
Estudantes etíopes cantam música chinesa na comemoração do Dia da Língua Chinesa em Adis Abeba, capital da Etiópia, no dia 25 de abril de 2025. (Xinhua/Michael Tewelde)
"Escolhi estudar chinês devido aos crescentes laços socioeconômicos entre a China e a Etiópia, e à crescente presença da China na África", disse Wolde, formado pelo Instituto Confúcio da Universidade Hawassa, no sul da Etiópia.
Adis Abeba, 30 abr (Xinhua) — Abdi Waktola, 21 anos, estudante do quarto ano de chinês na Universidade de Adis Abeba (AAU, na sigla em inglês), se interessou em aprender chinês após conhecer trabalhadores chineses há uma década em sua cidade natal, no Estado Regional de Oromia, na Etiópia.
"Fiquei surpreso ao ouvir os dedicados trabalhadores chineses falando mandarim (língua chinesa padrão). Parecia loucura para mim, mas também fascinante. Desde então, minha vontade de aprender mandarim surgiu", disse Waktola à Xinhua em entrevista recente nas comemorações do Dia da Língua Chinesa, uma celebração anual estabelecida pelas Nações Unidas em 2010 e realizada anualmente em 20 de abril.
Ele disse que sua paixão pelo idioma cresceu não apenas pelo interesse pessoal, mas também pelo incentivo de estudantes universitários veteranos e pela crescente demanda por habilidades na língua chinesa no mercado de trabalho da Etiópia.
"Depois de aprender chinês, participei de diversas atividades geradoras de renda, especialmente com empresas chinesas na Etiópia. Aprender chinês é muito gratificante em um país como a Etiópia, onde o investimento chinês está em ascensão", disse ele.

Estudante etíope discursa em chinês na comemoração do Dia da Língua Chinesa em Adis Abeba, capital da Etiópia, no dia 25 de abril de 2025. (Xinhua/Michael Tewelde)
De acordo com o Comissário de Investimentos da Etiópia, Zeleke Temesgen, a China continua sendo uma das principais fontes de investimento estrangeiro direto na Etiópia, com mais de 4.500 projetos chineses em operação no país do leste da África, tornando a China o maior investidor estrangeiro, tanto em número de projetos quanto em capital.
Outro jovem etíope, Tayamlak Wolde, construiu uma carreira em torno da língua chinesa. Trabalhando como intérprete entre mandarim e amárico, a língua oficial de trabalho da Etiópia, Wolde facilita a comunicação para empresas chinesas na Etiópia e no exterior.
"Escolhi estudar chinês devido aos crescentes laços socioeconômicos entre a China e a Etiópia, e à crescente presença da China na África", disse Wolde, formado pelo Instituto Confúcio da Universidade Hawassa, no sul da Etiópia.
"Com meus conhecimentos da língua chinesa, ganho a vida oferecendo serviços de tradução e interpretação local e internacionalmente. Isso me ajuda a entender a história e a cultura chinesas", disse ele.
Wolde, que também estudou na China, apresentou danças tradicionais chinesas nas comemorações do Dia da Língua Chinesa deste ano na Etiópia. Com o apoio de amigos chineses, ele até conseguiu um emprego bem remunerado como intérprete para uma empresa chinesa em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Estudantes etíopes conversam com professores chineses na comemoração do Dia da Língua Chinesa em Adis Abeba, capital da Etiópia, no dia 25 de abril de 2025. (Xinhua/Michael Tewelde)
O Dia da Língua Chinesa 2025 foi celebrado na semana passada sob o tema "Língua Chinesa: Uma Dádiva Através do Tempo e do Espaço" no Instituto Confúcio do Instituto Etíope de Treinamento Técnico e Vocacional (TVTI, na sigla em inglês). O evento contou com apresentações culturais, incluindo canções, demonstrações de kung fu e danças tradicionais, por estudantes etíopes que aprenderam chinês.
Além da AAU e do TVTI, a língua chinesa agora é ensinada como disciplina de interesse geral ou especialização acadêmica em muitas escolas públicas da Etiópia. Para atender à crescente demanda, a Etiópia não só está abrindo mais Institutos Confúcio, mas também treinando professores locais de mandarim.
No início deste mês, a AAU e o Departamento de Educação de Oromia assinaram um memorando de entendimento na capital etíope, Adis Abeba, para treinar instrutores de língua chinesa para ensinar mandarim em Oromia, a maior região da Etiópia. O programa será iniciado no próximo ano letivo.
"O acordo se concentra na capacitação de professores que ensinarão mandarim nos internatos e em escolas secundárias de Oromia. Nossa meta é treinar cerca de 30 professores por ano", disse o presidente da AAU, Samuel Kifle.
Ressaltando o papel fundamental que o Instituto Confúcio da AAU desempenhará na implementação do programa, Kifle afirmou: "Ele tem sido fundamental na formação de professores de chinês nos níveis de certificado, graduação e mestrado".
"Assim que o novo programa for lançado, o Instituto estará totalmente envolvido", afirmou ele.










