Davos, Suíça, 17 jan (Xinhua) -- A economia chinesa se encaminha para um forte crescimento em 2023, disse na terça-feira o vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Leslie Maasdorp, no Fórum Econômico Mundial (FEM) que está acontecendo em Davos, Suíça.

Maasdorp disse em entrevista à Xinhua que a recente decisão da China de suspender as restrições da COVID-19 impulsionará o crescimento econômico, o que, por sua vez, também ajudará em outros aspectos da economia, como o consumo.

Embora ele tenha previsto um "período agitado" no primeiro trimestre deste ano, e possivelmente no segundo, há fortes expectativas de muito crescimento impulsionado pelo consumo no segundo semestre.

A otimização das políticas contra COVID da China "terá um impacto muito positivo tanto para o país quanto para a economia mundial", disse Maasdorp. Muitos bancos já previram que o crescimento chinês para 2023 será muito maior do que o inicialmente projetado.

O consumo crescente e o aumento da confiança dos investidores levarão a uma recuperação do consumo e a um crescimento econômico maior, disse Maasdorp.

Com uma economia de cerca de 18 trilhões de dólares americanos, a China tem um papel importante a desempenhar na recuperação da economia global, acrescentou ele.

O produto interno bruto (PIB) da China cresceu 3% ao ano, para um recorde de 121,0207 trilhões de yuans (18 trilhões de dólares) em 2022, mostraram dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) na terça-feira.

Como a segunda maior economia do mundo, o crescimento chinês também impulsiona o crescimento global.

"Uma recuperação no consumo chinês terá um efeito muito positivo para a economia global", disse Maasdorp.

As áreas de crescimento na China incluem turismo e indústrias verdes, disse ele. "A China é um dos maiores investidores em energias verde, solar e eólica, além de armazenamento de bateria. Esses são setores com muito crescimento. E o aumento do investimento nesses setores também contribuirá positivamente para o crescimento global".

"Todos sabem que a China tem um papel essencial a desempenhar na agenda climática", disse ele.

Muitos economistas esperam que, assim que as empresas chinesas retomarem a produção nos níveis antes da pandemia, os fluxos comerciais sejam estimulados e as cadeias de suprimentos restauradas.

A China também tem um papel importante no aumento da cooperação multilateral, disse Maasdorp.

"Sem cooperação multilateral, não é possível lidar com desafios transnacionais. Acredito que a única lição positiva que podemos aprender com a COVID-19 é sobre nossa conexão", disse ele.

A bem-sucedida erradicação da pobreza absoluta na China é "uma das maiores conquistas da humanidade", acrescentou Maasdorp.