Beijing, 20 mar (Xinhua) -- Fabricantes de automóveis chineses estão ganhando mais terreno na Europa com seus produtos inovadores e abordagens de mercado de longo prazo, segundo uma reportagem do jornal China Daily.

As vendas da montadora líder de veículos de nova energia (NEVs) da China, a BYD, dispararam 550,8% no Reino Unido, chegando a 1.614 unidades em janeiro, conquistando 1,2% da participação geral no mercado automotivo do país europeu.

Foi a primeira vez que a montadora chinesa superou a Tesla em uma base mensal, que viu suas vendas caírem 8% para 1.458 no mesmo mês, segundo a Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Motores (Society of Motor Manufacturers and Traders) do Reino Unido.

A participação da BYD no mercado de veículos elétricos na Europa Ocidental, incluindo o Reino Unido, foi de 2% no ano passado, de acordo com a Schmidt Automotive Research.

As vendas da SAIC na Europa aumentaram anualmente 37% em janeiro, com sua marca MG se tornando uma das que mais crescem na região, de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis.

A crescente popularidade das montadoras chinesas na Europa é impulsionada pela tecnologia de ponta e por um profundo entendimento das necessidades dos consumidores, disseram os analistas.

A BYD, por exemplo, causou ondas com sua bateria Blade, que oferece segurança e densidade de energia superiores em comparação às baterias convencionais de veículos elétricos.

Essa tecnologia não apenas melhorou o desempenho de seus veículos, mas também abordou as preocupações com a segurança que há muito tempo atormentam o setor de veículos elétricos.

Da mesma forma, a Nio introduziu um modelo de bateria como serviço (battery-as-a-service), permitindo que os clientes comprem carros sem baterias e, em vez disso, assinem um serviço de troca de baterias.

Essa abordagem se mostrou particularmente atraente na Europa, onde consumidores atentos aos custos estão procurando opções flexíveis e acessíveis de propriedade de veículos elétricos.

A Xpeng é a primeira startup chinesa a realizar a entrega de mais de 10 mil veículos na Europa. O CEO da Xpeng, He Xiaopeng, disse que a empresa está levando sua tecnologia de condução inteligente para o mercado global.

"Esperamos que, quando os proprietários de carros no exterior encontrarem os NEVs chineses pela primeira vez, eles fiquem impressionados com a 'liderança inteligente e tecnológica', em vez de apenas um veículo monótono e sem graça", disse He.

O impulso da Europa em direção à eletrificação criou um terreno fértil para as montadoras chinesas. A ambiciosa meta da União Europeia de eliminar gradualmente os motores de combustão interna até 2035 acelerou a adoção de veículos elétricos.

Em janeiro, os veículos elétricos na União Europeia (UE) totalizaram 124.341 unidades, representando 15% do mercado, em comparação com 10,9% em janeiro de 2024, de acordo com estatísticas da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis.

Os veículos híbridos avançaram para quase 34,9% do mercado, mais uma vez se tornando a escolha mais popular entre os compradores de carros da UE, segundo a associação.

As montadoras chinesas também adotaram uma abordagem localizada para a produção e o marketing, o que lhes permite atender melhor às demandas dos clientes locais e, ao mesmo tempo, aliviar a pressão financeira das tarifas extras da UE sobre os veículos elétricos fabricados na China, que entraram em vigor em outubro.

A BYD está construindo uma fábrica na Hungria, que deve começar a produção até o fim de 2025.

Stella Li, vice-presidente executiva da BYD, assinalou que a empresa também está trazendo outras opções para a Europa, como híbridos plug-in, e planeja lançar sua marca premium Denza no continente ainda este ano.

A MG, uma marca com laços históricos com o Reino Unido, aproveitou sua herança para criar confiança e reconhecimento. Os SUVs da empresa, como o MG ZS EV, estão entre os modelos mais vendidos em países como o Reino Unido e a Espanha.

A Chery também anunciou planos para iniciar a produção na Espanha, enquanto a startup Leapmotor iniciou a produção de seus modelos elétricos na Polônia por meio de uma joint venture com seu parceiro europeu Stellantis.