
Foto de drone tirada em 7 de junho de 2024 mostra vista externa da Volkswagen (Anhui) Automotive Company Limited em Hefei, província de Anhui, no leste da China. (Xinhua/Guo Chen)
Em um momento de mudanças nas cadeias de suprimentos globais e crescente competição geopolítica, as empresas alemãs continuam expandindo seus investimentos na China, fornecendo uma base sólida para a cooperação China-UE.
Berlim, 8 dez (Xinhua) -- A Volkswagen inaugurou recentemente um novo centro de P&D e testes de processo completo na cidade de Hefei, no leste da China.
Sendo sua primeira instalação desse tipo fora da Alemanha, essa iniciativa representa uma grande mudança na abordagem operacional das montadoras alemãs na China. Ela também serve como uma ilustração vívida da cooperação mutuamente benéfica entre a China e a Europa.
Ao viabilizar um ciclo completo de desenvolvimento "do conceito ao mercado" em um único local, o centro reduz o tempo de desenvolvimento de veículos em cerca de um terço e permite que a empresa responda mais rapidamente a um dos mercados automotivos mais dinâmicos do mundo. Trazer as principais operações de P&D para a China reflete não apenas as necessidades do mercado, mas também a crescente confiança na força tecnológica e no ecossistema industrial da China.
Essa mudança é visível nos investimentos alemães na China. A Siemens Healthineers inaugurou recentemente uma nova base de ressonância magnética em Shenzhen. A Bosch assinou um acordo com a cidade costeira de Suzhou para um projeto de veículos inteligentes no valor de 10 bilhões de yuans (1,4 bilhão de dólares americanos) para os próximos cinco anos. Esses desenvolvimentos apontam para uma avaliação mais ampla: a China está emergindo como um polo global de inovação, onde P&D, manufatura e aplicação estão fortemente integradas.
Por trás dessas iniciativas, há uma avaliação sistemática das perspectivas de crescimento de longo prazo da China. Nos últimos anos, a China expandiu a abertura em alto nível, removeu todas as restrições ao investimento estrangeiro no setor manufatureiro, impulsionou o desenvolvimento de zonas de livre comércio, facilitou a emissão de vistos e fortaleceu a proteção da propriedade intelectual, oferecendo às empresas um ambiente estável e previsível.
De acordo com uma pesquisa da Câmara de Comércio Alemã na China, mais da metade das empresas alemãs consultadas planeja aumentar o investimento na China nos próximos dois anos, e 92% afirmam não ter planos de deixar o país.
As empresas alemãs estão buscando mais do que participação de mercado, elas estão se alinhando com o impulso da China para novas forças produtivas de qualidade. As montadoras alemãs agora testam novas tecnologias e modelos na China antes do que em outros lugares, acelerando a coordenação entre P&D, manufatura e mercado. A cooperação em direção inteligente é um exemplo significativo: a Mercedes-Benz está trabalhando com a ByteDance em aplicações de IA, a BMW está em parceria com a Alibaba e a DeepSeek, e os novos modelos da Audi utilizam o sistema de direção inteligente Qiankun da Huawei. Essas parcerias estão acelerando a iteração tecnológica e ajudando as empresas alemãs a fortalecer sua competitividade global.
Dados recentes reforçam ainda mais a resiliência da cooperação sino-alemã. Nos primeiros nove meses de 2025, o comércio bilateral atingiu 185,9 bilhões de euros (216 bilhões de dólares), um aumento de 0,6% em relação ao ano anterior, com a China permanecendo como o maior parceiro comercial da Alemanha. O crescimento constante destaca a complementaridade industrial: a capacidade de engenharia da Alemanha e a rápida inovação da China criam amplo espaço para colaboração.
Em um momento de mudanças nas cadeias de suprimentos globais e crescente competição geopolítica, as empresas alemãs continuam expandindo seus investimentos na China, fornecendo uma base sólida para a cooperação sino-europeia. Apesar do ruído político e da retórica de "redução de riscos", suas ações atestam uma avaliação consistente: os ganhos econômicos e a inovação tecnológica permanecem centrais para as decisões de negócios globais, e o benefício mútuo continua sendo o pilar dos laços sino-europeus.
O investimento chinês na Alemanha também está em ascensão. Dados da Germany Trade & Invest mostram que empresas chinesas lançaram 199 projetos greenfield em 2024, tornando a China a terceira maior fonte de investimento estrangeiro na Alemanha. Empresas como a CATL e a NIO instalaram unidades de produção ou de P&D na Alemanha, impulsionando a cooperação na transição para uma economia verde e na inovação tecnológica.
Michael Schumann, presidente do conselho da Associação Federal Alemã para o Desenvolvimento Econômico e o Comércio Exterior, observou que a relação China-Alemanha não se baseia na dependência unilateral, mas sim na complementaridade industrial, na demanda de mercado e na inovação compartilhada.
O crescente engajamento bilateral demonstra que empresas de ambos os lados buscam uma cooperação racional e baseada na confiança. Com indústrias, tecnologias e mercados complementares, a cooperação China-UE continua avançando em um caminho de benefícios mútuos e desenvolvimento constante.

