Um jato de passageiros chinês C919 se apresenta no Airshow de Cingapura em Cingapura, 20 de fevereiro de 2024. O jato de passageiros chinês C919 estreou em uma demonstração de voo no Airshow de Cingapura, que teve início na terça-feira. (Foto de Then Chih Wey/Xinhua)

Desde seu voo comercial inaugural de Shanghai a Beijing, em maio, o C919 tem atraído grande atenção global, oferecendo uma alternativa promissora ao duopólio de longa data da Airbus e da Boeing no mercado de jatos de passageiros.

Cingapura, 22 fev (Xinhua) -- O avião a jato C919, desenvolvido internamente na China, voou pelos céus de Cingapura no domingo, marcando sua primeira exibição internacional e apresentando ao mundo o mais recente avanço dos produtos chineses de alta tecnologia.

A estreia do avião de fuselagem estreita no Airshow de Cingapura, o maior da Ásia, ocorreu após quase nove meses de operação comercial doméstica estável e econômica pela China Eastern Airlines. Mais de 1.200 pedidos foram feitos para o jato até o momento, de acordo com a fabricante, a Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC).

Desde seu voo comercial inaugural de Shanghai para Beijing, em maio, o C919 tem atraído grande atenção global, oferecendo uma alternativa promissora ao duopólio de longa data da Airbus e da Boeing no mercado de jatos de passageiros.

Dominado por poucas empresas ocidentais, o setor mundial de fabricação de aeronaves está enfrentando desafios como problemas de segurança, interrupções nas cadeias de suprimentos e repetidos atrasos nas entregas. Os esforços da China para inovar e desempenhar um papel ativo no mercado internacional abrirão novas oportunidades de negócios para seus parceiros em todo o mundo.

De acordo com um relatório da Boeing divulgado em setembro, a China deverá se tornar o maior mercado de aviação doméstica do mundo nas próximas duas décadas, respondendo por 20% da demanda global de aviões até 2042, com a grande maioria dos pedidos sendo feitos no setor de corredor único.

Um jato de passageiros chinês C919 é exibido no Airshow de Cingapura em Cingapura, em 20 de fevereiro de 2024. O jato de passageiros chinês C919 estreou em uma demonstração de voo no Airshow de Cingapura, que teve início na terça-feira. (Foto de Then Chih Wey/Xinhua)

O aumento da demanda doméstica e os esforços incessantes para fazer avanços tecnológicos devem ajudar o avião C919 a estabelecer sua marca e conquistar uma participação no mercado de aeronaves altamente consolidado.

No exterior, a COMAC já recebeu pedidos para o C919 da locadora de aeronaves GE Capital Aviation Services, sediada nos EUA, da start-up Gallop Air, de Brunei, da locadora irlandesa AerCap e da companhia aérea fretada City Airways, registrada na Tailândia, para citar algumas.

Nesta era de produção em massa globalizada, nenhuma empresa ou país pode produzir um jato comercial por conta própria. E não é necessário. Os setores de fabricação de aviões são um exemplo clássico de empresas do mundo todo trabalhando juntas nesse empreendimento, geralmente considerado a joia da coroa da fabricação nos tempos modernos. Embora o C919 tenha muitos fornecedores no exterior, algumas peças dos aviões da Boeing e da Airbus são fabricadas na China.

Trabalhar lado a lado com clientes e fornecedores é vital para o sucesso de qualquer fabricante em um mundo cada vez mais interconectado. Até mesmo os rivais do setor, como a Boeing e a Airbus, parabenizaram o C919 e abraçaram a perspectiva de uma concorrência saudável. A China está comprometida com a cooperação com empresas de todo o mundo no setor de aviação para promover um ecossistema industrial de apoio.

No Centro de Exposições Changi, em Cingapura, mais de 1.000 empresas e várias equipes de aeronaves e acrobacias aéreas estão exibindo suas mais recentes tecnologias e habilidades de aviação em um espaço aberto e compartilhado, com expectativa e entusiasmo no ar.

Esse espírito de abertura e compartilhamento é exatamente o que é necessário na arena internacional.