Rio de Janeiro, 14 de fev (Xinhua) -- Representantes dos países do BRICS passaram dois dias em Brasília discutindo maneiras de abordar os impactos da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho e possíveis medidas conjuntas visando o uso ético dessa tecnologia.
As conclusões do debate foram divulgadas em entrevista coletiva nesta quinta-feira pela coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Emprego do BRICS, Maíra Lacerda.
Entre as preocupações levantadas pelo grupo de trabalho estão o desenvolvimento de políticas de proteção social para trabalhadores que perdem seus empregos devido às mudanças tecnológicas; e incentivar jovens e idosos a desenvolver seu potencial para que possam ser incluídos nessas novas tecnologias.
Os membros do BRICS são Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
A coordenadora está confiante de que muitos consensos serão apresentados em um documento que será assinado pelos ministros do Trabalho do bloco durante reunião marcada para 25 de abril, em Brasília.
Segundo Lacerda, dos encontros surgiram propostas concretas e objetivas, principalmente relacionadas à regulamentação ética da IA.
"Cada país está planejando fazer algo em nível local, mas podemos ver que algo também está sendo preparado para o bloco como um todo", disse a coordenadora. "Na opinião de todos, a IA não é um monstro, mas deve ser usada eticamente", acrescentou.
As atividades foram divididas em quatro sessões: o impacto da IA no mercado de trabalho; transformação digital para novos setores; o desenvolvimento de políticas de proteção social para trabalhadores que perdem seus empregos; e a promoção da aprendizagem ao longo da vida para desenvolver o potencial, especialmente de jovens e idosos.
Lacerda disse que há grandes expectativas de colaboração entre os países para proteger os trabalhadores.
"Também vimos consenso sobre preocupações com educação e inclusão de trabalhadores jovens e mais velhos. Todos falam sobre cooperação e reunir os BRICS para abordar a questão da IA. Se houver vontade, os horizontes são amplos, incluindo a troca de conhecimento e tecnologias entre os países", acrescentou.
Um dos temas relevantes foi a importância de oferecer programas de qualificação e treinamento contínuo para que os trabalhadores possam se adaptar às novas demandas do mercado digital e aproveitar as oportunidades emergentes.
Os participantes enfatizaram a importância de compartilhar experiências e adotar soluções inovadoras, incluindo o uso de IA para melhorar a distribuição de benefícios e otimizar os sistemas de proteção social.