Beijing, 20 abr (Xinhua) -- As acusações dos Estados Unidos sobre as políticas industriais da China nos setores siderúrgico e de construção naval são infundadas e contra o bom senso econômico, disse um porta-voz chinês na sexta-feira, pedindo aos Estados Unidos que não transformem questões econômicas e comerciais em questões de segurança.

Os Estados Unidos ameaçaram recentemente triplicar as tarifas tanto para as importações de aço quanto para as importações de alumínio da China. Também culpou as práticas do governo chinês na indústria de construção naval.

Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, disse que esses comentários são exagerados, e a China expressa grave preocupação e insatisfação com eles.

O setor siderúrgico da China visa principalmente atender à demanda interna e não recebe subsídios voltados para a exportação. Apenas 5% de seu aço é exportado, muito abaixo do Japão, da República da Coreia e de outras siderúrgicas, o que significa que a influência das exportações chinesas de aço no mercado internacional é muito limitada, disse Lin.

"Os EUA, por outro lado, gastam centenas de bilhões de dólares em subsídios domésticos discriminatórios e abusam dos controles de exportação citando 'segurança nacional', o que dificulta o comércio internacional normal de chips e outros produtos", disse ele. "Que dois pesos e duas medidas para os EUA acusarem a China de 'práticas não mercantis'."

Citando vários estudos dos EUA, Lin disse que a indústria naval dos EUA perdeu sua vantagem competitiva há muitos anos devido ao excesso de proteção.

O crescimento de indústrias relevantes na China é resultado da inovação tecnológica das empresas e da participação na competição de mercado. Também se beneficia do maduro sistema de fabricação industrial da China e do vasto mercado interno, disse ele.

De acordo com uma decisão da Organização Mundial do Comércio, o ex-governo dos EUA errou ao impor tarifas adicionais de aço e alumínio a certos membros da OMC e iniciar a investigação da Seção 301 e aumentar as tarifas sobre a China, disse Lin.

"Em vez de corrigir seu erro, os EUA optaram por dobrá-lo, ameaçando com novos aumentos de tarifas e anunciando uma nova investigação da Seção 301", acrescentou.

"Pedimos aos EUA que sejam prudentes em suas palavras e ações, parem de manipular questões sobre a China no ano eleitoral, parem de transformar questões econômicas e comerciais em questões de segurança, suspendam tarifas adicionais sobre a China e parem de impor novas", disse Lin, acrescentando que a China tomará todas as medidas necessárias para defender firmemente seus próprios direitos e interesses.