Beijing, 3 dez (Xinhua) -- Em meio às celebrações pelos 50 anos da relação diplomática bilateral, China e Brasil firmaram uma parceria de longo prazo para fortalecer a sua colaboração científica. Em um marco para os setores de radiofármacos e irradiação, a China Isotope & Radiation Corporation (CIRC), subsidiária do China National Nuclear Corporation (CNNC), assinou um memorando de entendimento com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), durante a Conferência Ministerial sobre Ciência, Tecnologia e Aplicações Nucleares e Programa de Cooperação Técnica da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Isolda Costa, diretora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade ténico-científica da CNEN em São Paulo, firmou o documento com o lado chinês.
O presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Junior, presente na cerimônia de assinatura, salientou o potencial de crescimento da parceria do Brasil com a China. "Estamos montando uma hierarquia de documentos que possibilitará explorar esta parceria. É muito bem-vinda e oportuna esta cooperação internacional, tendo em vista a projeção de crescimento de mais do triplo da nossa capacidade e pela demanda reprimida no país."
A assinatura destaca o reconhecimento internacional da "experiência chinesa" como solução integrada em aplicações de tecnologia nuclear, demonstrando a capacidade da China em liderar iniciativas inovadoras em escala global, ampliando a cooperação estratégica em áreas como radiofármacos e irradiação, manifestou a empresa chinesa.
Segundo a empresa chinesa, representando um dos setores mais emblemáticos das novas forças produtivas de qualidade, a tecnologia nuclear tem sido amplamente aplicada em áreas-chave da economia chinesa, incluindo indústria, agricultura, saúde, meio ambiente e segurança, promovendo a integração e o desenvolvimento dessas áreas. Até 2023, a indústria de aplicações de tecnologia nuclear da China gerou diretamente um valor econômico estimado em 240 bilhões de yuans (US$ 33,36 bilhões).
A China Isotope & Radiation Corporation destaca-se como um dos três principais fornecedores globais de fontes radioativas de Cobalto-60 (60Co). Seus produtos de diagnóstico in vitro estão registrados em mais de 20 países, e tecnologias como testes respiratórios e dispositivos de liberação de medicamentos são exportados para mais de 50 países e regiões, incluindo Coreia do Sul, Peru e Sudeste Asiático.
Além disso, a empresa ocupa uma posição de destaque no setor de irradiação na China, estando entre as três maiores do país. No segmento de design e construção de instalações de irradiação de grande porte, a CIRC detém mais de 80% do mercado nacional, com produtos amplamente exportados para países do Sudeste Asiático.
A cooperação contínua entre a CIRC e o IPEN é mais um exemplo notável de colaboração tecnológica avançada entre países em desenvolvimento. Esta parceria não só impulsiona o desenvolvimento saudável e sustentável na aplicação de tecnologias nucleares, mas também contribui para que a aplicação dessas tecnologias beneficie ainda mais a sociedade global.
A empresa estabeleceu uma parceria de longo prazo com a AIEA. Em 2022, o Centro de Cooperação da AIEA para Medicamentos Radiofármacos e Fontes Radioativas foi oficialmente inaugurado nas instalações da CIRC. Este centro é o quarto estabelecido pela AIEA no campo de medicamentos radiofármacos, após os da França, Rússia e Portugal, e também o primeiro na Ásia.