(Xinhua/Yang Zhe)
Abuja, 10 jan (Xinhua) -- A China está disposta a trabalhar com a África para que a Iniciativa de Segurança Global se enraíze no continente e para construir conjuntamente uma modernização pacífica e segura, disse o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, na quinta-feira.
A China está pronta para trabalhar estreitamente com a África para construir uma comunidade China-África com um futuro compartilhado para a nova era sob todas as condições, acrescentou ele.
Wang, também membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, fez as observações durante uma coletiva de imprensa conjunta com seu homólogo nigeriano, Yusuf Tuggar.
Em resposta a uma pergunta sobre como a China auxiliará a África na manutenção da paz e da estabilidade, Wang destacou que a cooperação mútua é essencial para enfrentar vários desafios de segurança no mundo de hoje.
O presidente chinês, Xi Jinping, na Cúpula de Beijing do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), salientou a paz e a segurança como componentes importantes das seis principais propostas e das 10 ações de parceria para que a China e a África avancem conjuntamente na modernização, assinalou Wang.
A China apoiará firmemente os africanos na busca de soluções africanas para problemas africanos. O povo africano é o verdadeiro mestre do continente africano e tem a sabedoria, a capacidade e o direito de resolver seus próprios problemas, de acordo com Wang.
A China se opõe a qualquer forma de interferência externa nos assuntos internos dos países africanos, apoia a União Africana e as organizações sub-regionais a desempenhar um papel construtivo e incentiva as principais nações africanas a tomar mais ações de liderança para resolver os conflitos e as diferenças por meio de diálogo e consulta e a abordar questões importantes por meios políticos, observou Wang.
A China apoiará firmemente a África no fortalecimento de sua capacidade de paz e segurança, estabelecerá e implementará com os países africanos uma parceria da Iniciativa de Segurança Global, criará zonas de demonstração para a iniciativa e promoverá ações de parceria de construção de segurança, declarou Wang.
A China também fornecerá 1 bilhão de yuans (US$ 136 milhões) em assistência militar não reembolsável aos países africanos. Enquanto isso, a China ajudará a treinar 6.000 militantes e 1.000 profissionais de aplicação da lei para nações africanas, acrescentou ele.
A China também continuará a apoiar a construção do exército permanente africano e das forças de resposta rápida, além de apoiar os países africanos na realização de operações de manutenção da paz e de antiterrorismo, disse o chanceler.
Expressando o firme apoio da China à África na salvaguarda de seus interesses legítimos, Wang pediu a prática de um multilateralismo genuíno e alertou contra o hegemonismo e a política de poder que estão surgindo na África.
O voto da China no Conselho de Segurança da ONU sempre pertence à África, afirmou Wang, prometendo que a China, como sempre, defenderá as demandas legítimas dos países africanos em ocasiões multilaterais.
Como a segunda maior contribuinte para o orçamento de manutenção da paz da ONU, a China continuará a apoiar as operações de manutenção da paz da ONU na África, acrescentou.
A China apoiará firmemente a África na promoção de segurança por meio do desenvolvimento, ressaltou Wang, acrescentando que a China está pronta para trabalhar com a África para implementar as 10 ações de parceria, fazer bom uso dos 360 bilhões de yuans (US$ 51 bilhões) de apoio financeiro anunciados na Cúpula de Beijing do FOCAC, aprofundar a cooperação em vários campos, ajudar os países africanos a eliminar o terreno fértil para a insegurança, de modo a alcançar a estabilidade de longo prazo por meio do desenvolvimento e da revitalização.
Como um dos principais países africanos e presidente rotativo da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Nigéria desempenha um papel importante na manutenção da paz na África Ocidental e na região do Sahel, disse Wang.
Ele expressou o apoio da China à Nigéria na união dos países regionais, na busca da força por meio da unidade, na construção da sinergia por meio da reconciliação, na promoção da segurança por meio do desenvolvimento e na salvaguarda da paz e da estabilidade regionais.
A China também está pronta para fazer contribuições dentro de sua capacidade para esse fim, acrescentou.