Destaque: Jovens africanos adotam mídia e narrativa como pontes que moldam sonhos entre África e China-Xinhua

Destaque: Jovens africanos adotam mídia e narrativa como pontes que moldam sonhos entre África e China

2025-05-19 11:10:31丨portuguese.xinhuanet.com

Demeke Firehiwot, jovem profissional de mídia etíope, conta sua história no evento de lançamento da "Hora da China" em Adis Abeba, capital da Etiópia, no dia 14 de maio de 2025. (Xinhua/Michael Tewelde)

Por Habtamu Worku e Liu Fangqiang

Adis Abeba, 16 mai (Xinhua) -- Kiwalabye Timothy, agricultor ugandense e criador de conteúdo digital, nunca imaginou que suas humildes postagens sobre terra e sementes se espalhariam pelo mundo.

Ao contar sua jornada criativa diante dos líderes da mídia etíope na capital, Adis Abeba, ele creditou o espírito colaborativo entre China e África pela transformação de sua trajetória de vida.

Meses antes, Timothy estava em um dilema. Um projeto agrícola fracassado o deixou à deriva.

Então, ele encontrou o RedNote, uma das maiores plataformas de mídia social da China.

Por trabalhar com agricultura, Timothy começou a compartilhar momentos de seu cotidiano na fazenda, desde o preparo da terra até as inovações em agricultura sustentável.

O resultado foi surpreendente. Pessoas de todos os lugares do mundo elogiaram seu trabalho.

"Encontrei mais do que só uma plataforma especial", disse ele. "Foi um espaço de cura, criatividade e esperança".

Uma publicação, intitulada "Olá da África", capturou o espírito da plataforma de promover conexões.

Semanas depois, o RedNote surpreendeu Timothy ao mostrar uma foto dele em um anúncio na Times Square, em Nova York, simbolizando a voz digital da África.

"Foi avassalador. Nunca imaginei que uma publicação tirada da minha história apareceria no centro do cenário global", disse ele.

"O RedNote foi mais do que uma plataforma. Ganhei propósito, exposição e senso de pertencimento. Passei a ver a importância da minha vida cotidiana e a transformei em algo que valesse a pena compartilhar com o mundo", disse Timothy. "A plataforma também deu acesso a conversas globais, novas amizades, novas ideias e oportunidades transformadoras".

Seu verdadeiro ponto de virada, disse Timothy, veio logo depois, quando foi convidado para o Festival de Criadores da Primavera em Chengdu, sudoeste da China, onde se maravilhou com vídeos gerados por IA, câmeras robóticas e ferramentas de tradução em tempo real.

"Vi como a tecnologia poderia revolucionar a narrativa agrícola", disse ele, após conhecer agricultores urbanos chineses que cultivavam hortas verticais em apartamentos, uma descoberta que depois compartilhou com jovens africanos nos seus vídeos.

Elogiando os investimentos contínuos da China na África por meio do compartilhamento de inovações, intercâmbios culturais e construção de amizades duradouras, Timothy afirmou que sua jornada mostra o poder da mídia e da narrativa no fortalecimento da cooperação África-China e no incentivo das relações interpessoais.

"Vamos construir mais pontes. Vamos continuar compartilhando e crescendo juntos", disse ele. "Ao fazer isso, apesar de nossas origens, culturas ou idiomas diferentes, somos pessoas com sonhos que valem a pena ser contados e com histórias que valem a pena compartilhar".

Demeke Firehiwot, jovem profissional de mídia etíope, teve uma experiência transformadora semelhante à de Timothy. Seu caminho também foi remodelado pela China.

Relembrando sua criação em uma família que reverenciava a educação, Firehiwot atribuiu sua paixão pela mídia e pela narrativa a uma passagem transformadora pela Universidade das Três Gargantas, na China, através de uma bolsa de estudos.

Firehiwot ficou impressionado com os valores compartilhados que encontrou na China. Em conversas com vendedores ambulantes e professores, ele viu uma vontade mútua por compreensão.

Atualmente gerente de programação e diretor dos Serviços de Televisão da Renascença Africana (ARTS TV, na sigla em inglês), uma das principais instituições privadas de mídia da Etiópia, Firehiwot defende as coproduções Etiópia-China.

"A China não só me educou como ofereceu perspectiva, propósito e, mais importante, um espelho que reflete o potencial da Etiópia. Acredito que a mídia é uma das plataformas mais poderosas do mundo. Com ela, podemos contar histórias e conectar nações. Estou comprometido em levar isso adiante com esperança, humildade e ação", disse ele.

Ressaltando o poder da mídia e da narrativa em aproximar culturas, ele disse que as trocas culturais e interpessoais estão fortalecendo ainda mais as relações entre a Etiópia e a China.

"Estamos vendo um interesse crescente por filmes e dramas chineses na Etiópia. Essas histórias atravessam idiomas, idades e origens, tocando o público porque falam uma verdade universal sobre família, dificuldades, sonhos e resiliência", disse Firehiwot.

"Estamos animados com o que vem a seguir", disse ele. "Vamos investir em laboratórios de produção conjunta, plataformas de desenvolvimento conjunto, bolsas de estudo em jornalismo cinematográfico e televisivo, e bolsas de estudo que incentivem contadores de histórias".

Como parte da parceria de mídia China-África em rápida evolução, uma nova iniciativa chamada "Hora da China" foi lançada recentemente na Etiópia, apresentando uma seleção criteriosa de séries de TV, animações, documentários e outros conteúdos audiovisuais chineses que serão transmitidos por diversos meios de comunicação etíopes, inclusive pelo emissora nacional.

Em discurso no evento de lançamento na quarta-feira, o ministro etíope do Serviço de Comunicação Governamental, Legesse Tulu, ex-estudante da Universidade de Beijing, refletiu sobre sua experiência pessoal transformadora que "moldou sua visão de mundo e sua apreciação pela sociedade, cultura e valores chineses".

"Em Beijing, vi a força das instituições de mídia chinesas, a disciplina de suas estratégias de comunicação pública e o poder da narrativa como ponte entre as nações", disse Tulu.

Citando um ditado chinês, "o sábio aprende com os erros dos outros", o ministro disse que "a Etiópia está pronta para aprender (com a China) e também para compartilhar no espírito de respeito mútuo e parceria".

Durante o evento de lançamento, representantes da Corporação de Radiodifusão Etíope (EBC, na sigla em inglês) reafirmaram o compromisso da emissora nacional em colaborar com suas contrapartes chinesas para alavancar o poder da mídia na construção de um mundo cada vez mais interconectado e na promoção de laços mais estreitos entre os dois povos.

"Para a China e a Etiópia, dois países com história rica e culturas vibrantes, a mídia tem uma responsabilidade única e uma oportunidade incrível de fortalecer nosso relacionamento e promover o respeito mútuo", disse Zelalem Endashaw, representante da EBC.

O ministro de Serviço de Comunicação Governamental da Etiópia, Legesse Tulu, fala no evento de lançamento da "Hora da China" em Adis Abeba, capital da Etiópia, no dia 14 de maio de 2025. (Xinhua/Michael Tewelde)

Kiwalabye Timothy, agricultor ugandense e criador de conteúdo digital, conta sua história no evento de lançamento da "Hora da China" em Adis Abeba, capital da Etiópia, no dia 14 de maio de 2025. (Xinhua/Michael Tewelde)

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