
Foto tirada no dia 19 de fevereiro de 2020 mostra o Pentágono visto de um avião sobre Washington D.C., Estados Unidos. (Xinhua/Liu Jie)
"Ocultação, engano e mentiras descaradas caracterizaram a política de segurança nacional dos EUA por décadas. Mentiras são parte integrante das operações de segurança nacional."
Beijing, 24 jul (Xinhua) -- Justamente quando os Estados Unidos estão no meio de uma grave crise de opioides, o que está levando a mais mortes acidentais em todo o país do que nunca, Washington começou a prender e indiciar indivíduos e empresas chinesas por acusações relacionadas ao fentanil, girando mentiras anti-China e culpando a China por sua própria supervisão inadequada.
Mas mentir e passar a responsabilidade não fará com que esses problemas desapareçam, nem podem enganar todo mundo o tempo todo. A verdade é que, quanto mais mentiras os Estados Unidos acumulam, menos credibilidade eles têm no cenário mundial.
POLÍTICA DE SEGURANÇA NACIONAL CARACTERIZADA POR ENGANO
Ao longo dos anos, sob a bandeira da "liberdade, democracia e direitos humanos", os Estados Unidos caluniaram países deliberadamente e alimentaram guerras e distúrbios. Eles embelezaram a agressão e a interferência como promovendo a chamada "democracia" e glorificaram saques e assassinatos como "defensores da justiça" e "protetores dos direitos humanos". Exemplos não faltam.
Em 1964, o governo dos EUA alegou que navios de guerra dos EUA foram atacados por torpedeiros da República Democrática do Vietnã no Golfo de Tonkin. O Congresso dos EUA aprovou a chamada "Resolução do Golfo de Tonkin", autorizando o envolvimento total do governo na Guerra do Vietnã. Em 2005, a Agência de Segurança Nacional dos EUA divulgou um relatório reconhecendo uma "alta probabilidade" de que não houvesse navios vietnamitas nas proximidades dos navios de guerra dos EUA na época.
Em 2003, os Estados Unidos lançaram uma guerra contra o Iraque alegando que este possuía armas de destruição em massa. Agora, 20 anos se passaram e nenhuma dessas armas apareceu. No Sudão, um ataque de míssil dos EUA destruiu uma fábrica farmacêutica com base nas alegações de que estava "produzindo armas químicas". Um funcionário foi morto e outros onze ficaram feridos na fábrica atacada, que mais tarde se descobriu que produzia remédios para o povo sudanês local.
"Ocultação, engano e mentiras descaradas caracterizaram a política de segurança nacional dos EUA por décadas. Mentiras são parte integrante das operações de segurança nacional. Eles buscam credibilidade para a política do governo. Eles enganam adversários, encobrem erros e falhas", disse um artigo publicado no site australiano The Conversation.

Cercas de segurança são montadas do lado de fora da Casa Branca enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, planeja fazer seu discurso de aceitação da Convenção Nacional Republicana (RNC, em ingl) na Casa Branca, em Washington D.C., Estados Unidos, no dia 27 de agosto de 2020. (Foto por Ting Shen/Xinhua)
ENSINANDO A MENTIR
"Eu fui o diretor da CIA. Mentimos, trapaceamos, roubamos... tivemos cursos de treinamento inteiros. Isso nos lembra a glória do experimento americano." Esta é uma linha de um discurso do ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, no Texas, em 2019.
Essa é provavelmente a frase mais verdadeira proferida em sua carreira.
O governo dos EUA pode ser diligente, mas parece lutar com a arte do engano.
De alegações de "trabalho forçado", "rastreamento das origens da COVID-19", um "balão de espionagem" a "fentanil", nenhuma dessas "atribuições" provou ser rigorosa, mesmo pelos padrões dos EUA. Essas mentiras fabricadas pelo lado dos EUA se mostraram indefensáveis.
Em 2020, Pompeo lançou seu projeto de rede 5G sem China, alegando infundadamente que algumas empresas chinesas, especialmente a Huawei, ameaçavam a privacidade de dados de cidadãos e empresas dos EUA. Ele viajou por vários países da UE para obter a adesão.
Seu discurso não conseguiu convencer os aliados dos EUA. Os governos espanhol e alemão criticaram a alegação de espionagem, confirmando que os dispositivos da Huawei são seguros e confiáveis. O Reino Unido cedeu à pressão e proibiu a Huawei, que "não tinha nada a ver com a segurança nacional", simplesmente "porque os americanos nos disseram que deveríamos fazê-lo", admitiu um ex-ministro.
Os líderes europeus têm boas razões para duvidar. A ex-chanceler alemã Angela Merkel e outros altos funcionários europeus aprenderam dolorosamente que a privacidade de seus dados não é uma prioridade para seu aliado transatlântico, afinal.
Os Estados Unidos culparam a China por sua epidemia de fentanil, que mata 70.000 americanos todos os anos. A realidade é que um punhado de projetos de lei que salvam vidas foram sufocados em meio à política eleitoral e conflitos partidários ao longo de quatro administrações e duas décadas.
O resultado de aprendizagem pretendido? Como afirmou certa vez o ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Denis Moncada, os Estados Unidos "usam os direitos humanos como parte de uma estratégia para perpetuar sua hegemonia e cortar os caminhos de desenvolvimento independente escolhidos por diferentes povos ao redor do mundo".
CREDIBILIDADE PERDIDA
"Eu me preocupo muito com o país porque o que estamos vendo - e acho que qualquer um que respire fundo e olhe para o que está acontecendo - estamos em uma arena, uma era, do que chamo de normalização de inverdades", disse em julho o ex-assessor médico chefe da Casa Branca, Anthony Fauci.
"Há tantas deturpações e distorções da realidade e da teoria da conspiração que quase se normaliza", disse Fauci.
Nos últimos anos, o crescimento econômico doméstico dos Estados Unidos tem sido lento, a renda da classe média estagnou e o fosso entre ricos e pobres tem aumentado. Diante de seus próprios problemas estruturais, o governo dos EUA optou por culpar outros países e buscar bodes expiatórios.
"Para a maioria das pessoas comuns no mundo ocidental, mas especialmente nos Estados Unidos, a China é uma grande distração - uma abstração mental - dos problemas cotidianos muito reais, sérios e concretos que confrontam suas sociedades hoje", disse o jornal South China Morning Post em uma reportagem publicada em junho.
Mas as mentiras são contraproducentes e a credibilidade internacional dos Estados Unidos continua a declinar.
Moncada disse em junho que os Estados Unidos têm dois pesos e duas medidas em relação aos direitos humanos e não respeitam a soberania de outros países. A comunidade internacional deve se unir em solidariedade para defender a Carta das Nações Unidas, enfrentar o hegemonismo e outros atos e construir um mundo justo com interesses comuns compartilhados.


