Rio de Janeiro, 7 jan (Xinhua) -- O Brasil registrou um superávit comercial (resultado das exportações menos importações) de US$ 74,552 bilhões em 2024, o segundo maior resultado da história, embora assinalando uma queda de 24,6% em comparação com o recorde histórico de 2023, quando foi registrado um excedente comercial de US$ 98,902 bilhões, informou a Secretaria de Comércio Exterior nesta segunda-feira.

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira, as exportações do Brasil em 2024 caíram 0,8% em relação a 2023, totalizando US$ 337,036 bilhões, enquanto as importações subiram 9% e atingiram US$ 262,481 bilhões.

O fluxo comercial atingiu US$ 599,52 bilhões, 3,3% superior ao ano anterior.

Nas exportações, a agricultura teve uma queda de 11%, totalizando US$ 72,49 bilhões, enquanto a indústria extrativa aumentou 2,4%, totalizando US$ 80,9 bilhões, e a indústria de transformação cresceu 2,7%, atingindo US$ 181,88 bilhões.

A China continuou a ser o principal destino das exportações brasileiras, com um valor de US$ 95,96 bilhões, 9,2% a menos do que em 2023. A União Europeia aumentou as suas compras em 4,2%, com US$ 48,23 bilhões, e os Estados Unidos o fizeram em US$ 40,33 bilhões, 6,9% a mais. As exportações para a Argentina totalizaram US$ 13,58 bilhões, 13,2% a mais do que em 2023.

Por produtos, a principal exportação foi de petróleo bruto, atingindo um valor de US$ 44,840 bilhões, um aumento anual de 5,2%. No entanto, a soja, um dos produtos agrícolas mais importantes do país, sofreu uma redução significativa de 19,4%, totalizando US$ 42,94 bilhões.

Por outro lado, o minério de ferro, tradicionalmente um pilar das exportações brasileiras, também registrou uma ligeira diminuição de 2,4%, gerando receitas de US$ 29,84 bilhões.

Já nas importações, as compras da agricultura brasileira aumentaram 25,6% e totalizaram US$ 5,65 bilhões. As importações da indústria transformadora cresceram 9,3% para US$ 238,74 bilhões, enquanto as da indústria extrativa aumentaram 1% para US$ 16,25 bilhões.

Assim como nas exportações, a China foi o principal mercado das importações do Brasil no ano passado, com US$ 64,59 bilhões (mais 19,8%), seguida da União Europeia, com US$ 47,12 bilhões (3,7%), dos Estados Unidos (US$ 40,58 bilhões).

O fluxo comercial do Brasil com a China no ano passado atingiu US$ 160,55 bilhões, 0,5% a mais do que em 2023 e um excedente de US$ 31,37 bilhões do lado brasileiro.

Para este ano, o governo brasileiro espera que a balança comercial do país tenha um excedente entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões, com exportações entre US$ 320 bilhões e US$ 360 bilhões e importações previstas entre US$ 260 bilhões e US$ 280 bilhões.