
Foto tirada no dia 11 de novembro de 2018 mostra Usina Solar de Garissa, no nordeste do Quênia. (Xinhua)
Nairóbi, 25 ago (Xinhua) -- A cerca de 14 quilômetros da cidade de Garissa, localizada no nordeste do Quênia, fica uma das preciosidades escondidas do país no setor de energia.
Conhecida como Usina Solar de Garissa, a instalação de 55 megawatts (MW) é a "maior central de energia solar ligada à rede na África Oriental e Central", de acordo com a Corporação de Eletrificação Rural e Energia Renovável do Quênia (REREC, na sigla em inglês).
A usina de 136 milhões de dólares americanos, que cobre uma área de 85 acres (34,40 hectares), foi financiada pelo Banco de Exportação e Importação da China e construída pela Corporação para Cooperação Econômica e Tecnológica Internacional de Jiangxi da China, é repleta de belos painéis pretos, alinhados de forma esplêndida, que se estendem.
O projeto, a primeira grande usina solar a aproveitar os muitos recursos solares do Quênia, foi ligado à rede nacional em setembro de 2018 e comissionado em 2019, conforme o país da África Oriental diversificava a sua produção de energia para reduzir os custos energéticos.
O país gera cerca de 87% da sua eletricidade a partir de fontes renováveis, particularmente energia geotérmica, hídrica, solar e eólica, de acordo com a Autoridade Reguladora de Energia e Petróleo (EPRA, na sigla em inglês), com uma capacidade fotovoltaica instalada de 210 MW atualmente, acima dos 170 MW em meados de 2022.
Devido ao aumento da capacidade, a geração de energia solar do país saltou de 7,44 milhões de quilowatts por hora (KWh) por mês em 2021 para uma média de 30 milhões de KWh por mês atualmente, segundo a EPRA.
Metade da energia solar gerada provém da Usina Solar de Garissa, que contribui com 2% no escopo energético nacional, levando à redução dos custos de energia e promovendo o desenvolvimento de eletricidade limpa, fiável e sustentável.
A eletricidade gerada pelo projeto é suficiente para abastecer 70 mil residências, compensando anualmente cerca de 43 mil toneladas de emissões de dióxido de carbono (CO2), segundo a REREC em um relatório.
Hannington Gochi, especialista em energia renovável da REREC, disse que a usina foi estabelecida no semiárido condado de Garissa devido aos abundantes recursos solares.
Além disso, a área funcionava com geradores movidos a diesel que eram caros e insustentáveis.
O Quênia possui muitos recursos energéticos na África Subsaariana devido à sua posição estratégica na linha do equador.
O governo queniano, portanto, escolheu aproveitar a elevada intensidade solar da área para apoiar a rede e as linhas elétricas construídas para atender os moradores.
"Houve um aumento no investimento em Garissa devido à energia de baixo custo, além de vários pequenos negócios, como oficinas de soldagem. A usina solar também criou empregos direta e indiretamente", disse Gochi, acrescentando que o emprego foi gerado de funções, como limpeza de painéis.
Elizabeth Wanjiku, proprietária de uma barraca de comida na cidade de Garissa, disse que, antes, dependia de geradores para levar seu negócio adiante, principalmente por causa do frigorífico que conserva comida.
"Agora estamos usando eletricidade mais confiável. A cidade está ligada à rede nacional depois da instalação da usina solar, somos beneficiados por isso. Os apagões diminuíram", disse ela em entrevista recente.
Ela diz que o sucesso do seu negócio em atender os trabalhadores da cidade é por causa da energia confiável, já que não desperdiça mais alimentos.
Harun Jaya, agricultor local, disse que com eletricidade confiável, consegue bombear água para irrigar a sua fazenda onde cultiva tomates para venda na área seca que importa principalmente os seus alimentos.
Daniel Bargoria, diretor-geral da EPRA, citou que o compromisso do Quênia de produzir 100% da eletricidade a partir de fontes renováveis está em progresso.
"O subsetor das energias renováveis continua tendo um crescimento positivo, o que mostra o compromisso de promover energias limpas", disse Bargoria.
Bargoria acrescentou que o governo priorizou o desenvolvimento da produção de energia renovável a partir de usinas geotérmicas, eólicas e solares para facilitar a busca do Quênia da meta de 100% de transição para energia limpa até 2030.
David Chirchir, secretário de gabinete do Ministério da Energia e Petróleo, disse em entrevista recente que o governo recorrerá mais a fontes de energia verdes, como a solar, para reduzir o custo da eletricidade.
"Estamos à frente em comparação com o resto do mundo em termos de energia renovável, que tem um custo bastante acessível", disse Chirchir em uma Conferência sobre Energia Verde realizada recentemente em Nairóbi, capital do Quênia.
De acordo com Chrichir, o Quênia está empreendendo uma iniciativa ousada de crescimento verde que fará a transição do país para 100% de energia renovável até 2030.
Parte da estratégia do governo envolve a implantação de pequenas redes solares para atender comunidades em áreas remotas.
A nação da África Oriental tem atualmente 62 pequenas redes solares operacionais, com mais 28 sendo construídas.

Foto aérea tirada no dia 15 de fevereiro de 2019 mostra Usina Solar de Garissa, no nordeste do Quênia. (Xinhua)



