O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fala durante uma entrevista à Xinhua em Caracas, Venezuela, no dia 5 de setembro de 2023. A China e a Venezuela, desfrutando de laços de amizade e compartilhando "um destino comum", estão ambas comprometidas com a paz, o desenvolvimento e a cooperação, disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. (Foto por Marcos Salgado/Xinhua)

Caracas, 10 set (Xinhua) -- A China e a Venezuela, desfrutando de laços amistosos e compartilhando "um destino comum", estão ambas comprometidas com a paz, o desenvolvimento e a cooperação, disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

"Entre a China e a Venezuela existe uma relação exemplar", disse Maduro à Xinhua em entrevista exclusiva antes de sua visita de Estado à China.

A convite do presidente Xi Jinping, Maduro realizará uma visita de Estado à China de 8 a 14 de setembro.

"Acredito que os laços entre os governos e os povos da China e da Venezuela são laços de confiança mútua, verdadeira fraternidade e cooperação para o desenvolvimento compartilhado", disse ele.

Descrevendo os laços bilaterais como frutíferos, o presidente disse que a Venezuela apoia firmemente a visão da China de construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, que respeite a diversidade de um mundo composto por diferentes civilizações.

"Acredito que o caminho proposto pelo presidente Xi Jinping é unir as pessoas em todos os aspectos - economia, comércio, cultura - e estabelecer as bases para deixar para trás o velho mundo do colonialismo e do imperialismo", acrescentou Maduro.

O líder venezuelano elogiou as ações da China durante a pandemia de COVID-19.

"Temos muito a agradecer à China. Durante a pandemia, se não fosse a China, dado o bloqueio contra a Venezuela pelo imperialismo norte-americano, nem os medicamentos nem os artigos sanitários teriam chegado, nem as vacinas", disse ele.

O apoio da China ao país sul-americano, disse ele, tem sido essencial, dada a luta árdua da Venezuela sob mais de 950 sanções ilegais impostas pelos Estados Unidos e outras potências ocidentais.

Maduro expressou profundo apreço pela coragem e firmeza do governo chinês e do povo chinês em ajudar a Venezuela na oposição a essas sanções "ilegais e criminosas".

A Venezuela resistiu à repressão do imperialismo norte-americano e mostrou que é capaz de recuperar de tais ataques, disse o presidente. "Temos avançado na construção de um novo modelo econômico baseado na diversificação produtiva".

Hoje, a comunidade internacional enfrenta uma oportunidade histórica para ajudar a inaugurar um mundo multipolar, onde nenhum país ou grupo domina, sublinhou Maduro.

Ao longo da história da humanidade, um império substituiu outro e uma potência colonial sucedeu a outra, disse ele. "Só agora, no século XXI, depois de tantos séculos de lutas, é que vemos a perspectiva de um mundo livre do imperialismo ou do colonialismo.”

Dezenas de nações emergentes estão ajudando a humanidade a se reunir e a recuperar seu direito à felicidade, à igualdade, à liberdade e à democracia, disse ele, saudando a China como estando na vanguarda desses esforços.

Em uma mensagem ao povo chinês, Maduro apelou à construção de uma pátria para toda a humanidade, "onde possamos nos encontrar, nos reconhecer e seguir o caminho do desenvolvimento, da paz e da cooperação".