Rio de Janeiro, 14 set (Xinhua) -- A geração de energia eólica no mar pode acelerar a transição energética no Brasil ao ampliar sua capacidade em 3,6 vezes em relação à atual, segundo um estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O Brasil tem um grande potencial inexplorado, com capacidade para atingir 700 gigawatts (GW), 3,6 vezes a capacidade elétrica total já instalada e conectada ao Sistema Interligado Nacional (194 GW), indica o estudo "Oportunidades e Desafios para a Geração Elétrica Offshore no Brasil e a Produção de Hidrogênio de Baixo Carbono", elaborado pela CNI, embora sem especificar quando se poderá alcançar este nível.
A entidade informou que a geração de energia eólica marinha mundial poderia alcançar 260 GW em 2030 e 316 GW 10 anos depois, com investimentos previstos em até um trilhão de dólares.
A CNI acrescentou que até 30 de agosto passado, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recebeu 78 solicitações de permissão para parques eólicos marinhos, que totalizariam um potencial de geração de 189 GW.
A inclusão dessa energia limpa na matriz energética brasileira é vista como ponto primordial para o Brasil cumprir com o Acordo de Paris -- tratado sobre mudanças climáticas assinado por 195 países e adotado em 2015. Nele, o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e em 50% até 2030, tendo como base as emissões de 2005.
Além disso, no ano passado, o país assumiu o compromisso de alcançar emissões líquidas neutras até 2050, ou seja, não contribuir para o efeito estufa, tanto diminuindo as emissões, quanto capturando carbono da atmosfera.
"A eólica offshore vem para somar rumo a essa expansão de renováveis e com o objetivo de manter a matriz energética elétrica do Brasil cada vez mais limpa e sustentável", afirmou o gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.
O estudo identificou que as regiões do litoral brasileiro com maior potencial de geração estão no nordeste, entre os estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte; entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, no sudeste; e na Lagoa dos Patos, no litoral do Rio Grande do Sul (sul).