Uma médica da 27ª turma da equipe médica chinesa no Benin (centro) examina paciente no Centro Hospitalar Departamental Mono e Couffo em Lokossa, Benin, no dia 14 de julho de 2025. A 27ª turma da equipe médica chinesa chegou ao Benin em janeiro de 2024, composta por 22 membros, incluindo 18 profissionais médicos. Eles estão alocados em Lokossa e em Natitingou. Desde a chegada, eles prestaram atendimento médico a 15.382 pacientes, fizeram 2.758 cirurgias e organizaram 26 visitas em todo o Benin para oferecer aos moradores consultas, tratamentos e, quando necessário, medicamentos gratuitos. (Foto por Seraphin Zounyekpe/Xinhua)

Por Sun Yi e Si Yuan

Lokossa, Benin, 14 jul (Xinhua) -- Quando Yang Ping retornou à unidade de terapia intensiva, ela sentiu muito alívio: Beatrice Lawe, uma paciente de 45 anos que já esteve à beira da morte, respirava sozinha, com sinais vitais estáveis, após uma operação de emergência realizada por Yang e por outros membros da Equipe Médica Chinesa em Benin.

"Ela aguentou", lembrou Yang, cirurgiã que lidera a 27ª equipe médica chinesa.

Lawe já havia passado por uma cirurgia de peritonite e apendicite em outro hospital, mas teve complicações graves logo após o procedimento. Quando seu estado de saúde piorou repentinamente, ela foi levada às pressas para o Centro Hospitalar Departamental Mono e Couffo em Lokossa, sudoeste do Benin.

Yang ainda se lembra do momento da primeira avaliação dela. "Com base na experiência clínica, as chances de sobrevivência dela eram quase nulas", disse ela.

Apesar do panorama nada promissor, Yang e seus colegas seguiram com os procedimentos de emergência, com total apoio da família da paciente. Duas semanas depois, um milagre aconteceu: Lawe recuperou a consciência e seu quadro se estabilizou.

Ela finalmente recebeu alta recuperada e, após seis meses, foi submetida a uma segunda cirurgia bem-sucedida para reversão da colostomia e reconstrução do trato digestivo, após a qual retornou completamente à vida normal.

Sua recuperação foi mais do que um simples sucesso clínico. Simbolizou a forte confiança e amizade entre médicos chineses e pacientes beninenses.

O hospital onde Lawe foi curada tem vínculo de longa data com a China. Construído com auxílio chinês e inaugurado em abril de 1997, o Centro Hospitalar Departamental Mono e Couffo atua como um importante centro médico regional no Benin.

Desde 1978, a Região Autônoma Hui de Ningxia, no noroeste da China, envia continuamente equipes médicas para o país da África Ocidental, um compromisso inalterado há 47 anos.

A 27ª equipe médica chinesa chegou ao Benin em janeiro de 2024, composta por 22 membros, incluindo 18 profissionais de saúde. Eles estão alocados em Lokossa e em Natitingou.

Desde a chegada, eles prestaram atendimento médico a 15.382 pacientes, fizeram 2.758 cirurgias e organizaram 26 visitas em todo o Benin para oferecer aos moradores consultas, tratamento e, quando necessário, medicamentos gratuitos.

Em um país com infraestrutura limitada, equipamentos avançados escassos e alta prevalência de doenças tropicais, a equipe médica chinesa frequentemente trabalha sob intensa pressão.

"Casos de traumas relacionados a acidentes com motocicletas são muito frequentes", observou Yang. "Em horários de pico, lidamos com até sete ou oito ferimentos ortopédicos graves por dia".

Para ajudar a enfrentar esses desafios, a China e o Benin assinaram um acordo de cooperação em 2021, estabelecendo uma parceria entre o Hospital Geral da Universidade Médica de Ningxia e o Centro Hospitalar Departamental de Mono e Couffo.

Por meio de consultas por telemedicina, intercâmbios acadêmicos, treinamento de talentos e visitas a especialistas, o programa visa não apenas curar, mas também empoderar.

"Não estamos aqui só para tratar pacientes", disse Yang. "Estamos aqui para compartilhar habilidades que permanecerão e beneficiarão nossos amigos beninenses por gerações".

Por meio de discussões de casos, demonstrações ao vivo e treinamento prático, a equipe chinesa ajuda os profissionais do hospital local a melhorarem sua capacidade de gerenciar de forma independente situações como trauma de emergência, redução de fraturas e cuidados pós-operatórios.

Os resultados são nítidos para a equipe beninense. A enfermeira-chefe Jacqueline Oussou, que trabalha em Lokossa há 15 anos, disse ter observado um aumento no número de pacientes que procuram especificamente médicos chineses.

"Eles são muito dedicados e fizeram um excelente trabalho em cirurgia, obstetrícia, otorrinolaringologia e oftalmologia", disse ela.

No departamento de anestesia, a enfermeira Elsie Tchenagni destacou a importância dos novos equipamentos e habilidades trazidos pela equipe chinesa.

"Eles não só trouxeram novos equipamentos, também nos treinaram pacientemente sobre como usar esses equipamentos", disse ela. "Agora, nossos procedimentos são muito mais precisos. Mesmo com as barreiras linguísticas, temos uma forte química de trabalho".

De cirurgias de emergência a plantões diários, de treinamento prático a transferência de tecnologia, a equipe médica chinesa no Benin virou mais do que apenas um grupo de médicos. São parceiros de confiança na área da saúde e na personificação da amizade.

Nos últimos 47 anos, gerações sucessivas de médicos chineses vieram de longe para atuar no Benin, mantendo o princípio de que "as pessoas vêm em primeiro lugar, a vida vem em primeiro lugar". Sua dedicação inabalável se reflete nas vidas que salvam e no impacto duradouro que têm na saúde local.

Em cada enfermaria e cada centro cirúrgico, sua presença conta uma história silenciosa, porém poderosa, uma história de humanidade, perseverança e esperança compartilhada por um futuro mais saudável.

Uma médica da 27ª turma da equipe médica chinesa no Benin (esquerda) conversa com familiares de paciente no Centro Hospitalar Departamental Mono e Couffo em Lokossa, Benin, no dia 14 de julho de 2025. A 27ª turma da equipe médica chinesa chegou ao Benin em janeiro de 2024, composta por 22 membros, incluindo 18 profissionais médicos. Eles estão alocados em Lokossa e em Natitingou. Desde a chegada, eles prestaram atendimento médico a 15.382 pacientes, fizeram 2.758 cirurgias e organizaram 26 visitas em todo o Benin para oferecer aos moradores consultas, tratamentos e, quando necessário, medicamentos gratuitos. (Foto por Seraphin Zounyekpe/Xinhua)

Uma médica da 27ª turma da equipe médica chinesa no Benin (1ª, à direita) conversa com pacientes no Centro Hospitalar Departamental Mono e Couffo em Lokossa, Benin, no dia 14 de julho de 2025. A 27ª turma da equipe médica chinesa chegou ao Benin em janeiro de 2024, composta por 22 membros, incluindo 18 profissionais médicos. Eles estão alocados em Lokossa e em Natitingou. Desde a chegada, eles prestaram atendimento médico a 15.382 pacientes, fizeram 2.758 cirurgias e organizaram 26 visitas em todo o Benin para oferecer aos moradores consultas, tratamentos e, quando necessário, medicamentos gratuitos. (Foto por Seraphin Zounyekpe/Xinhua)

Uma médica da 27ª turma da equipe médica chinesa no Benin (direita) examina paciente no Centro Hospitalar Departamental Mono e Couffo em Lokossa, Benin, no dia 14 de julho de 2025. A 27ª turma da equipe médica chinesa chegou ao Benin em janeiro de 2024, composta por 22 membros, incluindo 18 profissionais médicos. Eles estão alocados em Lokossa e em Natitingou. Desde a chegada, eles prestaram atendimento médico a 15.382 pacientes, fizeram 2.758 cirurgias e organizaram 26 visitas em todo o Benin para oferecer aos moradores consultas, tratamentos e, quando necessário, medicamentos gratuitos. (Foto por Seraphin Zounyekpe/Xinhua)