Rio de Janeiro, 14 mai (Xinhua) -- O presidente em exercício do Brasil e vice-presidente do país, Geraldo Alckmin, destacou nesta segunda-feira a importância estratégica do setor de milho para a economia brasileira e comemorou a recente abertura do mercado chinês para derivados de etanol de milho.
Alckmin participou da abertura do 3º Congresso Brasileiro do Milho (Abramilho), em Brasília, evento que reúne mais de 400 representantes do setor agropecuário brasileiro, entre produtores rurais, pesquisadores, empreendedores e jornalistas, para discutir inovação, sustentabilidade e os desafios do milho brasileiro no contexto global.
Durante seu discurso, Alckmin destacou os acordos assinados na terça-feira entre os governos do Brasil e da China, que abrem o mercado chinês para os subprodutos do etanol de milho, conhecidos como DDG e DDGs (grãos secos de destilaria), utilizados na alimentação animal.
"Esta é uma excelente notícia. A abertura do mercado chinês para o DDG é extremamente significativa. O etanol de milho está crescendo significativamente no Brasil. O etanol é produzido a partir do amido, e o que sobra é óleo, fibra e, principalmente, proteína, que é o DDG, agora também disponível para exportação", explicou Alckmin.
Além dos DDGs, os acordos bilaterais também autorizaram a exportação de carne de pato, carne de peru, vísceras de frango (coração, fígado e moela) e farinha de amendoim. Com essas novas autorizações, o Brasil atingirá em 2025 sua 62ª abertura de mercado desde 2023, totalizando 362 novas oportunidades comerciais.
Alckmin também destacou que o crescimento da agricultura brasileira exige melhorias urgentes na infraestrutura logística e de armazenagem e ressaltou a importância estratégica do Arco Norte para o escoamento das exportações, com destaque para os portos de Miritituba, no Rio Tapajós, e Itaqui.
"O Brasil é um país continental, o quinto maior do mundo. Precisamos investir em logística: ferrovias, rodovias e integração multimodal para melhorar o acesso aos portos", enfatizou.
O presidente em exercício destacou que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Ele enfatizou que os cereais são essenciais para a segurança alimentar, produção de energia e sustentabilidade.
"O milho é um alimento alcalinizante e perfeito para a nutrição humana e animal. Também gera bioeletricidade e etanol por meio da cogeração, contribuindo assim para o combate às mudanças climáticas por meio de créditos de carbono", disse Alckmin.
O presidente em exercício ressaltou ainda que o Brasil tem papel de liderança nos principais temas da agenda internacional: segurança alimentar, segurança energética e combate às mudanças climáticas.
"O Brasil possui a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, e está comprometido em preservá-la. Fomos o segundo país a apresentar nossas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para a COP29 em Baku, Azerbaijão. São metas ambiciosas, mas realistas", afirmou.
Sob o tema "Milho: o grão que está revolucionando o mundo", a conferência Abramilho é dividida em cinco painéis que analisam os impactos da geopolítica, das demandas ambientais e comerciais, das tarifas internacionais e das inovações sustentáveis no cultivo do milho.

