Destaque: Da sala de aula à carreira - jornada de um camaronês pela modernização da China-Xinhua

Destaque: Da sala de aula à carreira - jornada de um camaronês pela modernização da China

2025-03-02 11:55:46丨portuguese.xinhuanet.com

Cabrel Domche fala em entrevista à Xinhua, em Yaoundé, capital de Camarões, no dia 13 de fevereiro de 2025. (Xinhua/Kepseu)

Por Arison Tamfu e Wang Ze

Yaoundé, 28 fev (Xinhua) -- Cabrel Domche só tinha 16 anos quando venceu a competição Ponte Chinesa para estudantes do ensino médio no Instituto Confúcio da Universidade de Yaoundé II em Camarões.

A competição é um evento global onde estudantes estrangeiros mostram proficiência na língua chinesa e conhecimento da cultura chinesa.

Graças a uma bolsa do Instituto Confúcio, Domche se mudou para a China em 2017 para continuar seus estudos universitários, uma jornada que, segundo ele, foi reveladora e transformadora.

Por mais de seis anos, Domche viveu e estudou na China, vivenciando uma cultura que era muito diferente de suas percepções quando criança. Antes de chegar, o jovem de 23 anos era um ávido espectador de filmes de kung fu chineses e presumia que todos os chineses praticavam artes marciais.

"Na China, meus colegas de classe eram chineses, e nenhum deles lutava kung fu", lembrou ele sorrindo. "Fiquei surpreso".

Além das artes marciais, Domche descobriu um país em rápida modernização, que se transformou por meio da inovação tecnológica, desenvolvimento de infraestrutura e um compromisso com a prosperidade comum.

"A China já foi muito semelhante ao meu país natal, Camarões, mas ao longo dos anos, trabalhou incansavelmente para se modernizar", disse ele.

A tecnologia, observou ele, desempenha um papel central na modernização da China. Ele citou o DeepSeek, um aplicativo chinês de inteligência artificial lançado recentemente, como exemplo marcante do progresso tecnológico do país.

"Estamos falando de inteligência artificial, carros autônomos. Este país acredita firmemente na tecnologia", disse Domche, que agora trabalha para uma empresa chinesa de telecomunicações em Beijing. "Eles sabem que, para prosperar, devem investir pesadamente em inovação".

Entre os desenvolvimentos que mais o fascinaram estava a infraestrutura de Beijing, particularmente seu extenso sistema de metrô e rede de estradas e rodovias.

Para Domche, a modernização da China não se trata apenas de crescimento econômico, é um modelo de desenvolvimento único que transformou o país ao mesmo tempo em que oferece insights e oportunidades importantes para outras nações, especialmente no Sul Global.

"A China já foi um país principalmente agrícola", disse ele. "Mas entendeu que, para crescer, precisava se abrir, exportar seus melhores produtos e se envolver com o mundo. E foi isso o que fez".

Outro aspecto da China que impressionou Domche foi a crescente curiosidade da população sobre o mundo.

"Diariamente, os chineses estão aprendendo e se abrindo", disse ele. "Não se trata apenas de economia. Mais jovens chineses estão estudando línguas e culturas estrangeiras. A proficiência média em inglês na China está melhorando a cada dia".

Ele relembrou que conheceu um estudante chinês que estava aprendendo hausa, uma língua amplamente falada na África. "Isso me surpreendeu", disse ele. "Mostra a vontade que eles têm de se comunicar com o mundo".

Domche também viu a notável transformação ambiental da China.

"A China virou um lugar onde as pessoas querem viver, trabalhar e visitar", disse ele. "Eles investiram pesadamente no plantio de árvores. A qualidade do ar em Beijing melhorou".

Ele destacou políticas direcionadas, como a revitalização rural, que ajudaram a equilibrar a rápida urbanização com o desenvolvimento rural sustentável.

"A província de Guizhou, no sudoeste da China, por exemplo, era uma das regiões mais pobres do país", observou ele. "Mas por meio de investimentos massivos em agricultura e em novas tecnologias, como comércio eletrônico, a vida foi totalmente transformada".

Apesar do rápido progresso, Domche admira como a China manteve sua rica herança cultural.

"A China está se modernizando, mas preserva suas tradições", disse ele. Uma visita a Tongchuan, uma cidade na província de Shaanxi, noroeste da China, conhecida por suas cerâmicas, deixou uma forte impressão nele.

"Fiquei comovido com o respeito que as pessoas têm pelos artesãos e por esse ofício. A proteção do Feiyi (patrimônio cultural intangível) prova a apreciação da China por sua própria história", disse ele.

Isso, acredita ele, é um modelo para outras nações em desenvolvimento que buscam se modernizar sem perder sua identidade cultural.

Domche atribui muito do sucesso da China ao seu modelo de governança. Ele disse que o país mostrou capacidade de tomar decisões eficientes que priorizam os interesses nacionais.

"A modernização considera como as pessoas se sentem", disse ele. "Se meu povo tem acesso a bons cuidados de saúde, infraestrutura, água limpa e eletricidade estável, então isso, para mim, é a verdadeira modernização".

Ele também elogiou a abordagem da China às relações internacionais.

"O que torna a modernização da China única é que ela respeita as parcerias globais", disse ele. "A China não precisa explorar ou tirar proveito dos outros para crescer. O país acredita em discussão, cooperação e benefício mútuo".

Para Domche, a ascensão da China não é só uma história de sucesso, é uma inspiração. E enquanto ele continua sua carreira no país que antes parecia tão distante, espera voltar para Camarões com algumas das lições que aprendeu.

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