Inflação no Brasil fecha 2024 em 4,83%, estourando meta e limite estabelecidos-Xinhua

Inflação no Brasil fecha 2024 em 4,83%, estourando meta e limite estabelecidos

2025-01-12 17:44:30丨portuguese.xinhuanet.com

Rio de Janeiro, 11 jan (Xinhua) -- A inflação no Brasil subiu 4,83% em 2024, superando tanto a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3% quanto o teto da meta, de 4,5%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Segundo o instituto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,52% em dezembro e encerrou o ano com alta de 4,83%, superando os 4,62% de 2023.

No ano passado, todos os nove grupos medidos pelo IBGE subiram. O grupo que mais se destacou foi o de Alimentos e Bebidas, com o maior aumento percentual (7,69%) e o maior impacto no índice (1,63 ponto percentual).

O IBGE atribuiu o aumento dos preços dos alimentos à "influência de condições climáticas adversas, em diversas épocas do ano e em diferentes locais do país".

O subgrupo de Alimentação Caseira teve alta de 8,23% no ano, com destaque também para as carnes, com alta de 20,84% em 2024, a maior variação desde 2019, quando o avanço foi de 32,40%.

O impacto das carnes no índice foi de 0,52 ponto percentual, o maior entre todos os setores pesquisados.

Os aumentos mais significativos vieram de Saúde e cuidados pessoais (6,09%, com impacto de 0,81 p.p.) e Transportes (3,30%, com impacto de 0,69 p.p.).

Quanto à saúde, as maiores elevações vieram dos planos de saúde (7,87%) e produtos farmacêuticos (5,95%). Ambos tiveram reajustes autorizados por órgãos reguladores. Os produtos de higiene pessoal também aumentaram bastante, com alta de 4,22% no ano.

A meta de inflação no Brasil é definida pelo Conselho Monetário Nacional. O Banco Central deve tomar as decisões de política monetária, administrando a taxa básica de juros para que a inflação fique dentro da faixa definida pelo CMN para o ano.

A última vez que o Brasil teve inflação anual dentro do limite estabelecido foi em 2020, durante a pandemia da COVID-19, quando o IPCA subiu 4,52%, com teto estipulado em 5,5%.

Quando o país não atinge a meta de inflação, o presidente do Banco Central deve escrever e enviar uma carta ao titular do CMN, cargo ocupado pelo ministro da Economia, Fernando Haddad, para explicar os motivos da superação da meta.

Na carta, assinada pelo novo presidente do BC, Gabriel Galípolo e divulgada no início da noite desta sexta-feira, a autoridade monetária atribuiu o estouro da meta à forte atividade econômica, queda do real frente ao dólar e extremos climáticos.

A superação da meta também sinaliza que o Banco Central terá que ser mais rígido, aumentando ou mantendo as taxas de juros altas por mais tempo.

Para este ano, o Conselho Monetário Nacional também tinha estabelecido uma meta de inflação de 3% com teto de 4,5%, embora, segundo as primeiras projeções do ano do mercado financeiro, o IPCA de 2025 pode fechar em 4,99%. 

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