Entrevista: Sul Global deseja um mundo multipolar com governança econômica justa, diz economista-Xinhua

Entrevista: Sul Global deseja um mundo multipolar com governança econômica justa, diz economista

2024-02-16 12:35:06丨portuguese.xinhuanet.com

Foto tirada no dia 11 de setembro de 2023 mostra canteiro de obras do projeto Distrito Comercial Central (DCC) construído pela China State Construction Engineering Corporation (CSCEC) na nova capital administrativa, a leste do Cairo, Egito. (Xinhua/Ahmed Gomaa)

“Os países em desenvolvimento e as economias emergentes sabem da importância de diversificar as relações econômicas e de cooperar com economias-chave como a China”, disse um economista.

Cairo, 14 fev (Xinhua) -- Os estados em desenvolvimento do Sul Global querem uma ordem mundial multipolar livre da hegemonia dos EUA e uma governança econômica global justa, sob a qual possam alcançar o desenvolvimento sustentável com parcerias justas e mútuas, disse um economista em entrevista recente à Xinhua.

“Em um sistema econômico global justo, todas as partes priorizariam os interesses comuns, a resolução pacífica de conflitos e a cooperação para o desenvolvimento sustentável”, disse Diaa Helmy, secretário-geral da Câmara de Comércio Sino-Egípcia, com sede no Cairo.

Nos últimos anos, representantes dos países em desenvolvimento e das economias emergentes participaram em várias reuniões importantes do BRICS, do Movimento dos Não-Alinhados, do Grupo dos 77 e de outros fóruns, durante os quais mostraram seus apelos à união, cooperação, reforma e colaboração para construir um mundo pacífico, justo e sustentável.

“Estas reuniões indicam a consciência dos países em desenvolvimento sobre a necessidade de um novo mundo multipolar”, disse Helmy à Xinhua, também membro do comitê econômico do Conselho Egípcio para os Negócios Estrangeiros.

“Os países em desenvolvimento e as economias emergentes sabem da importância de diversificar as relações econômicas e de cooperar com economias-chave como a China”, acrescentou ele.

O especialista acredita que a maioria dos países em desenvolvimento, incluindo o Egito, perceberam que mecanismos de cooperação como o BRICS e a Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR) ajudarão a criar um futuro onde interesses comuns e resultados benéficos para ambas as partes possam ser alcançados.

Helmy considerou a recente expansão do BRICS para incluir mais membros como um dos indicadores de que o mundo está indo rumo a um sistema global multipolar.

No ano passado, o BRICS deu um passo histórico de expansão, convidando o Egito e outros países em desenvolvimento a virarem membros de pleno direito, o que entrou em vigor no início deste ano.

Cartazes da 15ª edição da Cúpula do BRICS vistas em rua de Joanesburgo, África do Sul, no dia 17 de agosto de 2023. (Xinhua/Chen Cheng)

“A expansão do BRICS reflete a crescente consciência global do domínio de alguns países ricos nos assuntos mundiais e da necessidade de reformar os sistemas de governação global onde o Sul Global está subrepresentado”, disse Helmy.

O especialista econômico destacou que a expansão do BRICS ajudará a amplificar a voz do Sul Global nos assuntos políticos e econômicos internacionais, além de promover mais equilíbrio econômico global e justiça.

“Isso abre novos mercados para a cooperação econômica e o intercâmbio comercial entre os países do BRICS”, destacou Helmy, acrescentando que a medida reforçará as parcerias econômicas entre os estados em desenvolvimento.

Helmy destacou que a adesão ao BRICS abre “amplos horizontes econômicos” para o Egito, promovendo o clima econômico do país de forma que atraia mais investimentos estrangeiros, especialmente na digitalização, agricultura, ambiente e infraestruturas.

Ele mencionou que o Sul Global e os estados em desenvolvimento geralmente consideram a China como um parceiro de desenvolvimento confiável devido à sua não interferência em assuntos internos de outros países e às suas iniciativas positivas de desenvolvimento, como a ICR e a Iniciativa de Desenvolvimento Global.

Isto tranquiliza os países que cooperam com a China de que o gigante país asiático procura uma cooperação positiva entre todos os países para alcançar um futuro compartilhado, segundo o economista egípcio.

“Os estados em desenvolvimento e as economias emergentes, incluindo o Egito, agora percebem mais do que nunca que há grandes benefícios econômicos na cooperação com a China”, disse Helmy.

O especialista disse que espera ver a China desempenhar um papel mais significativo na construção de uma ordem mundial multipolar.

“É hora de cooperar para estabelecer uma governança econômica global justa e igualitária. Do contrário, a lacuna entre os países ricos e pobres continuará aumentando, o que não é do interesse da humanidade”, disse Helmy.

Os países precisam de trabalhar juntos para o desenvolvimento comum, “já que o mundo está no mesmo barco, com destino e futuro compartilhados”, disse Helmy.

Fale conosco. Envie dúvidas, críticas ou sugestões para a nossa equipe através dos contatos abaixo:

Telefone: 0086-10-8805-0795

Email: portuguese@xinhuanet.com