(Foto por Zhang Jing/Xinhua)
Xichang, 9 jan (Xinhua) -- A China enviou um novo satélite astronômico ao espaço nesta terça-feira para observar os misteriosos fenômenos transitórios no universo que piscam como fogos de artifício, tentando revelar os aspectos violentos e pouco conhecidos do cosmos.
O satélite Einstein Probe (EP) usa uma nova tecnologia de detecção de raios X inspirada no olho da lagosta. Ele foi lançado às 15h03 (horário de Beijing) por um foguete transportador Longa Marcha-2C do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, Província de Sichuan, no sudoeste da China.
Pesando cerca de 1,45 tonelada e com o volume de um SUV de tamanho normal, o satélite tem a forma de flor de lótus com 12 pétalas e dois estames.
"Este é o satélite mais bonito que já vi", disse Yuan Weimin, principal investigador da missão da EP e pesquisador nos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências (ACC).
As 12 "pétalas" são na verdade 12 módulos que consistem em um telescópio de raios X de campo amplo (WXT, sigla em inglês), enquanto os dois "estames" consistem em dois módulos do telescópio de raios X subsequente (FXT, sigla em inglês).
Esses telescópios formam um observatório espacial projetado para ajudar os cientistas a capturarem o primeiro feixe de luz gerado pela explosão da supernova, a procurarem e localizarem com precisão os sinais de raios X que acompanham os eventos das ondas gravitacionais e a descobrirem buracos negros adormecidos e outros objetos celestes transitórios, assim como variáveis nos confins do universo.
"Como os buracos negros e as ondas gravitacionais são previstos pela teoria da relatividade geral de Einstein, o satélite recebeu o nome desse grande cientista", explicou Yuan.
Os cientistas imitaram a estrutura especial do olho de lagosta ao desenvolver o WXT, que pode alcançar simultaneamente observação de campo amplo e imagens focadas em raios X.
O WXT pode ficar de olho em um duodécimo de todo o céu de uma só vez, informou Ling Zhixing, cientista de instrumentos do WXT.
O FXT, desenvolvido por uma equipe internacional liderada por cientistas chineses, apresenta alta sensibilidade e não só é adequado para observação rápida de acompanhamento, mas também capaz de descobrir de forma independente fontes explosivas e transitórias, disse Chen Yong, pesquisador do Instituto de Física de Altas Energias da ACC, responsável pelo desenvolvimento do FXT.
Quando telescópios de olho de lagosta recebem sinais de raios X de uma fonte transitória, o computador de bordo processará os dados em tempo real e girará a espaçonave para atingir o corpo celeste com o FXT. O FXT realizará então uma observação de acompanhamento de alta precisão. Os dois telescópios se complementarão e cooperarão entre si, disse Zhang Chen, assistente do principal investigador da missão.
A equipe também desenvolveu sensores CMOS para observação de raios X no espaço, que é um detector astronômico de raios X inovador, disse Zhang.
O lançamento foi a 506ª missão da série de foguetes transportadores Longa Marcha.
(Foto por Ling Siqin/Xinhua)
(Foto por Qiu Lijun/Xinhua)
(Foto por Zhang Jing/Xinhua)