Belém, 11 nov (Xinhua) -- O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira a criação da Aliança para o Transporte Sustentável, Resiliente e Integrado na Amazônia, uma iniciativa regional inovadora que reúne países amazônicos, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial, com o objetivo de fortalecer a integração regional, descarbonizar os sistemas de transporte e promover o desenvolvimento sustentável na região.
O acordo, anunciado pelo Ministério de Portos e Aeroportos do Brasil durante a COP30, também inclui Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
"O lançamento da Aliança representa uma estrutura de cooperação entre os países amazônicos e reforça o compromisso do Brasil com um transporte que combine eficiência, sustentabilidade e resiliência. Esta iniciativa coloca o bioma amazônico no centro da ação climática global", afirmou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Por sua vez, o Secretário Nacional de Hidrovias e Navegação, Otto Luiz Burlier da Silveira Filho, enfatizou que a proposta é estratégica para o futuro da região. "A Aliança fortalece o transporte fluvial como motor de integração regional e ferramenta de inclusão social. Juntamente com o BID, o Banco Mundial e os países amazônicos, o Brasil reafirma seu compromisso com um modelo de transporte mais eficiente, alinhado aos compromissos climáticos", destacou.
A iniciativa aborda desafios históricos na Amazônia, como baixa conectividade, infraestrutura precária, vulnerabilidade a eventos climáticos extremos e altos custos logísticos. Ao propor um novo modelo de transporte sustentável, inclusivo e resiliente, a Aliança busca transformar o setor em motor de desenvolvimento regional, promovendo a adaptação climática e melhorando a qualidade de vida das populações locais.
Quatro pilares estratégicos nortearão as ações da Aliança: o primeiro visa ampliar a conectividade e o acesso a serviços básicos em comunidades isoladas; o segundo prioriza a logística multimodal, com ênfase no transporte hidroviário e em projetos que estimulem a bioeconomia amazônica; o terceiro promove infraestrutura verde, baseada em soluções inspiradas na natureza; a quarta iniciativa prevê a modernização do transporte fluvial, com melhorias nos serviços de passageiros e cargas em áreas urbanas e ribeirinhas, garantindo maior segurança e eficiência.
Como parte do acordo, os países signatários e as instituições parceiras desenvolverão o Plano de Ação Regional 2026-2030, que estabelecerá metas e investimentos para transformar o transporte sustentável e multimodal na Amazônia. Este plano será coordenado com programas internacionais em andamento, como o Amazônia Sempre e a Conexão Sul do BID e o Amazônia Viva do Banco Mundial.
Está prevista também a criação de um Comitê Regional para a Transformação da Infraestrutura de Transportes da Amazônia. Este comitê será responsável por coordenar e monitorar a implementação do plano, garantindo sua consonância com os compromissos globais de descarbonização do setor.
Ao ser apresentada durante a COP30, a Aliança consolida o papel de liderança da Amazônia na agenda internacional de sustentabilidade, posicionando a região como referência em soluções logísticas de baixo carbono e fortalecendo o papel do Brasil como facilitador de políticas que integrem desenvolvimento econômico, preservação ambiental e inclusão social.

