* Desde que assinou a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação há 30 anos, a China virou a maior contribuidora para o verde global e um exemplo internacional no controle da desertificação.
* Um dos projetos ecológicos de referência da China é o Programa da Floresta de Abrigo dos Três Nortes, que adicionou 32 milhões de hectares a áreas de reflorestamento e tratou 85,3 milhões de hectares de pastagens degradadas e 33,3 milhões de hectares de terras desertificadas.
Riad, 11 dez (Xinhua) -- A desertificação virou um dos desafios ambientais mais severos que a humanidade enfrenta, pois causa mais tempestades de areia e poeira, coloca em risco a segurança alimentar, desloca comunidades e aumenta conflitos.
Delegados de todo o mundo estão se reunindo para a 16ª sessão da Conferência das Partes (COP16) da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês) de 2 a 13 de dezembro para buscar acordos e acelerar ações conjuntas a fim de apoiar o gerenciamento sustentável da terra e a resiliência climática.
Desde que assinou a convenção há 30 anos, a China virou a maior contribuidora para o verde global e um exemplo internacional para o controle da desertificação.
IMPULSO VERDE DA CHINA
A China tem uma das maiores áreas afetadas do mundo, particularmente nas regiões noroeste, norte e nordeste que têm vastas terras secas e desertos.
Um dos projetos ecológicos de referência do país é o Programa da Floresta de Abrigo dos Três Nortes.
Desde 1978, o projeto adicionou 32 milhões de hectares a áreas de reflorestamento e tratou 85,3 milhões de hectares de pastagens degradadas e 33,3 milhões de hectares de terras desertificadas.
Foto aérea de drone tirada no dia 6 de julho de 2024 mostra turistas em um lago na cidade de Zhalantun, na Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China. (Xinhua/Bei He)
Por meio do programa, a China também criou a maior floresta artificial do mundo em Saihanba, na província de Hebei, no norte da China, concluiu o maior projeto de restauração ecológica do mundo em Maowusu, na província de Shaanxi, no noroeste da China, e transformou o deserto de Kubuqi, na Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China, em terras verdes.
"Fiquei emocionada com as imagens de chineses de outras gerações lutando contra a desertificação e com a liderança da China nesse processo", disse a secretária-executiva-adjunta da UNCCD, Andrea Meza Murillo, elogiando o compromisso de longo prazo da nação e a abordagem inovadora para combater a desertificação.
Sidna Ahmed Ely, diretora-geral da Agência Nacional da Grande Muralha Verde da Mauritânia, disse à Xinhua que seu país, com 84% de terra desertificada, se inspirou, ganhou força e determinação com a "Grande Muralha verde" da China.
Observando que a Mauritânia estabeleceu uma parceria com o Instituto de Ecologia e Geografia de Xinjiang da Academia Chinesa de Ciências em 2017, Ahmed Ely disse: "Estamos orgulhosos da nossa primeira parceria no âmbito da iniciativa da Grande Muralha Verde para a África. Também estamos orgulhosos da experiência chinesa".
NOVAS TECNOLOGIAS
As novas tecnologias que a China usou no controle da desertificação foram exibidas no Pavilhão da China em uma exposição realizada com cúpulas, diálogos ministeriais, apresentações de prêmios e dias temáticos durante a COP16.
Os visitantes foram atraídos por um modelo de robô de plantio de árvores com IA trazido pela Eason Intelligent Equipment (Beijing) Co., Ltd.
"Com IA, direção autônoma, sistema de navegação por satélite BeiDou e energia verde, os robôs podem reduzir os custos de reflorestamento em 20 a 25%, aumentar as taxas de sobrevivência do plantio em 10 a 20% e são mais de cinco vezes mais eficientes do que os métodos manuais", disse à Xinhua o gerente-geral da empresa, Bian Lijun.
Após saber que os robôs podem plantar árvores em 20 a 30 segundos remotamente, Majed Al-Mebairik, assistente-administrativo da instalação do Programa de Desenvolvimento da ONU, disse que ficou impressionado.
"É muito automático, interessante e útil", disse Al-Mebairik.
"Visitei os pavilhões de muitos países e aprendi sobre suas ações, fui duas vezes ao pavilhão da China. Acho que a prática da China é a melhor", disse Saldan Odontuya, ministro do meio ambiente e das mudanças climáticas da Mongólia.
Pessoas visitam Pavilhão da China durante a 16ª edição da Conferência das Partes (COP16) da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês) em Riad, Arábia Saudita, no dia 4 de dezembro de 2024. (Xinhua/Wang Dongzhen)
COMPROMISSO VERDE
Apesar de enfrentar alguns dos desafios mais severos do mundo em termos de desertificação, a China seguiu um caminho único que integra a restauração ecológica com a melhoria dos meios de subsistência, impulsionada por políticas de alto nível, legislação e inovação tecnológica.
De acordo com dados oficiais, 53% das terras desertificadas tratáveis da China foram restauradas, levando a uma redução líquida de aproximadamente 4,33 milhões de hectares de terras degradadas. A China virou a primeira nação a atingir degradação líquida zero da terra, reduzindo simultaneamente as áreas desertificadas e arenizadas.
O desenvolvimento verde também viu prosperidade verde. Ervas medicinais tradicionais chinesas e gramíneas forrageiras de alta qualidade são plantadas nessas áreas arenosas, assim como melões e nozes. Em algumas áreas, a renda gerada com frutos silvestres constitui mais da metade da renda líquida dos agricultores, segundo dados da Administração Nacional de Florestas e Pastagens da China.
"Estamos muito orgulhosos de sermos parceiros da China. O país foi pioneiro em mostrar como criar áreas prósperas em locais que eram desertificados e degradados. Estamos orgulhosos de fazer parceria com a China para compartilhar essas lições com outros países", disse Valerie Hickey, diretora global de meio ambiente do Banco Mundial.
A China defendeu a cooperação global no combate à desertificação, estabelecendo um centro internacional de gestão de conhecimento com a UNCCD e sediando o Fórum Internacional do Deserto de Kubuqi para compartilhar pesquisas globais e percepções de economia ecológica.
Para se juntar aos esforços do Sul Global, a China também lançou centros de controle de desertificação com estados árabes e com a Mongólia, criou locais de demonstração na Ásia Central e na África, além de fornecer tecnologia de satélite e suporte de big data para a iniciativa da Grande Muralha Verde da África.
"Quero elogiar a liderança global do governo chinês no combate à desertificação e o compartilhamento de experiências entre a China e o grande Sul Global", disse Charles Karangwa, chefe global de soluções baseadas na natureza da União Internacional para Conservação da Natureza. (Repórteres de vídeo: Yu Fuqing, Wang Haizhou, Ge Chen, Chen Chen, Luo Chen, Li Ruolin e Wang Dongzhen. Edição de vídeo: Wang Houyuan, Zak Zuzanna e Zhu Cong)