Comentário: 30 anos da OMC - momento essencial para reafirmar livre comércio global e multilateralismo-Xinhua

Comentário: 30 anos da OMC - momento essencial para reafirmar livre comércio global e multilateralismo

2025-01-03 13:30:21丨portuguese.xinhuanet.com

Logotipo da Organização Mundial do Comércio (OMC) é visto em Genebra, Suíça, no dia 5 de abril de 2023. (Xinhua/Lian Yi)

A cooperação multilateral, apoiada pelo princípio do livre comércio, é uma necessidade urgente. É a única maneira de não só passar pelas crises atuais, mas também de garantir paz e prosperidade a longo prazo.

Por Xia Yuanyi

Beijing, 1º jan (Xinhua) — O 30º aniversário da Organização Mundial do Comércio (OMC) chega em um momento precário para a economia global. Os princípios nos quais a OMC foi fundada, livre comércio e multilateralismo, estão sob cerco.

O crescente protecionismo, as ações comerciais unilaterais e a redução da confiança nas instituições internacionais geraram dúvidas sobre o futuro do sistema, que sustentou décadas de crescimento.

Neste momento desafiador, a comunidade internacional deve se unir para reafirmar o compromisso com os ideais de comércio aberto e inclusivo. Não se trata apenas de uma questão de política econômica, mas de preservar a estabilidade e a paz que o livre comércio ajudou a promover.

Nos últimos 30 anos, a OMC transformou o comércio global. Ao reduzir tarifas, esclarecer regras e resolver disputas, ela estimulou um crescimento econômico sem precedentes.

As economias em desenvolvimento, em particular, viram sua participação no comércio global aumentar de 25% em 1995 para 44% em 2023, de acordo com dados da ONU, permitindo que se industrializassem e se modernizassem.

Foto tirada no dia 10 de dezembro de 2024 mostra terminal internacional de contêineres no Porto de Yantai, província de Shandong, leste da China. (Foto por Tang Ke/Xinhua)

A própria jornada da China é uma prova do poder do livre comércio. Desde que entrou para a OMC em 2001, a China se integrou rapidamente à economia global, virando um dos principais parceiros comerciais de mais de 140 países e regiões. Comprometida com uma maior liberalização do mercado, a China reduziu consistentemente as tarifas, diminuindo sua taxa tarifária geral de 15,3% em 2001 para 7,3% agora.

Essa integração não só impulsionou o desenvolvimento da China, como criou muitas oportunidades para seus parceiros comerciais, destacando a natureza mutuamente benéfica da globalização e do livre comércio.

No entanto, rachaduras nesse sistema de comércio multilateral são evidentes. O Órgão de Apelação, o pilar do mecanismo de resolução de disputas da OMC, está paralisado desde 2019 porque Washington bloqueou a seleção de juízes do órgão.

O que é pior, tarifas unilaterais e retórica protecionista, particularmente dos Estados Unidos, criaram barreiras ao comércio global. A incerteza resultante ameaça corroer décadas de progresso.

Em um artigo recente, Anne Osborn Krueger, ex-economista-chefe do Banco Mundial, alertou que se o sistema de comércio global continuar como está, o crescimento econômico ficará aquém de seu potencial. "O mundo ficaria mais pobre, mais dividido e muito mais vulnerável a ameaças existenciais iminentes".

Os críticos da OMC e da globalização podem argumentar que o livre comércio alimentou a desigualdade e a perda de empregos. No entanto, essas críticas geralmente ignoram questões estruturais mais profundas. A falha em investir em educação, infraestrutura e requalificação de trabalhadores deixou muitas economias mal preparadas para se adaptar a mudanças rápidas em tecnologia e padrões de comércio.

A solução não está em recuar do livre comércio e da globalização, mas em reformar os sistemas nacionais e internacionais para garantir que os benefícios comerciais sejam compartilhados de forma mais ampla.

A pandemia de COVID-19, as mudanças climáticas e outras crises globais urgentes ressaltaram uma verdade fundamental: os desafios do mundo são fortemente interdependentes. Nenhuma nação, não importa quão poderosa, pode enfrentar essas questões isoladamente.

Portanto, a cooperação multilateral, apoiada pelo princípio do livre comércio, é uma necessidade urgente. É a única maneira não só passar pelas crises atuais, mas também de garantir paz e prosperidade a longo prazo.

Visitantes no Pavilhão da China na 7ª edição da Exposição Internacional de Importação da China (CIIE) em Shanghai, leste da China, no dia 10 de novembro de 2024. (Xinhua/Jin Mamengni)

A China não é só uma beneficiária do sistema de comércio multilateral, mas também uma de suas defensoras mais obstinadas. Ela pediu reformas na OMC, incluindo medidas para abordar o comércio digital, as mudanças climáticas e os direitos das nações em desenvolvimento.

Esses esforços mostram o entendimento da China de que um sistema de comércio global estável e baseado em regras beneficia todas as economias, especialmente em um mundo cada vez mais moldado por desafios compartilhados.

Conforme dito por Li Chenggang, embaixador da China na OMC, a China sempre foi uma defensora persistente do sistema de comércio multilateral, uma importante participante na reforma da OMC e uma importante força motriz da agenda de desenvolvimento global.

Com a OMC entrando em sua quarta década, a necessidade de união global nunca foi tão clara. A comunidade internacional deve se comprometer novamente com os ideais de livre comércio e multilateralismo.

Isso significa resistir à crescente onda de protecionismo e, mais importante, tomar medidas ousadas para fortalecer o sistema de comércio global. Os riscos são muito altos, mas agora é a hora de agir.

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