do Chile estimou anteriormente que mais de 85% das cerejas chilenas seriam exportadas para a China na primeira temporada de 2024.

A crescente demanda do mercado chinês estimulou a expansão da área de plantio de cerejas no Chile e beneficiou os agricultores locais. De 2000 a 2022, a área total de plantio de cerejas no Chile cresceu de 3.241 hectares para 61.559 hectares, de acordo com dados do Escritório de Estudos e Políticas Agrícolas do Chile.

Além da ASEAN e da América Latina, a África também se beneficiou do crescente apetite dos clientes chineses por frutas. Até o momento, a China aprovou o acesso ao "canal verde" para uma variedade cada vez maior de frutas africanas, como laranjas, abacates e pepinos-africanos.

Em agosto de 2022, o primeiro lote de abacates frescos cultivados no Quênia chegou à China, tornando o Quênia o primeiro país africano a exportar abacates frescos para a China.

"A exportação de abacates frescos para a China é um feito monumental que impulsionará nossa economia e beneficiará os principais participantes da cadeia de valor do abacate, incluindo os agricultores", disse David Osiany, então secretário administrativo chefe do Ministério da Industrialização, Comércio e Desenvolvimento Empresarial do Quênia.

"A entrada de frutas na China é outro sinal da determinação da China em (...) diversificar suas fontes de produtos agrícolas", disse Lauren Johnston, pesquisadora de relações China-África no Instituto Sul-Africano de Assuntos Internacionais em Joanesburgo, em entrevista ao jornal South China Morning Post.

Também sinaliza que a China está determinada a cultivar novos mercados de exportação ligando a China à África, especialmente na agricultura, porque "isso pode não apenas aumentar a produtividade agrícola para atender às demandas de uma população crescente na África, mas também aumentar a renda rural e promover a redução da pobreza", disse Johnston. 

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