
Foto tirada no dia 22 de junho de 2022 mostra prédio do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) em Washington, D.C., Estados Unidos. (Xinhua/Liu Jie)
Não é a economia da China que precisa ser "reequilibrada". É a mentalidade dos Estados Unidos que precisa mudar.
Beijing, 1º mai (Xinhua) -- O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, mais uma vez mencionou o desgastado "reequilíbrio" da economia chinesa, redobrando a campanha implacável de difamação contra o bem-sucedido modelo de desenvolvimento da China.
Seu mais recente ataque verbal à China nas Reuniões de Primavera 2025 do Grupo Banco Mundial e do FMI é só um velho truque no manual de Washington, usar outro país como bode expiatório enquanto sua própria economia enfrenta sérios problemas.
Longe de estar "desequilibrada", a economia chinesa está em meio a uma transformação dinâmica que Washington não consegue compreender ou escolhe ignorar. Em contraste, são os Estados Unidos, presos ao protecionismo e dependentes de um crescimento insustentável impulsionado pela dívida, que representam a verdadeira ameaça à estabilidade da economia global.
Embora sua ascensão industrial tenha sido inicialmente baseada na manufatura e nas exportações, a China tem se voltado, com moderação, para um modelo impulsionado pelo consumo e pela inovação desde a década de 2010. Essa mudança já está bem encaminhada.
Em 2024, o consumo contribuiu com 44,5% do crescimento econômico da China e os serviços cresceram para 56,7% do PIB. O setor digital teve lucro de 2,7 trilhões de yuans (371 bilhões de dólares americanos), um aumento de 3,5% em relação ao ano anterior, destacando a transição constante da China para um modelo de crescimento moderno, impulsionado pelo consumo e pela tecnologia. Esses números ressaltam uma tendência clara: a economia chinesa está se modernizando, diversificando e migrando para novos e mais sustentáveis motores de crescimento.
Qualquer alegação de Washington de que a China está "se afastando ainda mais" do consumo interno simplesmente desmorona sob o peso desses dados.
Como um grande país responsável, a China também expandiu constantemente suas importações. Somente em 2024, as importações totais da China atingiram cerca de 18,4 trilhões de yuans, um aumento de 2,3% em relação ao ano anterior. A escala das importações atingiu um recorde histórico e a China permaneceu como o segundo maior mercado importador do mundo por 16 anos consecutivos.
Enquanto a China moderniza seu motor econômico, Washington está preso em um ciclo vicioso criado por ele mesmo: afundado em uma dívida bruta de mais de 36 trilhões de dólares, viciado na economia de cassino de Wall Street e vendo suas fábricas se transformarem em um cinturão enferrujado.
A afirmação de Bessent de que a economia chinesa representa uma ameaça ao resto do mundo não é apenas absurda, vem diretamente do velho manual de Washington: incentivar a divisão, atiçar o medo e intimidar outras nações a se juntarem à sua campanha desesperada para atrapalhar o desenvolvimento da China.
No último ano, autoridades americanas têm promovido incansavelmente o temor da "excessiva capacidade chinesa" em energia limpa. Mas sua verdadeira ansiedade é óbvia: a China ultrapassou os Estados Unidos em inovação tecnológica verde, e Washington não suporta ser superado pela concorrência. Em vez de intensificar seu jogo, voltou aos mesmos estratagemas de sempre: difamações, supressão de mercado e protecionismo impulsivo.

Pedestre desce escadas do Westfield World Trade Center em Nova York, Estados Unidos. (Foto por Michael Nagle/Xinhua)
Por exemplo, os veículos elétricos (EVs). A demanda global está longe de estar saturada. De acordo com projeções da Agência Internacional de Energia (AIE), as vendas globais de EVs triplicarão para 45 milhões até 2030, superando em muito a capacidade de produção atual. Isso não é "excesso de capacidade", é a China se posicionando para atender à crescente demanda mundial por transporte limpo.
O domínio da China em energia limpa não se trata de "dumping" (comercialização de produtos a preços abaixo do custo de produção), mas se trata de superar a concorrência. A liderança do país em EVs, energia solar e renováveis decorre de inovação de classe mundial e vantagens de eficiência arduamente conquistadas, não de apoio artificial. Enquanto os concorrentes reclamam, as empresas chinesas simplesmente construíram produtos melhores a preços competitivos por meio de uma concorrência real de mercado.
Simplificando, Washington teme não "desequilíbrio estrutural", mas "progresso estrutural". A ascensão da China na manufatura de ponta desafia diretamente os monopólios de lucro dos EUA em indústrias avançadas. Não se trata de nivelar o campo de jogo, mas de proteger setores não competitivos da concorrência real do mercado.
Ainda pior, ao demonizar o crescimento da China, Washington está incentivando a divisão em um momento em que a cooperação global é necessária.
A verdadeira ameaça à prosperidade global não é o crescimento da China, mas a mentalidade ultrapassada de soma zero dos Estados Unidos. Embora o desenvolvimento da China crie oportunidades para todos, Washington ainda vê o mundo através das lentes da Guerra Fria, tratando cada avanço econômico como um perigo a ser suprimido, em vez de um progresso.
Somente descartando sua mentalidade da Guerra Fria os Estados Unidos poderão desempenhar um papel construtivo na criação de uma economia global mais estável, inclusiva e próspera. Não é a economia da China que precisa de "reequilíbrio". A mentalidade dos Estados Unidos precisa mudar.





