Foto tirada no dia 16 de março de 2022 mostra Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) em Washington, D.C., Estados Unidos. (Foto por Ting Shen/Xinhua)

Beijing, 20 dez (Xinhua) -- O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) cortou as taxas de juros em um quarto de ponto na quarta-feira em um movimento amplamente antecipado, ao mesmo tempo em que indica menos cortes no próximo ano e aumenta sua perspectiva de inflação.

A postura mais cautelosa do Fed sobre cortes de taxas decepcionou os mercados e os investidores, que estão lutando para avaliar como isso afetará as taxas de juros globais, visando o futuro.

Abaixo estão as últimas movimentações de alguns bancos centrais ao redor do mundo:

-- O Banco do Japão (BOJ) decidiu na quinta-feira manter sua taxa básica de juros de curto prazo em torno de 0,25% no final de uma reunião de política de dois dias, conforme amplamente esperado pelo mercado.

A moeda japonesa caiu ainda mais além de 157 ienes em um ponto, a taxa mais fraca desde julho, quando o governador do BOJ, Kazuo Ueda, disse em entrevista coletiva que precisaria de mais informações para determinar como as empresas aumentariam os salários nas negociações anuais na primavera, alimentando especulações de que o banco central pode manter as taxas estáveis ​​novamente em janeiro.

"Ainda há muitas incertezas em volta da atividade econômica e dos preços do Japão, incluindo desenvolvimentos na atividade econômica e nos preços no exterior", disse uma declaração do BOJ.

- O Banco da Inglaterra (BoE) manteve sua taxa básica de juros em 4,75%, disse o banco central britânico em uma declaração na quinta-feira.

A inflação de 12 meses nos preços ao consumidor aumentou para 2,6% em novembro, o que é "ligeiramente maior do que as expectativas anteriores", devido à inflação mais forte em bens essenciais e alimentos, de acordo com o BoE.

O impacto dos comentários do Fed sobre o BoE provavelmente seria mínimo, mas um dólar mais alto poderia pesar sobre a libra esterlina, aumentando a inflação em bens importados e, por fim, desacelerando o ritmo dos cortes, informou a CNBC, citando Lindsay James, estrategista de investimentos da Quilter Investors.

-- O banco central da Noruega manteve sua taxa básica de juros inalterada em uma alta de 16 anos de 4,5% na quinta-feira e indicou sua intenção de cortar as taxas três vezes em 2025, abaixo dos quatro cortes previstos anteriormente.

"O comitê julga que uma política monetária restritiva ainda é necessária para estabilizar a inflação em torno da meta, mas que o momento de começar a flexibilizar a política monetária está chegando", disse em comunicado a governadora do Norges Bank, Ida Wolden Bache.

O banco também mostrou preocupações sobre "o risco de um aumento nas barreiras comerciais internacionais" no ano que vem, observando que tarifas mais altas provavelmente reduzirão o crescimento global.

-- O Riksbank, banco central da Suécia, cortou as taxas em um quarto de ponto para 2,5% na quinta-feira, alinhado com as expectativas, mas sinalizou que pode desacelerar seu ritmo de flexibilização no início de 2025 após cortes de 1,5 ponto percentual até agora neste ano.

O banco central disse que favorece uma abordagem mais provisória, observando que a política monetária atrasa a economia.

-- O Banco Nacional Suíço cortou as taxas em 50 pontos-base inesperadamente grandes na semana passada, levando sua taxa principal para 0,5%.

O impacto da política do Fed na Suíça pode ser um pouco maior, informou a CNBC, citando Matthew Ryan, chefe de estratégia de mercado da empresa global de serviços financeiros Ebury.

Um dólar mais forte e o enfraquecimento do porto seguro franco suíço podem levar a uma postura mais agressiva do banco central suíço, observou Ryan.