Foto tirada no dia 20 de setembro de 2015 mostra trem operando no metrô leve em Adis Abeba, Etiópia. (Xinhua/Sun Ruibo)

Nigussie sorriu ao descrever como foi se livrar recentemente do pesadelo do trânsito e os benefícios de economizar tempo do Trem Leve sobre Trilhos de Adis Abeba (AALRT, na sigla em inglês), que começou a funcionar em 2015.

Adis Abeba, 23 abr (Xinhua) -- Nos últimos 15 anos, Natnael Nigussie gerencia um pequeno negócio, vendendo cosméticos e roupas femininas, em uma área movimentada chamada Legehar, no centro de Adis Abeba, capital da Etiópia.

A rotina diária começou com uma viagem de duas horas em meio à caótica correria matinal para chegar à sua pequena loja, no subúrbio leste da cidade.

Nigussie sorriu ao descrever como foi se livrar recentemente do pesadelo do trânsito e os benefícios de economizar tempo do Trem Leve sobre Trilhos de Adis Abeba (AALRT), que começou a funcionar em 2015. Milhares de pessoas estão viajando com o metrô leve todos os dias em 39 estações em toda a cidade.

“Depois que comecei a usar o metrô leve, ir ao centro da cidade não é mais um pesadelo com trânsito. O tempo é essencial para meu negócio”, disse o jovem de 32 anos com um sorriso. “Graças ao metrô leve, passo menos de metade do tempo para chegar à Legehar, onde fica minha loja. Isso virou o jogo para mim”.

Foto tirada no dia 18 de fevereiro de 2024 mostra anoitecer em Adis Abeba, Etiópia. (Xinhua/Li Yahui)

Construída pela China Railway Engineering Corporation, a linha ferroviária leve de 34 km foi introduzida em Adis Abeba em setembro de 2015. A cidade tem cerca de 5 milhões de habitantes e é sede da União Africana e da Comissão Econômica das Nações Unidas para a África.

Binyam Beyene, que também residente em Adis Abeba e usa diariamente o metrô leve, elogiou o transporte pelo seu serviço eficiente e econômico.

“É preciso pagar centenas de birr etíopes para pegar uma carona ou outros serviços de transporte, enquanto o metrô leve só custa 20 birr ou menos de um canto a outro da cidade”, disse ele.

Beyene também destacou o papel fundamental do metrô leve na defesa do transporte de baixo carbono na Etiópia, além de seus menores níveis de ruído e poluição atmosférica.

O país da África Oriental gastou 6 bilhões de dólares em importações de combustível em 2023, mais de metade dos quais foram para o abastecimento de veículos, de acordo com o Ministério dos Transportes e Logística da Etiópia. Além disso, os níveis de poluição nos centros das cidades devido a estes veículos estão supostamente fora dos limites.

Etíopes fazem filas antes de testar o metrô leve recém-inaugurado em Adis Abeba, Etiópia, no dia 20 de setembro de 2015. (Xinhua/Sun Ruibo)

A rede de transporte ferroviário leve construída pela China transportou mais de 109 milhões de pessoas nos primeiros 41 meses desde sua operação, reduzindo significativamente o trânsito e a poluição na capital etíope, segundo a China Railway Engineering Corporation.

A AALRT é um dos vários megaprojetos de desenvolvimento de infraestruturas realizados pela Etiópia nos últimos anos em parceria com a China.

A Ferrovia de Bitola Padrão Etiópia-Djibuti é outro projeto de transporte simbólico construído pela China, representando a importância socioeconômica dos compromissos chineses em uma das economias de crescimento mais rápido da África.

Com cerca de 126,5 milhões de pessoas em 2023, a Etiópia é a segunda nação mais populosa da África, depois da Nigéria, e uma das economias que mais crescem na região, com um crescimento estimado de 7,2% no ano fiscal de 2022/2023, de acordo com o Banco Mundial.

A ferrovia Etiópia-Djibuti, com 752,7 km de extensão, sendo um dos primeiros resultados da cooperação da Etiópia com a China no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR), proposta pela China, recebeu aplausos pela sua forte contribuição para o desenvolvimento da Etiópia.

Dados da Etiópia-Djibuti Standard Gauge Railway Share Company mostram que a ferrovia faturou 2,84 bilhões de birr (cerca de 50 milhões de dólares americanos) nos primeiros nove meses do atual ano fiscal etíope de 2023/2024, que começou em 8 de julho de 2023. A receita gerada aumentou cerca de 1,12 milhão de dólares em comparação com o mesmo período do ano passado.

A principal ferrovia eletrificada conseguiu transportar 148.664 passageiros no mesmo período, um aumento de 15 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Os especialistas reafirmaram isso, destacando a contribuição da AALRT e de outros projetos simbólicos de infraestruturas construídos pela China na melhoria dos transportes na Etiópia.

Costantinos Bt. Costantinos, professor de políticas públicas na Universidade de Adis Abeba, na Etiópia, disse à Xinhua em entrevista recente que, embora a Etiópia tenha sofrido com conflitos e secas catastróficas, seu desenvolvimento econômico e a cobertura de infraestruturas sofreram “uma sobrecarga”. Impulsionando a transformação no âmbito da ICR e do Fórum de Cooperação China-África”.

“Como parte da ICR e dos acordos bilaterais, tem ocorrido na Etiópia um desenvolvimento de vanguarda que gera investimento e melhoria da vida das pessoas, como um aumento de 20 anos na esperança de vida, mais de cem mil quilômetros de estradas e cerca de um mil quilômetros de ferrovias”, disse ele.

“No espírito do multilateralismo e do esforço genuíno para elevar a humanidade, a China tomou medidas para preencher a grande lacuna na construção das infraestruturas agrícolas e industriais da África”, disse Costantinos.

Foto tirada no dia 27 de outubro de 2019 mostra canteiro de obras da Praça da Amizade em Adis Abeba, Etiópia. (China First Highway Engineering Co., Ltd./Divulgação via Xinhua)

De acordo com Melaku Mulualem, pesquisador sênior das relações internacionais e diplomacia do Instituto das Relações Exteriores da Etiópia, os dois projetos ferroviários, juntamente com outros projetos de desenvolvimento, como a construção de uma dúzia de parques industriais em diferentes regiões da Etiópia, manifestam vividamente o sucesso cooperação para o desenvolvimento de infraestruturas China-Etiópia no âmbito da ICR.

“A ICR melhorou a vida de muitos etíopes. Eles estão trabalhando em vários projetos da ICR, incluindo parques industriais, estações ferroviárias, construções de rodovias e vias rápidas, setores de redes digitais, e muitos outros. Esses projetos também estão contribuindo muito para nossa economia”, disse Mulualem.

No entanto, a fim de maximizar o desempenho e os benefícios dessas infraestruturas, os especialistas também apelaram às partes relevantes para reservarem financiamento adequado a fim de construir instalações de manutenção locais e armazenar peças sobressalentes suficientes para reparação. O capital humano também deve ser bem formado e remunerado para garantir o funcionamento sustentável destas ferrovias.