
Seringueiros descarregam borracha de um triciclo em plantação em Grand-Bereby, Costa do Marfim, no dia 30 de maio de 2025. (Xinhua/Wang Guansen)
Abidjan, 14 jun (Xinhua) -- Ao amanhecer em Grand-Bereby, uma cidade no departamento de San Pedro, no sudoeste da Costa do Marfim, carroças de três rodas carregadas com látex branco leitoso serpenteiam por exuberantes plantações de borracha, rumo a uma fábrica novinha em folha construída por uma empresa chinesa.
Dentro da fábrica, trabalhadores marfinenses se movem habilmente pelas linhas de produção. O látex recém-extraído emerge como blocos de borracha padronizados e de alta qualidade após passar por uma série de processos.
No laboratório próximo, técnicos monitoram os dados de elasticidade e resistência à tração, garantindo que cada lote atenda aos rigorosos padrões internacionais.
Inaugurada oficialmente em outubro do ano passado, a fábrica tem capacidade anual de 100.000 toneladas. Ela foi construída após os dois investimentos anteriores da empresa: a primeira fábrica iniciou suas operações no departamento de Dabou, no sul, em 2020, seguida por uma fábrica principal com capacidade anual de 200.000 toneladas no departamento de Duekoue, no oeste, em 2022.
Com mais duas fábricas programadas para entrar em operação ainda este ano, a capacidade total anual de processamento da empresa na Costa do Marfim aumentará para cerca de 480.000 toneladas.
Neste país da África Ocidental, a borracha é conhecida como "ouro branco". Como maior produtora de borracha da África, a Costa do Marfim viu sua produção de borracha aumentar de 815.000 toneladas em 2019 para 1,55 milhão de toneladas em 2023, consolidando sua posição como a terceira maior produtora de borracha do mundo.
Por trás desse crescimento notável está uma história de progresso compartilhado, em que a tecnologia chinesa está ajudando a remodelar a cadeia de valor, do látex bruto às exportações de alto valor, ao mesmo tempo em que abre novos caminhos de prosperidade para milhares de agricultores e trabalhadores locais.
"Agora posso entregar o látex à fábrica em meia hora após a extração!", disse Ariol Toh, seringueiro cuja família cultiva borracha desde a década de 1990.
No passado, eles precisavam viajar dezenas de quilômetros para encontrar um comprador, muitas vezes à mercê de intermediários e preços injustos.
"Atualmente, a fábrica chinesa está aqui, e os preços são transparentes e justos. Meus três filhos não precisam mais se preocupar com mensalidades escolares", disse ele.
Dentro do movimentado galpão de produção, Kouassi Yannick Irite, um jovem líder de equipe local, fazia suas rondas de inspeção. "Antigamente, os jovens precisam sair de suas cidades natais para procurar emprego. Agora, podemos processar nossa borracha aqui mesmo".
Desde que ingressou na fábrica, Irite não só dominou máquinas avançadas, como também aprendeu a liderar uma equipe. "Esta fábrica nos orgulha", acrescentou ele.
Zhang Liang, vice-gerente-geral da empresa, disse que logo após o início das operações da segunda fábrica do grupo, o governo marfinense introduziu uma política para restringir as exportações de borracha bruta.
"Essa decisão foi tomada em parte porque nossas instalações aumentaram significativamente a capacidade de processamento de borracha do país, de modo que os agricultores não precisam mais vender matéria-prima a preços baixos", disse ele.
Ao anoitecer, um forte sinal soa no porto de San Pedro, de onde navios porta-contêineres carregados com blocos de borracha padronizados partem para os mercados internacionais.
Cada remessa carrega mais do que apenas valor comercial, conta a história de uma parceria entre a China e a Costa do Marfim que está transformando vidas rurais e redefinindo o lugar da África na cadeia global de suprimentos de borracha.

Técnica testa amostra de borracha na fábrica de processamento de borracha de uma empresa chinesa em Grand-Bereby, Costa do Marfim, no dia 30 de maio de 2025. (Xinhua/Wang Guansen)

Foto aérea tirada em 30 de maio de 2025 mostra fábrica de processamento de borracha de uma empresa chinesa em Grand-Bereby, Costa do Marfim. (Xinhua/Wang Guansen)

Trabalhadores embalam blocos de borracha na fábrica de processamento de borracha de uma empresa chinesa em Grand-Bereby, Costa do Marfim, no dia 29 de maio de 2025. (Xinhua/Wang Guansen)

Trabalhadores pesam blocos de borracha na fábrica de processamento de borracha de uma empresa chinesa em Grand-Bereby, Costa do Marfim, no dia 30 de maio de 2025. (Xinhua/Wang Guansen)

Trabalhadores organizam blocos de borracha na fábrica de processamento de borracha de uma empresa chinesa em Grand-Bereby, Costa do Marfim, no dia 29 de maio de 2025. (Xinhua/Wang Guansen)

Foto aérea tirada em 30 de maio de 2025 mostra fábrica de processamento de borracha de uma empresa chinesa em Grand-Bereby, Costa do Marfim. (Xinhua/Wang Guansen)

Seringueiro carrega borracha em um triciclo em plantação em Grand-Bereby, Costa do Marfim, no dia 30 de maio de 2025. (Xinhua/Wang Guansen)

Seringueiro colhe borracha em plantação em Grand-Bereby, Costa do Marfim, no dia 30 de maio de 2025. (Xinhua/Wang Guansen)

Trabalhadores processam blocos de borracha na fábrica de processamento de borracha de uma empresa chinesa em Grand-Bereby, Costa do Marfim, no dia 29 de maio de 2025. (Xinhua/Wang Guansen)

Seringueiro dirige triciclo passando por pesagem de borracha na fábrica de processamento de borracha de uma empresa chinesa. em Grand-Bereby, Costa do Marfim, no dia 29 de maio de 2025. (Xinhua/Wang Guansen)

Seringueiro faz incisão em casca de seringueira para coletar látex em Grand-Bereby, Costa do Marfim, no dia 30 de maio de 2025. (Xinhua/Wang Guansen)

Técnico testa amostra de borracha na fábrica de processamento de borracha de uma empresa chinesa em Grand-Bereby, Costa do Marfim, no dia 30 de maio de 2025. (Xinhua/Wang Guansen)

