Rio de Janeiro, 17 dez (Xinhua) -- O petróleo se tornará o principal produto do padrão de exportação brasileiro este ano pela primeira vez, informou nesta segunda-feira o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).
O Brasil exportou 42,8 bilhões de dólares em petróleo até novembro, superando a soja e o minério de ferro. De acordo com a estimativa do IBP, até ao final do ano, o petróleo deverá atingir 47 bilhões de dólares em exportações. Desde 2016, a balança comercial do setor apresenta um saldo líquido positivo.
Segundo o IBP, a projeção de produção para 2025 é de 3,6 milhões de barris de petróleo por dia (bpd). Atualmente, a produção é de 3,4 milhões de barris.
"Esse aumento na produção é resultado da maturação dos investimentos no pré-sal, com a entrada em operação de alguns FPSOs (unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência) do pré-sal", disse o presidente do IBP, Roberto Ardenghy.
Também está prevista uma receita de cerca de 600 bilhões de reais (US$ 100 bilhões) em royalties, participações especiais e comercialização do petróleo da União com o setor nos próximos quatro anos.
O Brasil é o oitavo maior produtor de petróleo do mundo e o nono maior em capacidade de refino. O setor de petróleo e gás representa 17% do Produto Interno Industrial brasileiro e fornece 45% do abastecimento energético nacional.
O país é o segundo produtor mundial de biocombustíveis, o oitavo mercado consumidor mundial e gera 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos.
A geopolítica terá novamente um papel central em 2025 na discussão dos fluxos energéticos.
"As guerras que têm ocorrido, como Ucrânia e Rússia, e os conflitos no Médio Oriente, influenciam diretamente estes fluxos de energia, tanto nas importações como nas exportações, e em todas estas dinâmicas", afirmou a gerente de análise técnica da do IBP, Isabela Costa.
Na esfera macroeconômica, Costa destacou o acompanhamento da evolução dos indicadores dos Estados Unidos e da China, os principais consumidores de petróleo.
O IBP destacou a Bacia de Pelotas entre as novas áreas de exploração. A parte emersa da bacia ocupa aproximadamente 40,9 mil quilômetros quadrados (km²) nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em território brasileiro, a bacia se estende desde o Alto de Florianópolis, ao norte, limite geológico com a Bacia de Santos, até a fronteira geográfica com o Uruguai, ao sul.
A Petrobras, em parceria com a Shell, assinou 26 contratos de concessão com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a exploração da bacia. O consórcio terá como operadora a Petrobras com 70% de participação e a Shell com 30%, com investimento previsto de 1,5 bilhão de reais.