Estudantes do sexto ano treinam caligrafia chinesa na Sala de Aula Confúcio, no campus da escola primária da Escola Puhua, em Purwokerto, Java Central, Indonésia, no dia 16 de maio de 2025. (Xinhua/Xu Qin)
Purwokerto, Indonésia, 19 mai (Xinhua) — Sob o sol matinal na cidade de Purwokerto, província de Java Central, na Indonésia, as vozes jovens recitando rimas chinesas ecoam pelas salas de aula da Sekolah 3 Bahasa Putera Harapan, uma instituição trilíngue conhecida localmente como Escola Puhua. Para os estudantes locais, aprender chinês é mais do que dominar uma língua estrangeira, é uma porta de entrada para oportunidades mais amplas.
"Na Escola Puhua, o chinês é mais do que aprender um idioma. É o meio para aulas como dança tradicional chinesa, artes marciais, Di Zi Gui, caligrafia e xadrez", disse Chen Tao, diretor da escola. "Nosso objetivo é formar estudantes com mentalidade global, fluentes em indonésio, chinês e inglês".
Fundada em 1906 pela comunidade chinesa local, a escola evoluiu para uma instituição internacional em tempo integral, oficialmente registrada no Ministério da Educação da Indonésia. Hoje, ela acomoda mais de 950 estudantes e emprega 24 professores chineses. Quase metade das aulas do jardim de infância são ministradas em chinês, e os estudantes de todos os anos escolares têm pelo menos 10 aulas de chinês por semana.
A missão cultural da escola vai além do ensino de idiomas. Aberta a estudantes de todas as origens étnicas e religiosas, incluindo famílias muçulmanas, a Escola Puhua virou um centro de promoção da língua e da cultura chinesas na Indonésia.
"A educação chinesa aqui passou de complementar para regular", disse Lu Xiaoqian, da diretoria do departamento de chinês da escola e que dá aulas na província chinesa de Hebei. "Quando cheguei, há 20 anos, a maioria dos estudantes era de etnia chinesa. Agora, cerca de 35% não são. Seus pais veem o chinês como uma segunda língua prática para o avanço acadêmico e futuras carreiras".
Conforme a cooperação China-Indonésia continua se fortalecendo no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota, especialmente em infraestrutura, novas energias e economia digital, o chinês ganhou força como um "ativo de carreira" para os jovens indonésios.
"Falar chinês me abriu portas. Consegui um emprego bem remunerado e respeito", disse a professora local de chinês Opsie Emalia Putri, que estudou na China e atualmente cursa mestrado em educação internacional em chinês.
"Com mais empresas chinesas investindo na Indonésia, há um aumento na demanda por talentos locais que falam chinês", acrescentou. "Agora, mais famílias veem o chinês como um caminho para melhores empregos e educação internacional".
Para a professora Nuriyeni Kartika Bintarsari, chefe de relações internacionais da Universidade Jenderal Soedirman, matricular a filha na Escola Puhua foi uma decisão estratégica. "A China é um dos países mais importantes do mundo e um dos parceiros mais próximos da ASEAN", disse ela. "Nossos jovens precisam entender a China e se comunicar com confiança".
Ela espera que sua filha estude na China, ganhe visibilidade global e, um dia, contribua para o fortalecimento dos laços bilaterais. "Precisamos de uma geração com visão internacional, compreensão cultural e habilidades de comunicação", acrescentou ela.
Uma estudante que já está nesse caminho é Oliviti Stefi Salonga, 18 anos, também conhecida pelo seu nome chinês Zhang Ziyi. Depois de conquistar o primeiro lugar na divisão Java Central do concurso de idiomas "Ponte Chinesa" em 2024, ela foi admitida na Universidade Tsinghua.
"Como falo chinês, consigo assistir a dramas chineses sem legendas e usar aplicativos de mídia social chineses com facilidade. É incrível", disse ela. Seu sonho é estudar arquitetura na China. "A cultura e a arquitetura chinesas me fascinam, especialmente lugares como a Cidade Proibida, onde cada detalhe parece arte. Tsinghua tem um dos melhores programas de arquitetura do mundo".
A história de Oliviti não é única. Muitos graduados da Escola Puhua se matricularam em importantes universidades chinesas, como Fudan e Xiamen, ingressaram em empresas com capital chinês na Indonésia ou retornaram à cidade natal como professores de chinês.
Em janeiro de 2025, a escola fechou uma parceria com a Universidade Baoding e o Grupo Educacional da Escola Secundária Baoding para estabelecer a primeira Sala de Aula Confúcio da Indonésia, sediada em uma escola de ensino médio. A iniciativa oferece recursos e treinamentos de ensino estruturados e apoia a integração de "Chinês com habilidades vocacionais" no currículo mais amplo.
"Como sempre dizemos, aprender chinês é como ter a chave para um mundo maior", disse o diretor Chen. "Com o forte impulso do desenvolvimento da China, agora temos mais confiança em promover a educação chinesa localmente".
Foto tirada no dia 16 de maio de 2025 mostra trabalhos de caligrafia chinesa dos estudantes em sala de aula no campus primário da Escola Puhua em Purwokerto, Java Central, Indonésia. (Xinhua/Xu Qin)
Estudantes do sexto ano jogam Xiangqi, jogo de xadrez chinês, na Sala de Aula Confúcio, no campus primário da Escola Puhua em Purwokerto, Java Central, Indonésia, no dia 16 de maio de 2025. (Xinhua/Xu Qin)
Foto tirada no dia 16 de maio de 2025 mostra museu de história no campus secundário da Escola Puhua em Purwokerto, Java Central, Indonésia. (Xinhua/Xu Qin)
Professor ensina artes marciais a estudantes no campus primário da Escola Puhua em Purwokerto, Java Central, Indonésia, no dia 16 de maio de 2025. (Xinhua/Xu Qin)
Chen Tao, diretor da Escola Puhua, conversa com a Xinhua no campus da escola secundária Puhua em Purwokerto, Java Central, Indonésia, no dia 16 de maio de 2025. (Xinhua/Xu Qin)
Estudantes praticam dança do leão no campus secundário da Escola Puhua em Purwokerto, Java Central, Indonésia, no dia 16 de maio de 2025. (Xinhua/Xu Qin)
