Rio de Janeiro, 29 mai (Xinhua) -- A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) comemorou o reconhecimento inédito concedido nesta quinta-feira ao país como livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal, durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da organização, realizada em Paris, França.
O presidente da CNA, João Martins, considerou o reconhecimento internacional "uma conquista histórica para os produtores rurais e para todos os brasileiros".
O dirigente do setor agropecuário afirmou que o novo status sanitário é resultado de uma campanha de anos e de um esforço conjunto envolvendo pecuaristas, federações, sindicatos, estados, governos e políticas públicas voltadas para a erradicação da doença na pecuária em todo o Brasil.
Martins enfatizou que, agora, "mais do que nunca", o Brasil pode vender carne bovina, "um produto da mais alta qualidade, para qualquer país do mundo".
A nova certificação sanitária posiciona o país "em um novo patamar no comércio internacional", e poderá ajudar na abertura de mercados "altamente exigentes", como o Japão, disse por sua vez, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
"Países como Filipinas e Indonésia já manifestaram interesse imediato em importar miúdos bovinos com base nesse novo status sanitário. E estamos utilizando essa conquista como um ativo estratégico em negociações com mercados altamente exigentes, como o Japão", afirmou a entidade.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina.
Os últimos casos de febre aftosa no Brasil foram detectados em 2006 nos estados do Paraná (sul) e Mato Grosso do Sul (sudoeste).
O Ministério da Agricultura e Pecuária declarou o fim da febre aftosa neste país sul-americano em 2024.
A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente, na boca e nos pés de animais de casco fendido, como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos.

