
Estudantes participam de aula de chinês na Escola Chinesa Bowen em Rangum, Mianmar, em 27 de novembro de 2025. (Xinhua/Myo Kyaw Soe)
Rangum, 30 nov (Xinhua) -- O Centro de Compartilhamento Educacional Golden (GESC, na sigla em inglês), no município de Hlaingthaya, em Rangum, está cheio de estudantes que alternam entre aulas de birmanês e chinês.
Para muitos deles, o chinês deixou de ser apenas mais uma disciplina no horário escolar. Tornou-se uma porta de entrada para empregos com salários mais altos, bolsas de estudo competitivas e um futuro cheio de possibilidades, disseram os estudantes.
Thawdar Tun, 26 anos, é professora assistente no GESC. Após dois anos de estudo intensivo no GESC, ela foi aprovada nos exames de chinês como uma das melhores estudantes e ingressou no GESC como professora assistente.
"Sou mais feliz quando estou aprendendo idiomas", disse ela. "Dominar um idioma abre portas e dá confiança para viajar". Ela espera conseguir uma bolsa de estudos e se tornar uma professora de chinês qualificada.
Htet Wai Yan Lin, 16 anos, que estuda chinês há apenas um mês, vê o idioma como um investimento prático. "Estudo de duas a três horas por dia. O chinês cria muitas oportunidades de emprego", disse ele, acrescentando que gosta do Ano Novo Chinês e da Festa do Meio Outono.
Para Zaw Hlaing Moe, 20 anos, aprender chinês está ligado aos negócios da família. "Meu pai importa produtos chineses. Quero ajudá-lo", disse ele. Após três meses de aulas, ele consegue entender partes das conversas com seus amigos chineses.
Naw Eh Thaw Say, 18 anos, que estuda há quatro meses, espera que o idioma a leve para o exterior. "Agora consigo cumprimentar as pessoas e entender algumas palavras", disse ela. "Assisto a filmes chineses e gosto da cultura".
Na GESC, a professora Yang Rongqiu disse que ensina por meio de "músicas, histórias e atividades" para tornar as aulas mais dinâmicas.
"Os tons e a escrita dos caracteres são os maiores desafios para os estudantes de Mianmar. Mas o chinês traz oportunidades. Muitos operários de fábrica conseguem ganhar de duas a três vezes mais do que ganhavam antes depois de aprenderem o idioma", disse ela.
A GESC organizou concursos de canto, escrita de caracteres e oratória improvisada para manter os estudantes motivados.
A diretora Zhang Qiuyuan disse que a escola está crescendo rapidamente.
"Atualmente, temos cerca de 10.000 estudantes e já ensinamos mais de 100.000 desde a nossa fundação, em 2006", disse ela. O número de matrículas aumentou de 3.000 em 2023 para 7.000 em 2024 e 10.000 em 2025.
Hoje, o centro opera em seis municípios de Rangum, com cerca de 90 professores, e introduziu ferramentas baseadas em inteligência artificial para tarefas de casa e prática.
O GESC agora tem parcerias com mais de 500 fábricas e recebe regularmente solicitações de empresas e hotéis que buscam funcionários que falem chinês, disse a diretora.
Enquanto o GESC atende principalmente adultos, a Escola Chinesa Bowen se concentra em estudantes mais jovens que se preparam para oportunidades acadêmicas no exterior. No campus Times City da Bowen, Susan, uma mãe de 35 anos, disse que envia sua filha de oito anos para a escola para aumentar suas opções no futuro.
"Quero que meus filhos tenham mais opções quando crescerem", disse ela. "Somos descendentes de chineses, então a levo a festas chinesas. Minha filha agora está aprendendo birmanês, chinês e inglês".
Paing Min Khant, um professor de 19 anos também descendente de chineses, espera compartilhar sua herança cultural. "Quero ensinar o idioma e a cultura chinesa para estudantes que querem conhecer a China", disse ele.
Ele ensina por meio de jogos, músicas e danças. "Os estudantes têm mais dificuldade com a entonação e a escrita dos caracteres. Mas dominar o chinês pode ajudá-los a se tornarem intérpretes ou a estudar na China".
A escola Bowen agora conta com cerca de 1.400 estudantes em quatro unidades em Rangum e Nay Pyi Taw, apoiados por mais de 100 professores.
Eaint Pann Thakin, 10 anos, sonha em estudar no exterior. "Quero conseguir uma bolsa de estudos", disse ela. "Gosto da cultura, dos filmes e da comida chinesa".
Além das salas de aula, adultos como Aung Thu, 32 anos, aprendem chinês por meio de plataformas on-line. "O chinês está se tornando tão importante quanto o inglês, especialmente na Ásia", disse ele.
"Saber outro idioma é uma nova janela para o mundo", disse Aung Thu.

Estudantes participam de aula de língua chinesa no Centro de Compartilhamento Educacional Golden (GESC, na sigla em inglês) em Rangum, Mianmar, em 27 de novembro de 2025. (Xinhua/Myo Kyaw Soe)

Estudantes participam de aula de língua chinesa na Escola Chinesa Bowen em Rangum, Mianmar, em 27 de novembro de 2025. (Xinhua/Myo Kyaw Soe)

