Opinião: Pilar imponente construído pelo BRICS-Xinhua

Opinião: Pilar imponente construído pelo BRICS

2024-11-24 11:19:16丨portuguese.xinhuanet.com

Equipe de mídia trabalha no centro de imprensa da 16ª edição da Cúpula do BRICS em Kazan, Rússia, no dia 23 de outubro de 2024. (Xinhua/Shen Hong)

De um grupo de cinco membros para uma grande família do Sul Global, o BRICS agora se destaca como um pilar imponente, acolhendo mais países, fazendo brainstorming sobre cooperação para o desenvolvimento e construindo consenso para o bem comum.

Por Xin Ping

Uma mulher de 42 anos com água suja até a cintura, suas sobrancelhas franzidas enquanto segurava seu cachorro acima das águas que subiam. Em maio, enchentes torrenciais causadas por transbordamento de rios deixaram submersas muitas partes do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Ajuda humanitária e de reconstrução chegou do resto do Brasil e de outros lugares. Entre eles, o Novo Banco de Desenvolvimento, sediado em Shanghai, anunciou um empréstimo de 1,115 bilhão de dólares americanos poucos dias após o desastre.

Construído pelos países do BRICS, o Novo Banco de Desenvolvimento está pronto para se tornar "um novo tipo de banco multilateral de desenvolvimento no século 21", conforme acordado na Declaração de Kazan da cúpula do BRICS, a primeira do gênero após a ampliação do grupo no começo deste ano. Líderes de mais de 30 países, abrangendo do Golfo Pérsico ao Rio Paraná, se sentaram à mesma mesa, discutindo o fortalecimento do desenvolvimento e da segurança comum em meio a uma tapeçaria de desafios globais.

MAIS CABEÇAS SÃO MELHORES DO QUE UMA

Além do peso demográfico de quase metade da população mundial, o peso econômico do BRICS também é considerável, pois responde por mais de 30% do PIB global com paridade de poder de compra superior à do Grupo dos Sete.

Na cúpula do BRICS em Kazan, os estados-membros concordaram em apoiar o banco do BRICS na expansão do financiamento em moeda local. Já colocada em prática por países como China, Rússia, Brasil e alguns outros, essa abordagem há muito é vista por muitos como um contrapeso ao dólar americano, que mantém os países em desenvolvimento sob influência, principalmente aqueles com economias fracas. Uma alternativa ao dólar é desejada por muitos países. Afinal, é mais sensato não colocar todos os ovos na mesma cesta.

Atualmente, mais de 30 países, desde a Argélia, membro da OPEP, até a Turquia, aliada da OTAN, demonstraram interesse em se juntar a este grupo liderado pelo Sul Global. A cúpula de Kazan endossou as Modalidades da Categoria de País Parceiro do BRICS, resultado do modelo de cooperação "BRICS Plus". Esse status de parceiro oferece aos países oportunidades de fazer negócios e construir laços diplomáticos. Com mais países do Sul Global batendo à porta, o BRICS está pronto para se tornar uma família maior.

Foto aérea de drone tirada em 17 de junho de 2022 mostra edifício-sede do Novo Banco de Desenvolvimento em Shangai, no leste da China. (Xinhua/Fang Zhe)

NADA ESTÁ FORA DA MESA

Além da cooperação para o desenvolvimento, a cúpula de Kazan de três dias também se concentrou na segurança global, uma questão urgente em meio à crise na Ucrânia e ao crescente conflito no Oriente Médio.

Nas laterais, o presidente chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi se encontraram pela primeira vez em cinco anos, dias após resoluções terem sido alcançadas sobre questões de fronteira.

Com base no progresso até agora, ambos os líderes concordaram em alavancar o mecanismo de Representantes Especiais na questão da fronteira e realizar conversas em nível ministerial para evitar que desacordos prejudiquem os laços. Como o diálogo é uma ferramenta melhor para resolver disputas e conflitos, o BRICS abre as portas para discussões entre países em desenvolvimento sem interferência injustificada.

Dois dias antes dos últimos ataques aéreos de Israel ao Irã, Xi se encontrou com o presidente iraniano Masoud Pezeshkian, reiterando seu apelo por um cessar-fogo e o fim das hostilidades em Gaza. A posição de Xi se alinha com a Iniciativa de Segurança Global de Beijing, apresentando um forte contraste com a posição pró-Israel de Washington, que caracteriza o último ataque como "um exercício de autodefesa".

Como o mundo está sendo castigado este ano por desastres climáticos cada vez mais intensos, evidenciados por enchentes no Brasil e pelo furacão Helene nos Estados Unidos, as mudanças climáticas também estão no topo da agenda. A adoção de um memorando de entendimento sobre a Parceria de Mercados de Carbono do BRICS visa aprimorar o compartilhamento de conhecimento e buscar oportunidades colaborativas para o desenvolvimento de mercados de carbono e potencial cooperação climática. Isso marca um passo essencial em direção à ação climática unificada em um mundo cada vez mais dividido.

Como desafios como a crise da Ucrânia, o conflito no Oriente Médio e as consequências generalizadas do Katrina persistem, alguns países responderam ao chamado para despertar e entraram em ação.

De um grupo de cinco membros para uma grande família do Sul Global, o BRICS agora se destaca como um pilar imponente, acolhendo mais países, fazendo brainstorming de cooperação para o desenvolvimento e construindo consenso para o bem comum. Agora é imperativo que a comunidade internacional mais ampla enfrente os desafios e contribua para esse esforço coletivo.

Nota da edição: O autor é comentarista de assuntos internacionais, escrevendo regularmente para a Xinhua News, CGTN, Global Times, China Daily, etc. E-mail para contato direto: xinping604@gmail.com.

As opiniões expressas neste artigo são da autoria e não refletem necessariamente as posições da Agência de Notícias Xinhua.

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