Brasil reduz dívida externa para US$ 605,4 bilhões em 2024, informa Banco Mundial-Xinhua

Brasil reduz dívida externa para US$ 605,4 bilhões em 2024, informa Banco Mundial

2025-12-04 12:37:30丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 3 dez (Xinhua) -- A dívida externa do Brasil apresentou uma leve redução em 2024, atingindo US$ 605,4 bilhões, segundo o Relatório de Dívida Internacional do Banco Mundial divulgado nesta quarta-feira. O relatório afirma que o volume total representa 29% do Produto Nacional Bruto (PNB) do Brasil e 142% de suas exportações.

O estudo observou que a posição da dívida externa do país permaneceu relativamente estável, apesar das mudanças nos padrões de empréstimos privados e de um ambiente internacional caracterizado por financiamento mais seletivo.

O Banco Mundial considera que o volume total, equivalente a 29% do PNB do Brasil e 142% de suas exportações, reflete um índice de endividamento considerado equilibrado em comparação com outras grandes economias emergentes. A leve queda em relação a 2023, quando o estoque era de US$ 607,4 bilhões, indica um ajuste gradual.

O relatório destaca que o serviço da dívida consumiu 27% das exportações do país e 5% da renda nacional em 2024. Segundo os analistas da instituição, esses percentuais demonstram que o Brasil mantém um nível confortável de capacidade de pagamento da dívida, mesmo diante de um cenário global de altas taxas de juros e volatilidade nos fluxos internacionais.

Os fluxos financeiros líquidos totalizaram US$ 46,071 bilhões em 2024, impulsionados principalmente por entradas de capital direcionadas a ativos de renda variável. De acordo com o Banco Mundial, US$ 43,129 bilhões corresponderam a entradas líquidas para posições em ações, confirmando o interesse dos investidores no mercado brasileiro. Em contrapartida, os fluxos líquidos alocados à dívida foram modestos, totalizando apenas US$ 2,943 bilhões.

A dívida pública e a dívida com garantia soberana atingiram US$ 194,369 bilhões. Entre os credores oficiais, as organizações multilaterais detinham US$ 36,531 bilhões, incluindo US$ 15,131 bilhões diretamente vinculados ao Banco Mundial. A organização observou que, embora a participação multilateral continue relevante para projetos de infraestrutura e programas de desenvolvimento, sua proporção permanece inferior à dos credores privados.

Os credores privados continuam a predominar na estrutura da dívida externa do país, com US$ 150,454 bilhões em títulos e empréstimos. Essa predominância reflete a forte integração do mercado financeiro brasileiro ao sistema internacional, bem como a alta demanda por liquidez corporativa nos últimos anos. A dívida privada sem garantias estatais encerrou 2024 em US$ 309,245 bilhões, consolidando o peso do setor corporativo nas contas externas do país.

O relatório indica que a dívida de curto prazo aumentou para US$ 84,282 bilhões, enquanto os desembolsos de longo prazo caíram significativamente, de US$ 208,596 bilhões em 2023 para US$ 82,789 bilhões em 2024. Segundo o Banco Mundial, essa queda foi influenciada por uma forte redução nos recursos captados pelo setor privado, cujos desembolsos recuaram para US$ 44,172 bilhões.

O Banco Mundial acredita que a combinação de menores desembolsos e um estoque de dívida total estável sugere que o Brasil está passando por um período de ajuste e seletividade em seu financiamento externo. Essa mudança, segundo a análise, está associada tanto a decisões internas de empresas e bancos quanto a um ambiente internacional mais exigente, que elevou os custos de empréstimo e incentivou uma abordagem mais cautelosa. 

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