
Damien Agossou Degbo (frente) instrui seus alunos em seu clube de artes marciais em Akpro-Misserete, uma cidade a cerca de 40 quilômetros a nordeste de Cotonou, capital econômica do Benin, em 18 de maio de 2025. (Foto por Seraphin Zounyekpe/Xinhua)
Por Sun Yi
Cotonou, 19 mai (Xinhua) -- Em um modesto, porém vibrante clube de artes marciais em Akpro-Misserete, uma cidade a cerca de 40 quilômetros a nordeste de Cotonou, capital econômica do Benin, o som rítmico dos pés batendo no chão ecoa em sincronia com o grito agudo e estrondoso de "Hai-Hah!".
Banhado pelo quente sol equatorial, Damien Agossou Degbo, de 53 anos, conduz dezenas de alunos por movimentos precisos de Kung Fu e Tai Chi Chuan.
Para Degbo, as artes marciais chinesas não são apenas uma disciplina física, mas uma filosofia, um modo de vida e, acima de tudo, uma ponte entre sua terra natal, Benin, e a antiga tapeçaria cultural da China.
Aos tenros 13 anos, ainda estudante na cidade de Dangbo, no sudeste do Benin, Degbo descobriu sua paixão. Passando as férias escolares assistindo a filmes de artes marciais chinesas com lendas como Bruce Lee e Jackie Chan em um cinema em Porto Novo, capital do Benin, ele teve um encontro fortuito com a cultura exótica que despertou um interesse transformador.
"O que mais me impressionou foi como esses atores se defendiam", lembrou Degbo. "A graça, a força, a filosofia por trás de cada movimento... tudo isso me tocou."
Degbo começou sua jornada ingressando em um clube particular de Kung Fu em Porto Novo, depois se matriculou em aulas de língua e cultura chinesas no Centro Cultural Chinês em Cotonou em 2009. Em 2010, ele fundou seu próprio clube, batizado de Super Shaolin do Benin.
Em 2014, uma bolsa de estudos finalmente levou o entusiasta beninense de artes marciais ao Templo Shaolin, na China, a instituição definitiva com a qual ele sonhava há muito tempo para dominar a arte. Durante três meses de treinamento, ele mergulhou em uma rotina diária rigorosa, muito mais exigente do que qualquer coisa que já havia experimentado no Benin.
"No Templo Shaolin, o treinamento era rápido e implacável", disse Degbo. "Em casa, treinávamos de três a quatro vezes por semana. Mas no Shaolin, ele (o Kung Fu) era um estilo de vida."
Enquanto isso, a experiência lhe proporcionou uma introdução profunda e imersiva à cultura chinesa. Ele praticava caligrafia, preparo de chá e meditação, além de receber aulas de medicina tradicional chinesa e filosofia budista..
Um ano depois, Degbo retornou à China para estudar artes cênicas tradicionais, incluindo as danças do leão e do dragão, habilidades que mais tarde transmitiria no Benin para preservar e compartilhar a herança cultural chinesa.
"Eu queria transmitir o que havia aprendido para capacitar os jovens com autodisciplina, confiança e compreensão de outra cultura", disse ele.
Atualmente, o clube Super Shaolin conta com mais de 350 alunos em várias regiões do Benin. Degbo ensina não apenas Wushu chinês e Tai Chi, mas também meditação, técnicas tradicionais de massagem e rituais culturais, como a cerimônia do chá chinesa e as danças do leão e do dragão.
Desde a infância, Cherif Deen, de 26 anos, vem treinando Kung Fu sob a orientação de Degbo. Ele atribui à prática a promoção da sabedoria, da autodisciplina e da resiliência emocional.
"O Kung Fu mudou minha vida", disse ele. "Ele me deu clareza e me ajudou a enfrentar os desafios da vida com calma e foco."
Refletindo sobre sua jornada de aprendizado das artes marciais chinesas através dos olhos de um mestre, Degbo disse que é um renascimento espiritual. "O Kung Fu me ensinou o autocontrole", explicou. "Ele fortaleceu minha mente e meu corpo e moldou minha forma de ver o mundo."
Mais importante ainda, Degbo agora se vê como um embaixador cultural, com a disciplina como um meio para melhorar o entendimento mútuo entre o Benin e a China. Por meio de apresentações, aulas e intercâmbios culturais, ele promove não apenas a aptidão física, mas também o respeito intercultural.
"Compartilhar o Kung Fu com os jovens lhes dá uma visão dos valores da cultura chinesa: disciplina, harmonia, respeito", observou ele. "Isso abre uma janela para outra visão de mundo".
À medida que a China e o Benin aprofundam seus laços culturais, mais indivíduos como Degbo surgirão, desempenhando seu papel vital na construção de laços por meio da arte do Kung Fu.

Damien Agossou Degbo (frente) instrui seus alunos em seu clube de artes marciais em Akpro-Misserete, uma cidade a cerca de 40 quilômetros a nordeste de Cotonou, capital econômica do Benin, em 18 de maio de 2025. (Foto por Seraphin Zounyekpe/Xinhua)

Damien Agossou Degbo (frente) medita com seus alunos em seu clube de artes marciais em Akpro-Misserete, uma cidade a cerca de 40 quilômetros a nordeste de Cotonou, capital econômica do Benin, em 18 de maio de 2025. (Foto por Seraphin Zounyekpe/Xinhua)

Estudantes praticam artes marciais no clube de artes marciais de Damien Agossou Degbo em Akpro-Misserete, uma cidade a cerca de 40 quilômetros a nordeste de Cotonou, capital econômica do Benin, em 18 de maio de 2025. (Foto por Seraphin Zounyekpe/Xinhua)

Estudantes praticam artes marciais no clube de artes marciais de Damien Agossou Degbo em Akpro-Misserete, uma cidade a cerca de 40 quilômetros a nordeste de Cotonou, capital econômica do Benin, em 18 de maio de 2025. (Foto por Seraphin Zounyekpe/Xinhua)

Damien Agossou Degbo (d) instrui seu aluno em seu clube de artes marciais em Akpro-Misserete, uma cidade a cerca de 40 quilômetros a nordeste de Cotonou, capital econômica do Benin, em 18 de maio de 2025. (Foto por Seraphin Zounyekpe/Xinhua)











