A fisioterapeuta e acupunturista egípcia Abir El-Naggar realiza um tratamento de acupuntura em um homem em uma clínica no Cairo, Egito, em 30 de novembro de 2025. (Xinhua/Ahmed Gomaa)
por Mahmoud Fouly
Cairo, 8 dez (Xinhua) -- Em uma clínica modesta dentro de um centro médico no Cairo, a fisioterapeuta e acupunturista egípcia Abir El-Naggar organiza metodicamente suas agulhas de acupuntura e ferramentas de ventosa.
Com mais de 20 anos de experiência, ela é tanto uma profissional quanto uma testemunha da crescente influência da medicina tradicional chinesa (MTC) no Egito.
"A MTC vê o ser humano como corpo, alma e espírito juntos — uma unidade completa", disse ela. "Com os pontos certos e as agulhas colocadas corretamente, você ajuda o corpo a se curar, sem produtos químicos." Foi essa filosofia que inicialmente a atraiu para a área há mais de duas décadas.
As pessoas são atraídas pela MTC porque ela trata a causa subjacente da doença, em vez de apenas os sintomas, disse ela. "Muitos pacientes me dizem: ‘Finalmente sinto a energia fluindo em meu corpo’. Esse momento é inestimável."
Formada em fisioterapia pela Universidade do Cairo, a jornada de El-Naggar na MTC começou em 2001 e acabou levando-a à Dinamarca. Lá, ela concluiu um programa de acupuntura de três anos em uma faculdade particular em Copenhague, que incluiu um mês de estudos na Universidade de Medicina Chinesa de Pequim. Mais tarde, ela obteve seu doutorado na Universidade de Medicina Chinesa de Nanjing, na China.
Em sua clínica, ela trata uma ampla gama de condições, incluindo dores crônicas nas costas e no pescoço, enxaquecas, problemas relacionados ao estresse e distúrbios neurológicos, como espasticidade em crianças, áreas nas quais, segundo ela, a acupuntura costuma produzir melhorias significativas.
Um de seus pacientes, Sultan Mansour, treinador de futebol, compartilhou que a acupuntura foi o único tratamento que aliviou seus anos de dor pós-cirúrgica no menisco, depois que a fisioterapia proporcionou apenas um alívio limitado. Ele disse que suas sessões com El-Naggar "fizeram uma diferença real, e eu experimentei uma melhora significativa".
Depois de experimentar a eficácia da medicina chinesa, ele começou a recomendar a acupuntura a outros treinadores, jogadores, vizinhos e amigos que lidavam com lesões esportivas, dores crônicas e outras doenças.
"Para quem me pergunta, eu digo: experimente a medicina chinesa, ela pode realmente fazer a diferença", disse ele.
Mansour acrescentou que viu uma melhora significativa em casos mais complexos que encaminhou a El-Naggar, como pacientes com paralisia parcial e derrame. Ele acredita que a acupuntura se tornará uma ferramenta terapêutica cada vez mais vital.
Para Nemat Galal, dona de casa, a acupuntura provou seu valor ao aliviar sua forte dor no calcanhar. Mais tarde, ela procurou El-Naggar por causa de problemas crônicos no pescoço e nos ombros e, a cada sessão, sentiu-se progressivamente melhor.
O Sindicato Geral de Fisioterapia do Egito (GPTS) é responsável por autorizar fisioterapeutas qualificados a praticar acupuntura e outros métodos da medicina tradicional chinesa. A organização busca fortalecer sua cooperação com parceiros chineses.
Samy Saad, chefe do GPTS, observou que, nos últimos anos, tem havido um interesse crescente pelos métodos terapêuticos chineses no Egito. Ele destacou que técnicas como acupuntura e ventosas são agora amplamente praticadas em centros de fisioterapia licenciados.
Apenas fisioterapeutas qualificados estão autorizados a praticar tais métodos no Egito, disse Saad, enfatizando que o GPTS organiza regularmente workshops sobre acupuntura e ventosas, de acordo com os padrões aprovados na China e no Egito.
"A China é um grande país e muito avançado nas ciências médicas, e o Egito está empenhado em expandir a cooperação com a China em todas as áreas, incluindo a área médica", disse o chefe do sindicato.
A fisioterapeuta e acupunturista egípcia Abir El-Naggar verifica o pulso de um homem em uma clínica no Cairo, Egito, em 30 de novembro de 2025. (Xinhua/Ahmed Gomaa)
