Rio de Janeiro, 30 jan (Xinhua) -- O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevou nesta quarta-feira a taxa básica de juros Selic de 12,25 para 13,25% ao ano, um aumento de um ponto percentual.
Este foi o quarto aumento consecutivo da Selic desde o início do ciclo de aperto monetário em agosto passado.
O aumento da taxa de juros visa conter tendências inflacionárias, já que o índice de preços ao consumidor deve ultrapassar o teto da meta oficial de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Analistas esperam uma inflação de 5,50% este ano.
Esta foi a primeira reunião do Copom sob a liderança de Gabriel Galípolo, ex-diretor de Política Monetária que assumiu a presidência do Banco Central no início deste mês a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão foi unânime, o que significa que todos os nove membros do Copom votaram a favor. Com a inflação em alta no país, o Copom espera novo aumento da taxa Selic na próxima reunião.
A elevação da Selic para 13,25% ao ano já era esperada por grande parte do mercado financeiro, depois de uma indicação do próprio Banco Central feita em dezembro passado.
"Dado o cenário adverso contínuo para a convergência da inflação, o Comitê prevê, caso o cenário esperado se confirme, um ajuste da mesma magnitude na próxima reunião", afirmou o Comitê ao anunciar a medida.
Espera-se que o processo de aumento das taxas continue nos próximos meses, dependendo do comportamento da inflação.
"Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de ajuste monetário será ditada pelo firme compromisso com a convergência da inflação para a meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação", diz a nota.
A reunião desta quarta-feira do Copom também foi a primeira em que os diretores indicados pelo presidente Lula foram maioria no colegiado. Até o fim do ano passado, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, assim como a maioria da diretoria, era composta por indicados do ex-presidente Jair Bolsonaro.