Trabalhadoras colhem mirtilos em uma fazenda em Marondera, Zimbábue, em 13 de maio de 2024. (Foto pot Shaun Jusa/Xinhua)

O Zimbábue, um importante produtor de mirtilo no sul da África, tradicionalmente exporta suas bagas para a União Europeia e o Reino Unido. Agora, ele busca obter acesso ao mercado chinês.

Harare, 19 mai (Xinhua) -- Em uma fazenda em Marondera, cerca de 80 quilômetros a leste de Harare, a capital do Zimbábue, os mirtilos estão amadurecendo em maio. Os trabalhadores colhem cuidadosamente as bagas gordas dos arbustos, certificando-se de não danificar a fruta delicada.

Edwin Moyo, um produtor de mirtilo, pretende entrar diretamente no lucrativo mercado chinês assim que um protocolo comercial entre a China e o Zimbábue for aprovado. Para ele, o vasto mercado chinês representa um ponto ideal para as saborosas bagas do Zimbábue.

Atualmente, Moyo produz mais de 100 toneladas de mirtilos por ano em um projeto de 10 hectares que está em expansão. "Nosso objetivo é expandir para cerca de 200 hectares, com tudo destinado ao mercado chinês", disse Moyo à Xinhua. "A China é um mercado em crescimento, e valerá a pena exportar diretamente da fazenda para a China."

No momento, Moyo consolida sua colheita, vendendo para clientes na África do Sul e na Europa. No entanto, ele já está testemunhando o crescimento do mercado chinês e está ansioso para capitalizá-lo.

Moyo, que também é presidente da Nhimbe Fresh Exports, uma das principais exportadoras de produtos hortícolas, disse que os agricultores locais e as partes interessadas do setor estão considerando aumentar o investimento na produção de mirtilo. "O mercado chinês é o melhor mercado, e há um interesse significativo. É claro que certos padrões de credenciamento devem ser atendidos na China", disse ele.

O Zimbábue, um importante produtor de mirtilo no sul da África, tradicionalmente exporta suas bagas para a União Europeia e o Reino Unido. Agora, ele busca obter acesso ao mercado chinês. O país tem uma vantagem competitiva na produção de mirtilos, colhendo mais cedo do que os outros concorrentes, de acordo com Clarence Mwale, diretor executivo (CEO) da Fair-Mark, uma empresa local que apoia os exportadores no cumprimento das exigências de fornecimento internacional.

Trabalhadores embalam mirtilos em uma fazenda em Marondera, Zimbábue, em 13 de maio de 2024. (Foto por Shaun Jusa/Xinhua)

No ano passado, o Zimbábue enviou sua primeira remessa de frutas cítricas para a China, marcando um passo significativo na expansão de suas exportações agrícolas.

"Temos uma enorme vantagem por entrarmos na temporada dois meses antes de nossos concorrentes", disse Mwale à Xinhua. "Estamos nos posicionando para maximizar esses dois meses em que somos os únicos fornecedores do Hemisfério Sul."

O mercado chinês oferece uma oportunidade lucrativa para os produtores do Zimbábue, observou Mwale. "Estamos trabalhando com o governo do Zimbábue para entender as exigências do mercado chinês e ajudar os agricultores locais a desenvolver a capacidade e os sistemas necessários para acessá-lo."

"Temos estudado as necessidades do mercado chinês e atualmente estamos trabalhando em um protocolo comercial entre os governos. Uma vez aprovado, vamos nos concentrar em atender às exigências dos supermercados e outras demandas do mercado chinês", acrescentou Mwale.

Allan Majuru, CEO da ZimTrade, a agência de promoção comercial do Zimbábue, disse que o país está intensificando os esforços para diversificar suas exportações agrícolas para a China.

"Nosso objetivo é incorporar mirtilos, nozes pecan, pimentas e gergelim, entre outros produtos, para aumentar e diversificar nossa cesta de exportação para a China", disse Majuru.