Yinchuan, 23 nov (Xinhua) -- Uma aldeia em Xihaigu, uma área no noroeste da China que chegou a ser declarada "inabitável" pelas Nações Unidas, tem atraído aplauso internacional por causa de sua transformação verde.

Um representante da aldeia de Longwangba, na cidade de Guyuan, na Região Autônoma da Etnia Hui de Ningxia, noroeste da China, compartilhou sua receita de sucesso na 60ª Feira Internacional de Agricultura em Paris.

"Fiquei feliz em compartilhar a história da revitalização rural em nossa aldeia e conquistas ecológicas na China com o povo francês e o mundo", disse Jiao Jianpeng, vice-chefe do Partido em Longwangba.

Jiao trouxe especialidades agrícolas locais para a exposição, incluindo bagas de goji, painço e suco de salsa, bem como produtos do patrimônio cultural imaterial, como corte de papel, fantoches de sombra e maquiagem facial.

O suco de salsa pode não parecer muito atraente, mas encontrou um fã em Daniel VIAL, que foi premiado com o Chevalier de la Légion d'Honneur por um ex-presidente francês. Quando VIAL visitou o estande de Jiao, ele experimentou o suco, deu um sinal de positivo e disse: "Sabor fantástico!"

Os produtos foram populares entre os visitantes da feira, com vendas totais ultrapassando 400 mil yuans (US$ 56.367) em apenas alguns dias. De volta à China, Jiao ainda está recebendo consultas de compra de clientes franceses.

Não faz muito tempo, Xihaigu, onde Longwangba está localizada, era uma das áreas mais pobres da China, com mais de 80% das pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza durante o estágio inicial de reforma e abertura.

Na área de Xihaigu, faminta por água, os recursos hídricos per capita representavam menos de 8% do nível médio nacional. Foi declarada como "inabitável" por especialistas da ONU em 1972.

As duras condições naturais tornaram a sobrevivência e a prosperidade extremamente difíceis. Mas o ambiente ecológico em Xihaigu vem melhorando gradualmente devido a uma série de iniciativas de proteção ecológica, como o Programa da Floresta de Abrigo dos Três Nortes. Em Guyuan, a taxa de cobertura florestal tem aumentado de 1,4% no final da década de 1970 para 27,28% em 2022.

Os esforços de alívio da pobreza da China também têm melhorado a infraestrutura em Longwangba, incluindo estradas, eletricidade, habitação e acesso a água potável.

Com base no terreno montanhoso, os aldeões construíram campos de vegetais em terraços e fazendas de peônia de óleo. Eles também construíram museus de ciência e tecnologia, bem como hotéis tradicionais em cavernas com características locais.

Em 2023, Longwangba recebeu mais de 410 mil turistas, com uma receita turística de 19,41 milhões de yuans. Por meio de modos de desenvolvimento diversificados, como turismo, saúde e bem-estar, a renda disponível per capita anual dos aldeões tem crescido de menos de 2.300 yuans em 2012 para 15.500 yuans em 2023.

De "inabitável" a "desenvolvimento verde, ecológico e de alta qualidade", Longwangba tem se tornado um epítome do progresso da China no alívio da pobreza e na revitalização rural.

A história de Longwangba foi documentada em "Carnets de Chine", que significa "Viagem Maravilhosa na China", um documentário produzido em conjunto pela mídia chinesa e francesa. Foi transmitido nos principais meios de comunicação franceses France TV e TV5 Monde.

Como apresentadora deste documentário, a blogueira de música francesa Alice Roche visitou a aldeia de Longwangba e experimentou a cultura local e aprendeu a canção folclórica "Flor".

"A tecnologia agrícola, como o cultivo em estufa, é excelente. A indústria do turismo impulsionada por hotéis de cavernas está se desenvolvendo muito bem", disse Roche. "A população local trabalha muito para desenvolver sua terra natal e nunca desiste. É realmente comovente e admirável."

Roche agora se tornou um dos 88 "aldeões honorários" de Longwangba, que vêm de várias partes do mundo e contribuem para o desenvolvimento da aldeia, bem como seus intercâmbios com o mundo.

"Aspiramos apresentar ao mundo não apenas a bela paisagem do campo da China, mas também um compromisso com a resiliência, inovação, abertura e inclusão", disse Jiao. Fim